O avanço do Cinturão das Águas do Ceará (CAC) para 91% de execução marca uma fase decisiva na estratégia de segurança hídrica do Estado e do Nordeste, consolidando a maior transferência hídrica estadual do Brasil, tratada como prioridade pelos governos estadual e federal e com previsão de entrega total em junho de 2026, assegurando uma rota permanente para levar água do Projeto de Integração do Rio São Francisco a regiões historicamente marcadas pela escassez.
Qual a importância do Cinturão das Águas do Ceará na região?
O Cinturão das Águas do Ceará é um sistema de canais, sifões e túneis com 145,3 quilômetros de extensão, projetado para levar água do Eixo Norte do Projeto de Integração do Rio São Francisco até as nascentes do rio Cariús, em Nova Olinda, na região do Cariri. A captação ocorre na barragem de Jati, ponto estratégico da transposição.
O CAC foi concebido para atender prioritariamente ao abastecimento humano e, em seguida, setores como indústria, turismo, dessedentação animal e agricultura irrigada. A área de influência direta inclui 24 municípios e cerca de 561 mil habitantes, especialmente na região do Cariri, além de integrar o sistema que pode reforçar o abastecimento da Região Metropolitana de Fortaleza por meio da ligação com o Eixão das Águas. Veja os benefícios para a região:
| Área de impacto | Importância |
|---|---|
| Segurança hídrica | – Garante abastecimento regular em períodos de seca – Integra grandes bacias e reservatórios do estado |
| Abastecimento urbano | – Atende milhões de pessoas em cidades do interior e RM de Fortaleza – Reduz risco de colapso no fornecimento de água |
| Desenvolvimento econômico | – Sustenta atividades agrícolas e agroindustriais – Atrai investimentos para regiões historicamente afetadas pela escassez |
| Integração hídrica | – Conecta o Ceará à Transposição do São Francisco – Permite melhor distribuição da água no território |
| Impacto social | – Diminui a vulnerabilidade de comunidades rurais – Contribui para melhoria da qualidade de vida |
| Planejamento de longo prazo | – Amplia a capacidade de gestão das secas – Fortalece a resiliência climática do estado |
Como o Cinturão das Águas reforça a segurança hídrica no Cariri?
Na prática, o Cinturão das Águas funciona como um grande corredor hidráulico, conectando a água do São Francisco às bacias interiores do Ceará e reduzindo a vulnerabilidade a estiagens prolongadas, comuns no semiárido nordestino. Quando em plena operação, o sistema será um reforço decisivo para o Cariri, onde a pressão por água é elevada devido à expansão urbana, atividade industrial e agricultura irrigada.
O Trecho Emergencial do CAC já está liberado para contribuir com o abastecimento da Região Metropolitana de Fortaleza, ampliando o alcance potencial do sistema para mais de 5 milhões de pessoas. Essa interligação com o Eixão das Águas fortalece a ideia de uma rede hídrica integrada, permitindo operar mananciais e reservatórios de forma articulada e mais resiliente diante das mudanças climáticas.
Como está o andamento das obras e quais investimentos foram realizados?
As obras do Cinturão das Águas estão organizadas em cinco lotes, com os Lotes 1, 2 e 5 já concluídos e em fase de testes em alguns segmentos. O Lote 3, que conecta Barbalha ao Crato, passando por Juazeiro do Norte, apresenta 86% de execução, enquanto o Lote 4, que seguirá do Crato até Nova Olinda, registra 70% de avanço, com previsão de conclusão para 2025 e entrega integral de todos os lotes até junho de 2026.
O investimento total estimado no CAC é de cerca de R$ 800 milhões, somando aportes da União e do Estado e movimentando mais de 1.500 empregos diretos e cerca de 500 máquinas. Apenas nos Lotes 3 e 4, o valor global é de aproximadamente R$ 1,084 bilhão, sendo R$ 319 milhões para o Lote 3 e R$ 765,9 milhões para o Lote 4, o que impulsiona cadeias de serviços, comércio e construção civil em diversos municípios do interior. Veja mais detalhes das obras no vídeo divulgado pelo Deputado Estadual do Ceará, Fernando Santana:
Quais benefícios o Cinturão das Águas trará para o Ceará?
Do ponto de vista estratégico, o CAC é visto como um marco da política de segurança hídrica do Ceará, ao fortalecer a oferta de água para milhões de habitantes e apoiar a expansão de atividades produtivas. A seguir, estão alguns dos principais benefícios esperados com a operação plena do sistema, tanto para a população quanto para a economia regional.
- Ampliação da segurança hídrica para o Cariri, Região Metropolitana de Fortaleza e demais municípios atendidos.
- Integração hídrica estadual, conectando o Rio São Francisco a reservatórios e sistemas locais.
- Prioridade ao consumo humano, com possibilidade de atendimento à indústria, agropecuária, turismo e irrigação.
- Geração de emprego e renda durante a fase de obras e fortalecimento da economia regional.
- Planejamento de longo prazo, voltado para garantir água em cenário de mudanças climáticas.
Após a conclusão total do sistema, a Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh) será responsável pela operação, manutenção e monitoramento do Cinturão das Águas. A companhia controlará a infraestrutura, acompanhará o volume de água bruta entregue e articulará a operação com a estrutura federal do Projeto de Integração do Rio São Francisco, assegurando funcionamento contínuo e ambientalmente controlado.
FAQ sobre obras do Cinturão das Águas
- O Cinturão das Águas funciona apenas em períodos de seca? Não. O sistema é projetado para operar de forma contínua, ajustando vazões conforme a disponibilidade de água no São Francisco e a necessidade dos reservatórios cearenses.
- O CAC vai substituir açudes e adutoras já existentes? O Cinturão das Águas não substitui outras estruturas; ele passa a integrar e reforçar o conjunto de açudes, canais e adutoras, aumentando a flexibilidade de distribuição da água.
- Quais setores produtivos devem ser mais favorecidos? Além do abastecimento urbano, a expectativa é de impacto direto na agricultura irrigada, na indústria instalada no Cariri e em atividades ligadas ao turismo e serviços.
- O projeto prevê ações de monitoramento ambiental? Sim. A operação do CAC envolve monitoramento constante dos volumes de água e do uso dos recursos, seguindo normas ambientais e de gestão de recursos hídricos.
