O início das obras do Arco Metropolitano de Pernambuco marca uma nova fase na logística da Região Metropolitana do Recife. Após mais de uma década de anúncios e expectativas, o governo estadual autorizou na sexta-feira (12/12) a construção do primeiro trecho efetivo do corredor, que vai ligar a BR-232, em Moreno, à BR-101, no Cabo de Santo Agostinho, com o objetivo de redistribuir o tráfego de caminhões e aliviar a sobrecarga na BR-101 urbana.
Como será o Arco Metropolitano de Pernambuco?
O Arco Viário Metropolitano é uma rodovia de contorno planejada para desviar parte do tráfego pesado que hoje passa pelas principais vias da Grande Recife. O trecho autorizado corresponde ao Segmento 2 do Lote 2 do trecho Sul, com 25,32 quilômetros de extensão, atuando como rota paralela à BR-101.
Segundo o Departamento de Estradas e Rodagem (DER), esse segmento é estratégico para reorganizar a circulação viária e reduzir o trânsito de caminhões na BR-101, especialmente os que se dirigem ao Porto de Suape. A expectativa é diminuir congestionamentos, acidentes e desgaste de vias internas, além de facilitar o transporte de cargas entre o litoral e o interior.
Quais os prazos da obra do Arco Metropolitano?
Segundo o DER, as obras começam em duas frentes simultâneas: uma a partir da BR-232 em direção à BR-101, e outra no sentido inverso. O órgão afirma que já existem licenças ambientais de instalação e desapropriações necessárias para esse primeiro trecho, com investimento estimado em R$ 632 milhões pelo programa PE na Estrada.
O planejamento inicial prevê prazo de até dois anos para concluir os 25 quilômetros, embora o governo busque reduzir esse período em parceria com a empresa responsável. O projeto completo do trecho Sul inclui ainda cerca de 20 quilômetros adicionais, e novas licitações estão previstas para o trecho Norte, entre a BR-408, em Paudalho, e a BR-101, em Goiana.
- Trecho autorizado: 25,32 km (trecho Sul – Segmento 2 do Lote 2)
- Investimento previsto: cerca de R$ 632 milhões
- Início imediato com duas frentes de trabalho
- Prazo estimado: até 24 meses, com tentativa de encurtar o cronograma
- Obras futuras: cerca de 20 km restantes do Sul e todo o trecho Norte
Quais são os desafios ambientais e jurídicos no trecho Norte?
Enquanto o trecho Sul avança, o trecho Norte do Arco Metropolitano concentra as principais controvérsias. A proposta é conectar a BR-408, em Paudalho, à BR-101, em Goiana, passando pela Área de Preservação Ambiental (APA) Aldeia/Beberibe, uma região de Mata Atlântica que abrange oito municípios.
Ambientalistas alertam para risco de supressão de vegetação nativa e fragmentação de corredores ecológicos, o que já motivou ações do Ministério Público e decisões judiciais. A discussão envolve estudos de impacto ambiental, avaliação de rotas alternativas, medidas mitigadoras e compensações para conciliar logística, desenvolvimento econômico e proteção da biodiversidade:
- Preocupação com corte de vegetação da Mata Atlântica na APA Aldeia/Beberibe;
- Debate sobre preservação de corredores ecológicos e fauna local;
- Judicialização de licenças e editais de estudo e construção;
- Necessidade de conciliar logística, desenvolvimento econômico e proteção ambiental.
Veja mais detalhes sobre o projeto no vídeo divulgado pela Secretaria de Mobilidade e Infraestrutura – PE, via Instagram:
Quais os benefícios do projeto para economia e mobilidade?
O governo de Pernambuco projeta que o Arco Metropolitano funcione como indutor de desenvolvimento, especialmente para a Mata Norte, o Agreste e o Sertão. Ao encurtar o tempo de viagem e melhorar a ligação com o Porto de Suape e com as principais rodovias federais, a nova via tende a tornar o estado mais competitivo para indústrias e centros de distribuição.
Na mobilidade cotidiana, a aposta é na redução do tempo de deslocamento entre casa e trabalho, sobretudo para quem depende da BR-101 urbana e da BR-232 em horários de pico. Com o desvio de caminhões para o Arco, espera-se menor saturação nas vias atuais e maior previsibilidade para ônibus, veículos de passeio e serviços essenciais. Veja os benefícios para a região:
| Aspecto | Antes do Arco | Depois do Arco |
|---|---|---|
| Mobilidade urbana | • Tráfego pesado cruzando áreas urbanas• Congestionamentos frequentes• Maior tempo de deslocamento | • Desvio de caminhões do perímetro urbano• Trânsito mais fluido• Redução do tempo de viagem |
| Logística e transporte | • Custos logísticos elevados• Rotas mais longas e lentas | • Rotas mais curtas e rápidas• Menor custo operacional para empresas |
| Economia regional | • Baixa integração entre polos produtivos• Menor competitividade | • Integração entre portos, indústrias e centros logísticos• Aumento da competitividade regional |
| Desenvolvimento local | • Pouca atração de novos investimentos• Crescimento limitado no entorno | • Valorização de áreas próximas• Atração de novos empreendimentos |
| Segurança viária | • Convivência entre tráfego urbano e pesado• Maior risco de acidentes | • Separação dos fluxos de veículos• Redução de acidentes graves |
| Impacto ambiental urbano | • Poluição concentrada nos centros urbanos• Ruído elevado | • Menor emissão em áreas urbanas• Melhoria da qualidade de vida |
FAQ sobre Arco Metropolitano de Pernambuco
- Haverá cobrança de pedágio no Arco Metropolitano? Ainda não há definição oficial sobre pedágio. O modelo de operação (pública ou concedida) deve ser definido nas próximas fases do projeto.
- Quais municípios serão diretamente impactados pelo trecho já autorizado? O primeiro trecho conecta Moreno ao Cabo de Santo Agostinho, impactando áreas do Grande Recife e municípios do entorno, sobretudo no fluxo logístico e urbano.
- O Arco terá acessos para veículos locais ou será exclusivo para caminhões? A rodovia é pensada principalmente para o tráfego pesado, mas contará com acessos estratégicos que também poderão ser usados por veículos leves.