As ações da Petrobras enfrentaram uma queda expressiva nesta sexta-feira, perdendo mais de R$ 70 bilhões em valor de mercado, após a estatal não anunciar o pagamento de dividendos extraordinários junto com a divulgação do resultado trimestral, desapontando investidores.
Por volta de 12h15, os papéis preferenciais caíram 11,04%, atingindo R$ 35,93, enquanto as ações ordinárias registraram uma queda de 12,19%, chegando a R$ 36,23. Essas perdas representam uma perda de R$ 62,4 bilhões em valor de mercado, liderando as quedas no Ibovespa, que cedia 1,36%.
Caso essas quedas se confirmem no fechamento do mercado, serão os piores desempenhos percentuais em um único dia desde fevereiro de 2021. No ponto mais baixo, as PNs recuaram 13,1%, atingindo R$ 35,10, e as ONs caíram 14%, chegando a R$ 35,47, resultando em uma perda de R$ 72,7 bilhões em valor de mercado.
A Petrobras divulgou um lucro líquido de R$ 31 bilhões referente ao quarto trimestre, com uma queda de 28,4% em comparação ao mesmo período do ano anterior, influenciado pela diminuição do preço do petróleo, despesas com baixas contábeis e abandono de áreas.
Apesar da proposta de distribuição de dividendos ordinários de R$ 14,2 bilhões, a decisão de não realizar pagamento extra desapontou o mercado. Analistas do Bradesco BBI afirmaram que a Petrobras optou por reter caixa, enquanto as expectativas do mercado apontavam para pagamentos extraordinários de US$ 4 bilhões a US$ 5 bilhões em 2023.
A reação do mercado foi imediata, com o Bradesco BBI reduzindo sua premissa de dividendos extraordinários para US$ 2 bilhões por ano, abaixo dos US$ 5 bilhões anteriormente projetados. Analistas do Santander e Bank of America também cortaram recomendações e preços-alvo das ações, citando expectativas mais baixas de retorno de caixa e maior percepção de risco.
A Petrobras, conhecida por ser uma grande pagadora de dividendos, viu suas ações serem impactadas pela mensagem de que os investidores devem esperar apenas dividendos mínimos. Analistas do JPMorgan destacaram que o pagamento do quarto trimestre representa um baixo rendimento de dividendos em 2024, “substancialmente abaixo dos pares”.
A decisão da Petrobras continuará a ser debatida, com analistas do BTG Pactual sugerindo uma possível reavaliação da decisão de não distribuir dividendos adicionais, enquanto a empresa enfrenta desafios em manter a satisfação dos investidores diante das incertezas sobre sua política de alocação de capital de curto prazo.
Com informações da Forbes Brasil.