Foto: Kie Iida et al./American Journal of Case Reports/Divulgação
Um japonês de 19 anos foi mordido por um pastor alemão no lado esquerdo do rosto e acabou adquirindo uma doença ocular rara, que poderia ter deixado seu olho permanentemente paralisado. Por sorte, ele conseguiu ser tratado de forma rápida e adequada.
O caso do jovem, cujo nome não foi divulgado publicamente, foi publicado no dia 9 de março no periódico científico American Journal of Case Reports.
Segundo o jornal americano New York Post, os médicos diagnosticaram o paciente com pseudo síndrome de Brown, um raro desalinhamento dos olhos, que teria ocorrido depois da mordida do cachorro, que deixou um trauma na pálpebra superior.
“Essa é uma variante da síndrome de Brown que resulta de danos no tendão troclear e oblíquo superior devido a mordidas de cães ao redor do olho”, dizem os médicos no estudo recém-publicado.
A tróclea e o oblíquo superior são músculos responsáveis pelo movimento dos olhos.
Três dias após o tratamento inicial, o japonês voltou ao hospital e disse que estava tendo visão dupla. Os médicos notaram que sua pálpebra esquerda estava inchada e ele não conseguia mover o olho esquerdo.
O paciente foi medicado com antibióticos durante cinco dias, e uma ressonância magnética revelou que o inchaço ao redor do olho impedia o movimento do órgão. Com isso, recebeu a prescrição de uso de anti-inflamatório por duas semanas.
De acordo com o New York Post, os remédios ajudaram a diminuir o inchaço, mas a visão dupla permaneceu e os olhos do jovem estavam desalinhados. Ainda assim, ele não tinha cicatrizes permanentes no globo ocular.
Sete meses depois, os médicos removeram parte dos músculos lesionados e a condição melhorou um pouco. Os especialistas alertaram que, caso não tivessem intervindo, o olho poderia ter ficado permanentemente paralisado.
“Esse caso ilustra que mordidas de cachorro ao redor dos olhos podem resultar em anormalidades dos músculos extraoculares. A ressonância magnética precoce pode ser útil no diagnóstico e na determinação de estratégias de tratamento. O relato de caso destaca a importância da rápida avaliação e manejo de pacientes com mordidas de cachorro ao redor dos olhos”, diz trecho do estudo.
Como mostra o jornal americano, a pseudo síndrome de Brown foi relatada apenas cerca de cinco vezes, e dois casos envolveram mordidas de cães.
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