Um torneio recreativo de comer melancia realizado em um resort do interior de São Paulo terminou em morte e abriu questionamentos sobre segurança em atividades desse tipo. Um hóspede de 37 anos participava da disputa chamada “Boca na Melancia”, uma prova de quem consumia a fruta mais rápido, quando sofreu uma parada cardiorrespiratória. O caso ocorreu na última quinta-feira (11/12), no São Pedro Thermas Resort, e levou o participante ao hospital ainda com vida, onde ele morreu pouco depois.
O que se sabe até agora sobre a morte no torneio de comer melancia?
De acordo com relato de uma hóspede à CNN Brasil, a competição consistia em chupar a melancia o mais rápido possível, em um ambiente coletivo de recreação. A atividade teria como prêmio uma porção de batata frita para o vencedor.
Em determinado momento da prova, o homem de 37 anos teria começado a passar mal e, segundo essa testemunha, aparentou estar engasgado com o alimento. A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) informou em nota que a causa da morte foi asfixia decorrente de engasgamento com alimento.
Qual é a divergência entre engasgo e mal súbito no caso “Boca na Melancia”?
Enquanto a versão oficial da SSP-SP fala em asfixia por engasgo durante o torneio de comer melancia, o resort apresenta outro entendimento. Em nota, o São Pedro Thermas Resort confirmou a morte do hóspede e afirmou que ele entrou em parada cardiorrespiratória durante uma atividade recreativa coletiva.
O empreendimento nega que a causa do óbito tenha sido engasgamento e atribui o episódio a um mal súbito, sem detalhar o tipo. A divergência reforça a necessidade de aguardar laudos do Instituto Médico Legal, que podem indicar obstrução de vias aéreas, presença de alimentos e outros fatores clínicos relevantes.
Quais são os riscos e cuidados em torneios desse tipo?
Competições de quem come ou bebe algum alimento em menor tempo são comuns em ambientes de lazer, festas e eventos, mas envolvem riscos quando não há preparo adequado. Engasgos, aspiração de pedaços de comida, crises alérgicas, mal-estar súbito e sobrecarga cardíaca estão entre os principais perigos.
Em provas que estimulam comer rápido, a mastigação costuma ser reduzida, facilitando a formação de blocos de alimento que podem obstruir a garganta. Para reduzir esses riscos, especialistas em segurança em lazer e eventos sugerem alguns cuidados essenciais na organização dessas atividades:
- Presença de profissionais treinados em primeiros socorros e suporte básico de vida;
- Avaliação prévia do tipo de alimento utilizado e do formato da prova;
- Orientação clara aos participantes sobre riscos e condições de saúde;
- Limitação de tempo e quantidade de alimento para reduzir esforço excessivo;
- Interrupção imediata da dinâmica ao menor sinal de mal-estar.
Como foi o atendimento de emergência ao homem?
No torneio de chupar melancia, relatos indicam que guarda-vidas iniciaram massagem de reanimação logo após o participante apresentar sinais de parada cardiorrespiratória. A ambulância foi acionada e o homem foi levado ao hospital ainda com vida, mas não resistiu.
A resposta rápida é considerada central em emergências desse tipo, mesmo quando a causa exata, engasgo, mal súbito ou combinação de fatores, ainda não está esclarecida. A investigação policial, classificada como morte suspeita, deve ouvir participantes, funcionários, socorristas e analisar exames periciais.
FAQ sobre morte de homem em torneio de comer melancia
- 1. O torneio “Boca na Melancia” tinha regras de segurança definidas? Não há informações oficiais sobre protocolos de segurança específicos. O que se sabe é que a prova ocorreu em ambiente recreativo, sem detalhes sobre regras, supervisão técnica ou orientações prévias aos participantes.
- 2. O evento continuará sendo realizado pelo resort após o incidente? Até o momento, o resort não informou se a atividade será suspensa ou revisada. A empresa apenas confirmou a morte e reforçou que aguarda as conclusões da investigação.
- 3. A investigação pode responsabilizar alguém pela morte? Sim. Dependendo dos laudos do IML e dos depoimentos, a polícia pode avaliar se houve negligência na organização, falha de supervisão ou se o caso se trata apenas de um acidente sem responsabilidade criminal.