O novo pacote de investimentos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para a Aena Brasil destaca a modernização da infraestrutura aeroportuária e a geração de empregos no país até 2028. O banco aprovou apoio financeiro de R$ 4,64 bilhões para a empresa espanhola ampliar e revitalizar 11 aeroportos regionais e um dos terminais mais estratégicos do país, o Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, por meio de obras de grande porte, novo terminal de passageiros e melhorias operacionais em diferentes estados.
Quais os impactos do financiamento do BNDES para a Aena?
O financiamento do BNDES para a Aena sustenta um volume total de investimentos de R$ 5,7 bilhões, combinando subscrição de debêntures e linha de crédito tradicional. O foco é ampliar capacidade, elevar padrões de segurança e melhorar a experiência de passageiros, fortalecendo a aviação regional e nacional.
As intervenções devem movimentar a cadeia da construção civil, serviços e aviação comercial, com reflexos diretos no mercado de trabalho até o fim da década. Esse tipo de operação também reforça o papel do BNDES como indutor de investimentos de longo prazo em infraestrutura estratégica. Veja os principais impactos do projeto:
- Impactos econômicos
- Estímulo à geração de empregos diretos e indiretos durante obras e operação.
- Atração de novos investimentos privados e fortalecimento da economia regional.
- Aumento da arrecadação de municípios e estados devido ao maior fluxo de passageiros e serviços.
- Impactos na infraestrutura
- Melhoria de terminais, pistas e sistemas de segurança, elevando o padrão operacional.
- Ampliação da capacidade para receber mais voos e aeronaves maiores.
- Modernização tecnológica, com processos mais eficientes e redução de gargalos.
- Impactos sociais
- Maior conectividade para cidades médias e pequenas, facilitando deslocamentos e acesso a serviços.
- Redução do isolamento de regiões turísticas e industriais com pouca infraestrutura de transporte.
- Benefícios para o turismo, saúde e educação ao facilitar viagens rápidas.
- Impactos no setor aéreo
- Elevação da competitividade entre aeroportos regionais.
- Possível aumento de rotas, frequência de voos e entrada de novas companhias aéreas.
- Melhoria da experiência do passageiro, com serviços mais modernos e ágeis.
Como é estruturado o financiamento do BNDES para a Aena?
O financiamento combina duas frentes principais: o BNDES aprovou a subscrição de debêntures no valor de R$ 4,24 bilhões e um financiamento direto de R$ 400 milhões pela linha Finem, voltada a grandes projetos. Com as debêntures emitidas pela Aena (R$ 5,3 bilhões) e o crédito de longo prazo, o pacote financeiro destinado à companhia chega a R$ 5,7 bilhões.
A operação adota uma estrutura considerada inovadora, com opção de “repricing”, mecanismo que permite revisar condições financeiras em situações específicas. Desenvolvido por Aena, BNDES e Santander, esse modelo busca alinhar riscos e retornos ao andamento do projeto, garantindo previsibilidade durante as obras e a operação dos aeroportos.
Quais aeroportos serão modernizados e quais são os prazos?
O pacote de investimentos da Aena com apoio do BNDES abrange 11 aeroportos brasileiros, distribuídos em quatro estados. Em Mato Grosso do Sul, entram Campo Grande, Ponta Porã e Corumbá; no Pará, Santarém, Marabá, Carajás e Altamira; em Minas Gerais, Uberlândia, Uberaba e Montes Claros, além de Congonhas, em São Paulo, todos relevantes para a aviação regional.
Os prazos de execução variam conforme o grupo de aeroportos: nos terminais regionais, a previsão é concluir as intervenções até junho de 2026, enquanto em Congonhas o cronograma vai até junho de 2028, devido à complexidade do projeto. Em 2024, esses 11 aeroportos administrados pela Aena movimentaram 27,5 milhões de passageiros, cerca de 12,8% do total do sistema brasileiro.
Quais as principais mudanças previstas para o Aeroporto de Congonhas?
O destaque do pacote é Congonhas, um dos principais hubs domésticos do país, que receberá cerca de R$ 2 bilhões em investimentos. O foco é a construção de um novo terminal de passageiros, ampliando a área total de 40 mil para aproximadamente 105 mil metros quadrados e permitindo reorganizar fluxos de embarque, desembarque e serviços de apoio.
O plano inclui ainda a ampliação do pátio de aeronaves e a instalação de novas pontes de embarque, reduzindo o uso de ônibus e otimizando o tempo em solo. Essa modernização busca adequar o aeroporto ao crescimento da demanda, reforçando sua posição como uma das principais portas de entrada da aviação doméstica.
Quais os impactos econômicos do projeto?
O conjunto de obras apoiadas pelo BNDES e realizado pela Aena deve ter impacto direto na geração de empregos até 2028, mobilizando mão de obra em construção, engenharia, manutenção, tecnologia e serviços de apoio. Além dos postos diretos, há expectativa de forte efeito multiplicador na economia local e regional.
A modernização dos aeroportos tende a dinamizar o entorno dos terminais, estimulando atividades como hotelaria, alimentação, transporte terrestre e comércio. Entre os principais efeitos esperados, destacam-se:
- Fortalecimento do turismo e dos negócios em cidades como Campo Grande, Santarém e Uberlândia.
- Aumento da competitividade da aviação regional, com melhores conexões e infraestrutura.
- Expansão da malha aérea doméstica, apoiada pela ampliação de Congonhas.
- Estímulo a investimentos privados complementares em serviços e logística.
Veja os valores do projeto:
- Valor total de investimento: R$ 5,7 bilhões
- Financiamento BNDES (debêntures + Finem): R$ 4,64 bilhões
- Aeroportos atendidos: 11 terminais em SP, MS, PA e MG
- Prazos: junho de 2026 (regionais) e junho de 2028 (Congonhas)
FAQ sobre o financiamento do BNDES para a Aena
- Esse financiamento aumenta a participação da iniciativa privada nos aeroportos? O apoio do BNDES não altera a concessão em si, mas oferece crédito e compra de debêntures para que a Aena execute o plano de investimentos previsto em contrato com o governo federal.
- Os recursos do BNDES são exclusivos para obras físicas? A maior parte é destinada à ampliação e modernização de terminais, pátios e acessos, mas o pacote também pode incluir sistemas tecnológicos e melhorias operacionais ligadas ao projeto de infraestrutura.
- Haverá mudanças imediatas nas operações de voos em Congonhas? As mudanças mais significativas devem ocorrer de forma gradual, à medida que as obras avançarem, com impacto maior próximo da conclusão do novo terminal e da ampliação do pátio.
- Esse tipo de operação com debêntures pode ser replicado em outros projetos? A estrutura com subscrição de debêntures e opção de ‘repricing’ pode servir de referência para futuros projetos de infraestrutura que busquem combinar mercado de capitais com financiamento de longo prazo.