A justiça garantiu uma vitória expressiva ao condenar uma companhia aérea a pagar uma alta soma por um erro tecnológico que impediu o embarque. A decisão reafirma que a falha no sistema operacional da empresa não pode ser transferida ao cliente, gerando indenização de R$ 20 mil por danos morais.
Por que o erro no check-in gera uma reparação tão alta?
O tribunal entendeu que impedir o embarque de um cliente que chegou no horário configura uma falha grave na prestação de serviço. O valor de R$ 20 mil reflete não apenas o transtorno vivido, mas também o caráter punitivo para evitar que a negligência corporativa se repita com outros viajantes.
A alegação de problemas técnicos internos não isenta a empresa de sua responsabilidade objetiva perante o consumidor. Quando a tecnologia falha, o suporte humano deve ser imediato e eficaz, o que raramente ocorre nesses cenários de caos no aeroporto.
Como provar que a perda do voo não foi culpa do passageiro?
Para vencer a disputa judicial, é fundamental demonstrar que o passageiro estava presente e apto para embarcar no momento correto. A justiça exige evidências de que o bloqueio ocorreu por erro exclusivo da companhia, descartando a hipótese de no-show (não comparecimento) por atraso do cliente.
Registros visuais e documentais são as armas mais fortes contra a defesa das empresas aéreas. Prints de tentativas de check-in online falhas e fotos dos painéis no aeroporto servem como prova cabal da tentativa frustrada de viagem.
Quais documentos são essenciais para entrar com o processo?
A construção de um caso sólido depende da organização das provas coletadas ainda no calor do momento. Sem esses registros, a empresa pode alegar que o passageiro simplesmente não compareceu ao portão de embarque.
Antes de deixar o aeroporto, certifique-se de reunir os seguintes itens para fundamentar seu pedido de indenização:
| Item | Para que serve | Prioridade |
|---|---|---|
| Declaração de contingência/atraso | Documento emitido pela companhia aérea confirmando a contingência ou o atraso. | Alta |
| Cartão de embarque / comprovante de reserva | Prova da reserva confirmada e do vínculo com o voo afetado. | Alta |
| Fotos do sistema ou do balcão | Registro do erro no momento do atendimento (tela do sistema, painel, balcão ou filas). | Média |
O dano moral se aplica automaticamente nestes casos?
A jurisprudência atual tende a reconhecer o dano moral presumido quando a falha da empresa frustra completamente a viagem. O sofrimento psicológico, a angústia da espera e a perda de compromissos no destino configuram um abalo emocional que vai muito além do mero aborrecimento cotidiano.
Não é necessário provar humilhação pública, basta comprovar que o serviço contratado não foi entregue por incompetência técnica da transportadora. A lei protege a vulnerabilidade do consumidor diante de sistemas complexos que ele não pode controlar.
Busque reparação imediata para garantir seus direitos
A condenação em R$ 20 mil serve como um alerta importante para que os passageiros não aceitem desculpas vagas ou vouchers de valor irrisório. A justiça está atenta aos abusos cometidos sob a justificativa de “erros sistêmicos”.
- Recuse acordos verbais que não cubram a totalidade dos danos.
- Guarde todos os recibos de gastos extras com alimentação e transporte.
- Procure orientação jurídica especializada logo após o incidente.