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Pré-candidata à prefeitura de São Paulo pelo PSB pediu suspensão de publicação em que adversário não informa a intenção de voto da deputada
A deputada federal e pré-candidata à prefeitura de São Paulo, Tabata Amaral(PSB), protocolou nesta terça-feira uma representação contra o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL), seu adversário na disputa municipal, por suposta prática de divulgação irregular de pesquisa eleitoral.
No documento obtido pelo O GLOBO e endereçado ao Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP), a deputada acusa Boulos de omitir, “de forma deliberada”, dados estatísticos de uma pesquisa eleitoral em uma publicação em seu Instagram “com a intenção vil de manipular e ludibriar o eleitorado, além de omitir informações públicas em seu próprio benefício”. Ela solicita a imediata suspensão da publicação de Boulos, bem como a aplicação de multa e comunicação ao Ministério Público para avaliação de possível crime eleitoral.
A representação refere-se a uma publicação de Boulos na qual a intenção de voto na deputada do PSB não foi mencionada. Essa postagem, na qual Boulos se apresentava como líder “contra qualquer adversário”, foi removida e substituída por outra na qual ele afirma liderar contra qualquer “bolsonarista”.
A publicação de Boulos, porém, mistura os percentuais de dois cenários da pesquisa: um com o deputado federal Ricardo Salles e outro com o senador Marcos Pontes. Ele inclui os dois possíveis adversários, ambos do mesmo partido, na mesma postagem, embora eles não pudessem concorrer simultaneamente.
“O representado (Boulos) está propagando informação manipulada, desinformando o eleitor paulistano”, diz Tabata na ação assinada pelos advogados Cristiano Vilela de Pinho, Fátima Cristina Pires Miranda e Priscila Lima Aguiar Fernandes. “Soma-se a isso, ainda, o fato de referida publicação ter sido publicada em uma grande rede social como o Instagram, cujo alcance é imensurável. Por conta disso, o volume de eleitores envolvidos é de imensa proporção.”
A pré-candidata também aponta que a publicação de Boulos não informou o nível de confiança atribuído à pesquisa, o que, segundo resolução do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), é obrigatório. A divulgação de pesquisa fraudulenta constitui crime, punível com detenção de seis meses a um ano e multa no valor de R$ 53.205,00 a R$ 106.410,00.
Procurado, Boulos não se manifestou.
O Globo