María Corina Machado, ex-deputada e figura proeminente da oposição na Venezuela, indicou que não dará seu apoio ao candidato Manuel Rosales nas próximas eleições presidenciais agendadas para 28 de julho.
Ao ser questionada sobre o assunto em uma entrevista realizada nesta terça-feira (26 de março de 2024), Machado afirmou que continua apoiando Corina Yoris como sua candidata, mesmo após a impossibilidade de sua própria inscrição para a disputa eleitoral.
Além disso, Machado instou os venezuelanos a agirem com “serenidade e determinação”, reafirmando o compromisso com a busca por eleições “livres e justas” no país.
Ela também destacou o direito dos venezuelanos em conhecer “a verdade completa” sobre o alegado impedimento à candidatura de Yoris. Esta última foi indicada pela oposição após a proibição imposta pela Justiça venezuelana a María Corina de ocupar cargos públicos pelos próximos 15 anos, o que, de fato, inviabiliza sua candidatura à presidência.
“O regime [de Nicolás Maduro] impediu que a dra. Corina Yoris se registrasse. O que alertamos por muitos meses acabou acontecendo. O regime escolheu seus candidatos”, afirmou.
Manuel Rosales, de 71 anos, é o atual governador de Zulia e disputou as eleições presidenciais em 2006 contra Hugo Chávez. Ele pertence ao partido de oposição Un Nuevo Tiempo e foi registrado para concorrer ao pleito perto do fim do prazo para as inscrições no CNE (Conselho Nacional Eleitoral).
Em comunicado, a legenda de Rosales afirmou que “sempre esteve firme” com a Plataforma Unitária (aliança de oposição da Venezuela) e “acompanhou cada um dos processos políticos” que resultaram na indicação de Maria Corina Machado para o pleito. Eis a íntegra (PDF – 132 kB, em espanhol).
“No entanto, devido a circunstâncias ainda inexplicáveis, as forças de oposição estavam a caminho de ficar fora da corrida eleitoral, e uma coisa que temos sido claros e firmes é que a abstenção não é uma opção”, disse a legenda ao justificar a candidatura de Rosales.
Nicolás Maduro, aos 61 anos, governa a República Bolivariana da Venezuela de forma autocrática, sem assegurar as liberdades fundamentais, chegando a manter indivíduos detidos por motivos que ele classifica como “crimes políticos”.
Confirmou sua candidatura em 16 de março, buscando um terceiro mandato consecutivo, após estar no poder desde 2013. Se vencer, permanecerá na presidência por mais seis anos, até 2030.
Relatórios da Organização dos Estados Americanos (OEA) e da Comissão Interamericana de Direitos Humanos descrevem restrições, incluindo a “nomeação ilegítima” do Conselho Nacional Eleitoral por uma Assembleia Nacional considerada ilegítima. Essas preocupações foram levantadas em outubro de 2022, novembro de 2022 e março de 2023.
Com informações de Poder 360