Foto: Jonathan Borba/Unsplash
Movimento é explicado pelo histórico das cotações do bitcoin este ano em meio ao rali da aprovação dos ETFs
Bitcoin (BTC), Ethereum (ETH) e outras criptomoedas estão caindo hoje em um movimento de correção depois da forte alta das últimas semanas. Para entender os motivos da baixa, é preciso conhecer quais foram os principais impulsionadores do preço dos criptoativos este ano até agora.
Depois de um rali de mais de 100% de alta no ano passado por causa das expectativas pela aprovação dos primeiros fundos negociados em bolsa (ETFs) à vista de bitcoin nos Estados Unidos, as criptomoedas registraram quedas nos dias seguintes ao início de negociação dos fundos.
O motivo foi que um dos ETFs aprovados, o GBTC, da Grayscale, teve saques bilionários depois de ser convertido para o novo formato a partir de um trust no qual os investidores demoravam meses para poder retirar seu dinheiro. Com a nova liquidez, cotistas aproveitaram para encerrar suas posições. Os saques somavam US$ 7 bilhões até segunda-feira (19), mas com uma sensível queda no ritmo dos fluxos de saída nas últimas duas semanas.
Ao mesmo tempo em que o GBTC tinha retiradas, os ETFs da BlackRock e da Fidelity cresceram em depósitos dos investidores. Juntos, os dois fundos já têm mais de US$ 10 bilhões em ativos sob gestão. A diminuição no ritmo de retiradas do GBTC, conjugada aos fluxos de entradas dos demais ETFs, levou o bitcoin e as outras criptomoedas a se valorizarem fortemente.
Da mínima posterior ao lançamento dos ETFs, no dia 23 de janeiro, quando o bitcoin chegou a operar cotado a US$ 38.547 por unidade, até sua máxima ontem, nos US$ 52.937, o bitcoin disparou 37,33%. Segunda maior criptomoeda do mundo em valor de mercado, o ether (ETH), no mesmo período, valorizou-se em 39,63%, alcançando os US$ 3.030 ontem. Foi a primeira vez que a moeda digital passou dos US$ 3 mil desde 26 de abril de 2022.
Diante de movimentos tão fortes de alta, especialistas consideram que a correção hoje é natural, pois os investidores que viram suas criptomoedas se valorizarem começam a vender os tokens para embolsar os lucros. Especuladores que apostam em um recuo do bitcoin por meio de vendas a descoberto na criptomoeda também aproveitam o momento para reforçarem suas posições, causando uma pressão baixista no preço.
Vinicius Bazan, head de análise da Empiricus, ressalta que a queda do bitcoin hoje, apesar de não tão grande em termos percentuais, está puxando para baixo o desempenho das demais criptomoedas. “Acredito que se a dificuldade em superar os US$ 52 mil continuar pelos próximos dias, podemos ver um período de correção para a casa dos US$ 45 mil antes de um novo rali”, afirma.
Já Fernando Pereira, analista da Bitget, acredita que a queda é de curto prazo, apenas uma correção para depois o bitcoin voltar a buscar novas máximas no ano. Usando análise técnica, ele diz que o volume baixo de negociação de bitcoin nos dias negativos indica que a resistência dos US$ 52.800 é de curto prazo e deve ser rompida em breve. “O baixo volume vendedor indica apenas um pullback, e não uma reversão mais forte”, afirma.
Às 14h23 (horário de Brasília) o ether tem leve baixa de 0,13% a US$ 2.914 e o bitcoin cai 0,27% a US$ 51.239 após ambas as criptomoedas terem recuado mais de 1% mais cedo.
Valor Econômico