A Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte rejeitou, por onze votos contra cinco, a proposta da deputada estadual Isolda Dantas (PT) para realizar uma sessão solene em homenagem aos 40 anos de criação do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), que ocorreu em 22 de janeiro.
Durante a votação, 19 deputados estavam presentes. Onze deles votaram contra o requerimento: Adjuto Dias (MDB), Dr. Kerginaldo, Galeno Torquato, Gustavo Carvalho, José Dias, Tomba Farias (PSDB), Neilton Diógenes (PP), Terezinha Maia (PL), Cristiane Dantas, Luiz Eduardo (SDD) e Taveira Júnior (União Brasil). Os cinco votos favoráveis vieram dos deputados Eudiane Macedo, George Soares (PV), Nelter Queiroz (PSDB), Isolda Dantas e Francisco do PT.
Alguns parlamentares aliados de Isolda Dantas estavam ausentes, como Divaneide Basílio (PT), Ubaldo Fernandes, Dr. Bernardo (PSDB), Hermano Morais (PV), Ivanilson Oliveira (União Brasil) e Coronel Azevedo (PL). Outros dois deputados, o presidente da Casa, Ezequiel Ferreira (PSDB), e Kleber Rodrigues (PSDB), justificaram suas ausências.
O MST é conhecido por suas invasões e ataques, inclusive contra o Congresso Nacional. Desde o início do mandato do presidente Lula da Silva, o movimento invadiu mais terras do que nos quatro anos anteriores, incluindo áreas produtivas, como na Bahia.
No ano passado, uma CPI foi instaurada na Câmara Federal para investigar denúncias relacionadas ao MST. Ex-membros do movimento revelaram ameaças e até mesmo atentados contra aqueles que não seguiam suas orientações políticas.
A deputada Isolda Dantas tentou aprovar o requerimento para a sessão solene em três ocasiões. Na terça-feira (6), o líder do bloco PL/PP/MDB, Coronel Azevedo, declarou obstrução, sendo apoiado pelo deputado José Dias (PSDB). No dia seguinte, quarta-feira (7), os deputados Galeno Torquato e Dias (PSDB) e Adjuto Dias (MDB) também declararam obstrução à votação da homenagem ao MST, que também não foi votada na sessão de terça-feira (12).
Na oportunidade, tanto Azevedo quanto José Dias argumentaram que, caso a matéria fosse aprovada, a Assembleia estaria autorizando uma homenagem a “um grupo criminoso”.
Líder do PT na Assembleia, a deputada Isolda Dantas parabenizou o MST, mesmo com a derrota em plenário: “Eu seguirei com muito orgulho de dizer que sou a deputada do MST”.
No ano passado, a parlamentar chegou a defender a invasão de terras por parte do MST durante visita a uma assentamento em Mossoró. Na época, Isolda disse que a ação era realizada por necessidade o que justificariam os atos.
O líder do governo, Francisco do PT, destacou que “tem matérias que por sua natureza levantam polêmicas e ai se decide novo voto”. Daí, exemplificou a conversa que teve com o deputado Luiz Eduardo (SDD) para se garantir quórum para votar todas as matérias, da oposição e situação, “e ai cada um vota de acordo com a sua consciência”.
PLACAR
Votos contra a homenagem
- Adjuto Dias (MDB)
- Dr. Kerginaldo (PSDB)
- Galeno Torquato (PSDB)
- Gustavo Carvalho (PSDB)
- José Dias (PSDB)
- Tomba Farias (PSDB)
- Neilton Diógenes (PP)
- Terezinha Maia (PL)
- Cristiane Dantas (SDD)
- Luiz Eduardo (SDD)
- Taveira Júnior (União Brasil)
Votos a favor da homenagem
- Eudiane Macedo (PV)
- George Soares (PV)
- Nelter Queiroz (PSDB)
- Isolda Dantas (PT)
- Francisco do PT PT
As informações são da Assembleia Legislativa do RN