O episódio envolvendo o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, e o deputado Glauber Braga movimentou o noticiário político em Brasília e gerou debates sobre limites de atuação parlamentar, funcionamento das instituições, liberdade de imprensa e possíveis punições disciplinares dentro do Legislativo.
Como foi a ação de Glauber Braga na Mesa Diretora da Câmara?
Na tarde desta terça-feira (9/12), Glauber Braga decidiu sentar na cadeira da Presidência da Câmara, na Mesa Diretora, em um gesto de protesto contra o encaminhamento dos trabalhos e decisões da condução da sessão. Ao se recusar a deixar o assento, o parlamentar tensionou o ambiente no plenário e interrompeu o andamento dos debates legislativos, até a chegada da Polícia Legislativa.
O presidente da Câmara, Hugo Motta, avaliou que o ato não se limitou a um gesto simbólico, mas constituiu tentativa de impedir o funcionamento regular da Câmara dos Deputados. Em rede social, afirmou que, ao ocupar a cadeira da Presidência, Braga desrespeitou não apenas quem preside a sessão, mas a própria instituição, lembrando ainda protestos anteriores, como a greve de fome em comissão. Veja as imagens (reprodução/CNN/X):
🚨URGENTE: Polícia Legislativa retira a força Glauber Braga após o deputado sentar na cadeira de Hugo Motta, presidente da Câmara dos Deputados. pic.twitter.com/1sy2pHhCxv
— CHOQUEI (@choquei) December 9, 2025
Como Hugo Motta reagiu ao episódio?
Em manifestações públicas, Hugo Motta classificou a ação de Glauber Braga como “intimidação travestida de ato político” e ressaltou que o deputado seria “reincidente” em atitudes que, segundo ele, atrapalham os trabalhos. Para Motta, grupos que se dizem defensores da democracia não podem, ao mesmo tempo, criar obstáculos ao funcionamento das instituições.
Ele também comparou a postura do grupo ao que chamou de lógica dos extremistas, afirmando que o extremismo não teria lado definido e só reconheceria a própria posição como válida. Nesse contexto, anunciou que a possível cassação do mandato de Glauber Braga deve ser analisada pelo plenário, uma das punições mais severas previstas e que depende da maioria dos deputados.
Como a TV Câmara reagiu?
Enquanto o impasse se desenrolava no plenário, a TV Câmara interrompeu a transmissão da sessão, o que chamou a atenção de entidades de comunicação. Jornalistas presentes relataram que a Polícia Legislativa agiu com forte truculência na retirada de Glauber Braga, imagens que circularam nas redes sociais e geraram questionamentos sobre o uso da força.
Diante das críticas, Hugo Motta afirmou ter determinado a apuração de “possíveis excessos” na atuação contra a imprensa e na retirada do parlamentar. A Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert) divulgou nota de repúdio ao que considerou “cerceamento” à liberdade de imprensa, ampliando o debate sobre transparência e publicidade dos atos do Legislativo.
Quais são os próximos passos e possíveis desdobramentos no Legislativo?
Com o anúncio de que a cassação de Glauber Braga pode ser analisada pelo plenário, o episódio tende a gerar efeitos além da cena registrada em plenário. A eventual abertura de processo disciplinar ou de cassação seguirá ritos internos da Câmara, envolvendo Conselho de Ética, pareceres e votação final em plenário, sob forte observação pública.
Especialistas em Direito Constitucional e regimento interno destacam que casos assim testam o equilíbrio entre liberdade de expressão parlamentar e respeito às normas de funcionamento da Casa. A forma como a TV Câmara e a imprensa cobrem episódios de alta tensão política também seguirá em debate, influenciando a percepção sobre transparência institucional.
FAQ sobre Glauber Braga e Hugo Motta
- Glauber Braga já havia protagonizado outros protestos na Câmara? Sim. Hugo Motta citou que o deputado já havia ocupado uma comissão em contexto de greve de fome por mais de uma semana, em protesto contra decisões legislativas.
- A cassação de um deputado depende apenas do presidente da Câmara? Não. A cassação de mandato costuma passar por instâncias como o Conselho de Ética e precisa ser votada pelo plenário, exigindo apoio da maioria dos deputados.
- É comum a Polícia Legislativa intervir em protestos no plenário? A Polícia Legislativa pode ser acionada para garantir a ordem interna, mas intervenções físicas dessa natureza costumam ocorrer em situações consideradas extremas pela Mesa Diretora.
- A TV Câmara é obrigada a transmitir todos os momentos das sessões? A TV Câmara tem a função de dar transparência aos trabalhos, mas decisões sobre cortes ou interrupções de sinal podem ser tomadas internamente, o que frequentemente gera debate sobre publicidade dos atos.
