Foto: Reprodução/Adrian Roque/AP.
Há 45 anos, o desaparecimento de um avião cargueiro dava início a um dos maiores mistérios da aviação brasileira. Em 30 de janeiro de 1979, o voo 967 da Varig decolou em Tóquio, no Japão, rumo ao Rio de Janeiro, mas nunca chegou ao destino.
O que aconteceu
- O avião cargueiro, um Boeing 707, estava transportando seis tripulantes e 20 toneladas em carga.
- A aeronave partiu do Aeroporto de Narita, por volta das 20h23, e faria uma escala em Los Angeles, nos Estados Unidos, antes de chegar ao Brasil.
- Cerca de 20 minutos após a decolagem, o piloto fez um contato com a torre de controle. Até então, nenhum problema havia sido relatado. Um novo contato deveria acontecer por volta das 21h23, mas não aconteceu.
- O desaparecimento aconteceu a cerca de 500 km da costa do Japão, no Oceano Pacífico.
- Buscas foram feitas durante oito dias. Entretanto, nada foi encontrado. Os seis tripulantes foram declarados mortos.
Investigadores acreditam que uma despressurização provocou a queda do avião cerca de 45 minutos após a decolagem.
Após o acidente, aeronave teria afundado no Oceano Pacífico, tornando a localização praticamente impossível.
Um relatório da Varig apontou, na época, não ser possível encontrar nenhum indício que pudesse explicar as causas do desaparecimento da aeronave.
O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), da Força Aérea Brasileira, afirmou que a aeronave foi oficialmente classificada como desaparecida após o encerramento das buscas.
O órgão afirmou ainda que nenhuma parte do avião foi localizada durante as buscas. Por conta de não haver pistas sobre o paradeiro da aeronave, não houve a possibilidade de uma investigação sobre o caso e, por isso, ele “não consta em acervo de registros a respeito da ocorrência”.
Piloto experiente
Quando desapareceu, o avião sobrevoava o Oceano Pacífico. O piloto da aeronave, Gilberto Araújo Silva, era experiente.
Gilberto era famoso na aviação brasileira por estar em um avião da Varig que caiu em 1973, em Paris. À época, ao lado do comandante Antônio Fuzimoto, ele evitou que a aeronave caísse em uma área residencial, impedindo uma tragédia ainda maior.
Em entrevista ao Fantástico, em 2009, o amigo de Gilberto e aviador Oswaldo Profeta contou que estranhou o piloto não ter tentado um novo contato com a torre de controle na noite de 30 de janeiro de 1979.
“O que eu acho mais estranho é que o Gilberto era um homem experiente. Ele teria feito contatos […] Criaram muitas teorias absurdas aí, até a de um disco voador. Um objeto não-identificado teria derrubado o meu amigo Gilberto”, disse Oswaldo, que morreu em 2022.
Teorias da conspiração
Além da história do disco voador citada por Oswaldo ao Fantástico, outra teoria conspiratória bastante conhecida é a de que o avião teria sido abatido por soviéticos. Isso teria acontecido após a aeronave ter saído da rota e invadido o espaço aéreo da União Soviética.
Conspiracionistas também levantaram a hipótese de o avião ter sido sequestrado por colecionadores de arte, já que a aeronave estava carregando diversas obras.
Uma reportagem do jornal “Folha de S.Paulo”, de 1º de fevereiro de 1979, afirma que 53 quadros do pintor Manabu Mabe estavam a bordo do avião. As obras, segundo o jornal, eram avaliadas em US$ 1,2 milhão.
Nenhuma dessas teorias jamais foi confirmada pelas autoridades.
Expedição por outro mistério
Imagem pode ser a chave para o mistério sobre o desaparecimento da aviadora Amelia Earhart
Recentemente, imagens feitas por um sonar identificaram o que pode ser um avião afundado na região central do Oceano Pacífico.
A expedição, comandada pela empresa norte-americana Deep Sea Vision, acredita que pode ter encontrado uma aeronave que desapareceu muito antes do voo da Varig de 1979: o de Amelia Earhart, em 1937.
A aviadora norte-americana desapareceu enquanto tentava dar a volta ao mundo. Quase 90 anos depois, o paradeiro da aeronave e de Amelia continuam sendo um mistério da aviação.
A imagem capturada pelo sonar da empresa indica o que parece ser a silhueta de um o Lockheed 10-E Electra, modelo pilotado por Amelia. No entanto, ainda é cedo para dizer se, de fato, uma aeronave foi encontrada.
A expectativa é de que uma nova missão seja feita pela empresa na região, em 2025, para novos estudos. O objetivo é fazer imagens mais nítidas e detalhadas.
Créditos: G1.