Eleito presidente em dezembro do ano passado com o objetivo de reposicionar o Santos na elite do futebol nacional, Marcelo Teixeira enfrenta um início de ano com resultados surpreendentes no campo, considerando o processo de reformulação do clube. No entanto, desde que assumiu, ele tem enfrentado diversas prioridades, entre as quais se destacam a administração de um déficit de R$ 65 milhões herdado da gestão anterior, a formação de uma equipe capaz de garantir o acesso à Série B do Brasileiro e a possibilidade de repatriar o atacante Neymar, atualmente atuando no futebol da Arábia Saudita.
Em uma entrevista ao GE.com, o dirigente compartilhou suas reflexões sobre o início de seu trabalho e apontou as questões mais urgentes a serem abordadas para dar continuidade ao planejamento da diretoria para o clube. “Tenho sonhos que gostaria de concretizar de forma mais rápida. São sonhos cruciais.”
Colocar a casa em ordem é uma das prioridades fundamentais. O déficit no orçamento obrigou o clube a lidar com questões pendentes relacionadas a salários e direitos trabalhistas atrasados. Tudo isso ocorrendo simultaneamente à necessidade de planejar uma nova equipe, com um treinador recém-chegado, em um ano de disputas na Série B do Brasileiro.
“É uma situação gravíssima (dívida de R$ 65 milhões). Temos essa realidade e agora vamos buscar soluções. Temos a prioridade de saldar os compromissos salariais e os impostos. O departamento financeiro e jurídico estão trabalhando. Paralelamente, o Santos busca aumentar as suas receitas. É uma matemática difícil para equilibrar as despesas”, afirmou o dirigente.
O enxugamento da folha salarial foi uma das medidas tomadas para tentar reequilibrar as finanças do clube. Mas a diretoria ainda busca uma engenharia capaz de diminuir custos sem comprometer o desempenho da equipe em campo.
“Em 2023, considerando encargos, tínhamos uma folha de aproximadamente R$ 20 milhões. Hoje ela está na casa dos R$ 8 milhões. É um valor relativamente alto para a disputa da Série B Pretendíamos que estivesse entre R$ 5 milhões e R$ 6 milhões mas havia reposição de jogadores e também negociações de atletas”, comentou Teixeira.
Aos poucos a diretoria vem se adequando a essa nova realidade, mas uma reformulação traz sempre algumas pendências que ainda geram gastos para o clube. De acordo com o presidente, em alguns casos, o Santos continua assumindo parte dos vencimentos dos salários de jogadores emprestados, por exemplo.
A captação de recursos também foi abordada junto ao dirigente. O Santos tem uma proposta de um patrocínio master de uma casa de apostas, que hoje é ocupado pela Blaze, e pretende valorizar essa operação para conseguir um negócio satisfatório. “Vamos esgotar a Blaze e temos um prazo limite, estipulado para o departamento de marketing, para que haja a negociação.”
Sobre a oferta da casa de apostas pelo espaço na camisa, o dirigente falou até em valores. “Chega em R$ 135 milhões. São valores por metas, objetivos alcançados. Há um fixo e depois são metas a serem alcançadas pelo clube.”
Retorno de Neymar
No desfecho, o tema Neymar também foi abordado. O atleta marcou presença durante uma partida do Santos na Vila Belmiro, sendo calorosamente aclamado pelos torcedores. Em relação à especulação sobre uma possível operação para repatriá-lo, Teixeira adotou uma postura discreta.
“Não depende de nós. Ele tem contrato de dois anos com o Al-Hilal (até junho de 2025). Houve a fatalidade da contusão e não sei se ele vai ampliar o contrato, Na conversa que tive com o Neymar, entendi que é possível a extensão. Se isso acontecer, pelo tempo que ele ficou parado. Estamos acompanhando as tratativas quando ele ficará livre. Mas isso depende também da vontade do jogador.”
Com informações de Metrópoles