Na manhã desta terça-feira (16/12), após se reunir com Jair Bolsonaro (PL) na Superintendência da Polícia Federal em Brasília, o senador Flávio Bolsonaro (PL) alertou para um risco de saúde considerado “grave” e reiterou o pedido da defesa do ex-presidente ao ministro Alexandre de Moraes, do STF, para a realização de uma cirurgia destinada a tratar duas hérnias.
Qual é o risco de saúde de Jair Bolsonaro segundo a defesa?
Em manifestações ao Supremo Tribunal Federal (STF), os advogados afirmam que o estado clínico do ex-presidente é “grave, complexo e progressivamente debilitado”, com evolução objetiva do quadro após nova avaliação médica.
Os médicos Claudio Birolini e Leandro Echenique relatam que a ultrassonografia de parede abdominal e região inguinal revelou protrusão de alça intestinal durante a manobra de Valsalva. Essa condição pode levar ao encarceramento ou estrangulamento intestinal, exigindo cirurgia de emergência, sobretudo diante de episódios frequentes de soluços que intensificariam dor e desconforto. Veja a fala de Flávio Bolsonaro:
Não permitir que @jairbolsonaro receba os devidos cuidados médicos é uma sentença de morte. Já vimos esse filme com Clezão e ele não pode se repetir pic.twitter.com/P3CS1s2ZKl
— Flavio Bolsonaro (@FlavioBolsonaro) December 16, 2025
Por que a defesa insiste em cirurgia e prisão domiciliar humanitária?
A estratégia jurídica dos advogados combina o pedido de cirurgia em hospital de Brasília com a análise de uma prisão domiciliar humanitária. A defesa alega que o quadro clínico é incompatível com o cumprimento de pena em estabelecimento prisional, diante do risco de complicações súbitas decorrentes das hérnias inguinais e de histórico cirúrgico recente do ex-presidente.
Para sustentar essa tese perante o STF, os advogados apresentam laudos médicos, ultrassonografias e pareceres técnicos que buscam demonstrar urgência e necessidade de cuidados específicos. Abaixo, estão alguns dos principais pontos invocados pela defesa como fundamentos do pedido:
- Evolução do quadro clínico: exames recentes indicam agravamento em comparação a avaliações anteriores.
- Risco de complicações agudas: possibilidade de encarceramento ou estrangulamento intestinal, com necessidade de cirurgia de urgência.
- Recomendação de internação: laudos indicam necessidade de procedimento cirúrgico com permanência em ambiente hospitalar.
- Dor e desconforto acentuados: sintomas agravados por crises de soluço e aumento intermitente da pressão abdominal.
Como o STF e a Polícia Federal reagem?
Do lado institucional, o ministro Alexandre de Moraes determinou que a Polícia Federal realizasse perícia médica independente, com o objetivo de obter avaliação técnica isenta sobre a real gravidade do quadro e a necessidade de cirurgia imediata. A perícia pode confrontar, complementar ou confirmar as conclusões da equipe particular do ex-presidente.
Antes disso, Moraes autorizou a realização de ultrassom na região inguinal, exame feito no domingo (14/12). A partir desse procedimento, a equipe médica reforçou formalmente a indicação de nova cirurgia para tratar as duas hérnias inguinais, mencionando explicitamente a possibilidade de evolução para emergência cirúrgica caso o problema não seja tratado com a agilidade recomendada.
Qual é a gravidade das hérnias inguinais relatadas no caso?
As hérnias inguinais, como as descritas no caso de Jair Bolsonaro, consistem na passagem de parte do intestino ou de outras estruturas abdominais por área enfraquecida da parede muscular da virilha. Em muitos casos, o tratamento é programado, mas sinais de encarceramento ou estrangulamento aumentam significativamente o risco de complicações e a necessidade de intervenção urgente.
No relatório anexado ao processo, a protrusão de alça intestinal durante a manobra de Valsalva sugere risco adicional, pois pode indicar comprometimento do fluxo sanguíneo local. Esse ponto sustenta a narrativa de urgência apresentada pela defesa, associada ao argumento de que o ambiente prisional não ofereceria estrutura ideal para manejar eventual emergência ou necessidade de rápida remoção hospitalar.
FAQ sobre saúde e o processo de Jair Bolsonaro
- Bolsonaro já passou por outras cirurgias recentes? Informações públicas indicam que o ex-presidente já foi submetido a diferentes procedimentos cirúrgicos ao longo dos últimos anos, principalmente relacionados a complicações decorrentes do atentado a faca em 2018.
- A hérnia inguinal sempre exige cirurgia? Em muitos casos, o tratamento cirúrgico é indicado para evitar progressão do quadro, mas o grau de urgência varia conforme sintomas, tamanho da hérnia e risco de encarceramento ou estrangulamento.
- O que é a manobra de Valsalva citada no laudo? Trata-se de um aumento controlado da pressão abdominal, geralmente feito durante exames, para avaliar como estruturas internas se comportam sob esforço ou pressão.
- A perícia independente pode mudar o rumo do processo? A perícia médica da Polícia Federal tende a ter peso significativo na decisão do STF, pois oferece avaliação considerada imparcial sobre a real necessidade de cirurgia e sobre as condições de Bolsonaro permanecer preso.
