A BR-381/MG, no trecho entre Belo Horizonte e Governador Valadares, entra em 2025 em uma fase decisiva para sua mudança de identidade. Conhecida nacionalmente como Rodovia da Morte, a estrada passa a ser operada pela iniciativa privada com cobrança de pedágio, início das obras de duplicação e ampliação dos serviços de atendimento ao usuário, visando reduzir acidentes e transformar o principal corredor logístico do leste de Minas em uma via mais segura e eficiente.
Por que a BR-381/MG ficou conhecida como Rodovia da Morte?
Os números de 2023 ajudam a explicar a urgência da transformação. De acordo com dados da Agência Gov, a BR-381/MG registrou 2.641 acidentes e 171 mortes naquele ano, ainda sob gestão federal direta, em um cenário de pista simples, tráfego intenso de caminhões e travessias urbanas perigosas.
O apelido Rodovia da Morte está ligado principalmente às colisões frontais em rodovia de pista simples, com grande volume de veículos pesados. A expectativa da Agência Gov é que a duplicação e a construção de faixas adicionais reduzam esse tipo de ocorrência, hoje a principal causa de óbitos no trecho mineiro. Veja os detalhes da rodovia:
- Trecho entre Belo Horizonte e Governador Valadares apresenta alto índice histórico de acidentes graves e fatais.
- Pista simples em grande parte do percurso, favorecendo colisões frontais em ultrapassagens arriscadas.
- Curvas acentuadas, tráfego intenso de caminhões e falta de acostamentos seguros em vários segmentos.
- Problemas estruturais acumulados por décadas, com obras atrasadas e manutenção insuficiente.
- Reputação consolidada ao longo dos anos pela combinação de fluxo elevado, infraestrutura limitada e grande número de mortes.
Quanto custa a nova fase com pedágio na BR-381/MG?
A mudança mais visível começou em novembro de 2025, com o início da cobrança de pedágio em diferentes praças ao longo da BR-381/MG. Em Jaguaraçu, ponto estratégico para quem atravessa o Vale do Aço, a tarifa básica foi fixada em R$ 15,10, e praças como Belo Oriente e Governador Valadares também passaram a operar para financiar obras e serviços.
O modelo segue a lógica do usuário-pagador, em que quem utiliza a rodovia contribui diretamente para sua manutenção e ampliação. Para reduzir o impacto sobre moradores locais, o contrato prevê o Desconto de Usuário Frequente (DUF), com redução progressiva da tarifa para quem passa repetidamente pela mesma praça ao longo do mês.
Como a duplicação da BR-381/MG vai mudar a Rodovia da Morte?
A transformação da BR-381/MG em um corredor logístico moderno passa principalmente pela duplicação entre Caeté e Governador Valadares. Estão previstas faixas adicionais, túneis, melhorias em curvas e acessos, com investimento privado estimado entre R$ 5,5 bilhões e R$ 6 bilhões, além de serviços 24 horas com guinchos, ambulâncias e inspeção de tráfego.
Houve divisão de responsabilidades entre o setor público e a iniciativa privada. O DNIT assumiu os trechos mais complexos, como os Lotes 8A e 8B, na saída de Belo Horizonte, onde há ocupação urbana desordenada e necessidade de reassentamento de famílias, reduzindo riscos do projeto e tornando-o mais financiável.
| Aspecto / Situação | Antes da duplicação / obras | Depois da duplicação / obras previstas |
|---|---|---|
| Segurança no trânsito | Altíssimo número de acidentes e mortes; histórico da “Rodovia da Morte”. | Redução de acidentes e severidade com trechos duplicados e correções de traçado; áreas de escape e passarelas para pedestres. |
| Capacidade viária / fluidez | Pista simples com gargalos e tráfego intenso, sem capacidade ideal para o volume de veículos. | Duplicação de ~106 km + faixas adicionais (83 km) melhora fluxo e reduz congestionamentos. |
| Economia / logística | Custos maiores de transporte devido a lentidão, risco e acidentes frequentes. | Melhor escoamento da produção industrial e agrícola, fortalecendo conexão entre Minas, SP e ES (corredor logístico). |
| Acesso / conforto dos usuários | Trechos sem infraestrutura de apoio (rest stops, áreas seguras) e com sinalização deficiente. | Novas áreas de parada e descanso, pontos de apoio operacional, atendimento emergencial e sinalização reforçada. |
| Emprego / desenvolvimento | Limitados por baixa qualidade da rodovia e risco permanente. | Criação de empregos diretos/indiretos e estímulo econômico regional com amplo investimento. |
| Pedágio / custos ao usuário | Sem pedágio, mas com rodovia de baixa qualidade. | Cobrança de pedágio prevista, com tarifa menor e descontos para usuários frequentes. |
Quais são os principais desafios de logística e coordenação das obras?
Especialistas apontam para um desafio de coordenação entre DNIT e concessionária. O trecho entre o Anel Rodoviário de BH e Caeté, ainda sob comando do DNIT, é visto como o principal gargalo logístico de Minas, com risco de “efeito funil” se a duplicação avançar mais rápido entre Caeté e Governador Valadares.
Os primeiros anos do contrato concentram projetos, licenças e intervenções iniciais, e as grandes frentes de duplicação tendem a ficar mais visíveis após dois a três anos. Enquanto isso, a Nova 381 informou, nos primeiros 40 dias de operação, a aplicação de mais de 48 toneladas de massa asfáltica em ações emergenciais de recuperação de pista. A meta do governo federal, da ANTT e da concessionária é substituir o rótulo de Rodovia da Morte por uma percepção de estrada segura e estruturada. Projeções oficiais indicam geração de cerca de 80 mil empregos diretos e indiretos em 30 anos e impacto importante na economia do leste mineiro, especialmente na mineração, siderurgia e serviços logísticos. Veja mais detalhes da rodovia no vídeo divulgado pelo CanalGov no TikTok:
@canalgov O FUTURO DA BR-381, A ‘RODOVIA DA MORTE’ | Conhecida popularmente como a “Rodovia da Morte” por conta do alto índice de acidentes, a BR-381/MG terá finalmente contrato de concessão assinado pelo ministro dos Transportes, Renan Filho, em cerimônia com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A concessão promete mudar o cenário da BR, com mais de R$ 9 bilhões de investimentos em melhorias, como a duplicação de 106 km. A rodovia passou por três leilões frustrados, sem propostas, até que em agosto do ano passado, após anúncio do presidente e reestruturação do projeto pela pasta, três empresas se interessaram pela concessão. A 4UM Investimentos em Infraestrutura de Responsabilidade Limitada (Corretora Sita Investimentos) venceu o leilão, que tem como uma das marcas a estimativa de gerar cerca de 80 mil empregos diretos, indiretos e efeito-renda. #rodoviadamorte #br381 #transportes #governofederal #estradas #noticias ♬ som original – CanalGov
FAQ sobre a BR-381/MG
- A duplicação da BR-381/MG será completa em todo o trecho mineiro? Não. A concessão cobre prioritariamente o trecho entre Caeté e Governador Valadares. A saída de Belo Horizonte, entre o Anel Rodoviário e Caeté, permanece sob responsabilidade do DNIT, com projetos próprios de duplicação e reassentamento.
- Quanto tempo deve levar para as principais obras de duplicação aparecerem para quem trafega na rodovia? As grandes frentes de duplicação tendem a ficar mais visíveis a partir de dois a três anos de operação plena da concessão, após a etapa de projetos e licenciamento.
- O pedágio da BR-381/MG pode sofrer reajustes ao longo do contrato? Sim. As tarifas são atualizadas periodicamente conforme regras da ANTT, considerando inflação e eventuais reequilíbrios econômico-financeiros aprovados pela agência.
- Haverá passarelas e acessos novos para comunidades ao longo da rodovia? Estão previstas obras de segurança para pedestres e acessos locais, como passarelas, retornos, vias marginais e adequação de interseções, detalhadas nos projetos executivos da concessionária e do DNIT.