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A iminente posse de Flávio Dino como ministro do Supremo Tribunal Federal, marcada para o próximo dia 22, representa um ponto de virada inesperado na trajetória do político maranhense. Escolhido pelo presidente Lula para ocupar uma cadeira na mais alta corte do país, Dino trocará a política pelo Judiciário, uma mudança que tem deixado o próprio interessado desanimado.
Flávio Dino iniciou sua carreira política em 2006, quando optou por deixar a magistratura para se aventurar no cenário político. Ao longo dos anos, foi deputado federal, governador do Maranhão e, mais recentemente, assegurou uma cadeira no Senado com uma eleição tranquila em 2022. Sua jornada política ascendente o levou até a função de ministro da Justiça, onde ele se projetou como um potencial candidato à presidência após o mandato de Lula. No entanto, a nomeação para o STF alterou essa perspectiva, pelo menos temporariamente.
Conforme relatos de aliados próximos, Flávio Dino não recebeu com entusiasmo a indicação para o Supremo, em contraste com o otimismo que demonstrava em relação ao cargo de ministro da Justiça. Ele teria ficado “arrasado” com a nova missão, uma emoção que poucos têm experimentado em situações semelhantes.
Durante seus últimos dias como ministro da Justiça, Dino fez questão de apresentar um balanço detalhado de sua gestão, mencionando que esvaziava suas gavetas “com muita dor no coração”. Em sua despedida, passou o bastão para o sucessor Ricardo Lewandowski com emoção visível.
A nomeação de Dino para o Supremo gerou descontentamento dentro de seu partido, o PSB, que via no político maranhense uma forte esperança para uma candidatura presidencial competitiva no futuro. Internamente, a indicação foi recebida como uma tragédia, com alguns membros comparando-a a um “novo avião caído”. No entanto, há quem veja a possibilidade de um desfecho diferente, destacando que, desta vez, há um sobrevivente.
Apesar do desânimo inicial, Dino ainda mantém a esperança de retornar à política após sua passagem pelo Supremo. Como ministro da corte, ele poderá permanecer no cargo até atingir os 75 anos, o que lhe dá uma extensa janela de tempo para exercer sua influência. No entanto, a história mostra que esse período pode ser encurtado por diversos motivos, políticos ou não, como já aconteceu com outros ex-ministros do Supremo Tribunal Federal. Essa possibilidade tem sido discutida entre os aliados de Flávio Dino com frequência.
Com informações da VEJA.