O aumento recente de marcas de café proibidas no Brasil chamou a atenção para a segurança dos alimentos que chegam diariamente às mesas das famílias. Entre elas está a Vibe Coffee, até pouco tempo vista como promessa no mercado de cafés especiais. As decisões da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) evidenciam que não se trata apenas de sabor ou preço: qualidade, origem e regularidade sanitária passaram a ser pontos centrais na escolha do café.
Café torrado – Créditos: depositphotos.com / Ischukigor
Quais foram as marcas suspensas pela Anvisa?
Além da Vibe Coffee, outras marcas também foram barradas pela agência reguladora por diferentes motivos, todos igualmente graves:
- Café Oficial, Melissa e Pingo Preto:
- Considerados “cafés falsos”, foram removidos do mercado por utilizarem matéria-prima imprópria para consumo, contaminada com ocratoxina A — uma micotoxina produzida por fungos. As marcas ainda receberam críticas por suas embalagens, que poderiam levar o consumidor a acreditar que se tratava de café tradicional.
- Café Câmara:
- Foi interditado após a detecção de fragmentos semelhantes a vidro em um de seus lotes. A Anvisa ordenou a apreensão de todos os produtos da marca, tanto extraforte quanto tradicional. Também verificou que não havia clareza sobre a origem do produto, e que as embalagens mencionavam empresas irregulares.
- Café Fellow Criativo (Cafellow):
- Vendia sachês contendo extrato do cogumelo Agaricus bisporus, substância não autorizada para uso em alimentos no Brasil. A empresa ainda fazia alegações irregulares no rótulo, como “controla a insulina” e “diminui o colesterol”, consideradas enganosas. A fundadora reconheceu o equívoco, atribuiu o problema à falta de conhecimento técnico e informou a suspensão temporária das vendas para buscar a regularização do produto.
Quais riscos as marcas de café proibidas podem representar?
Os riscos associados às marcas de café vetadas pela Anvisa variam conforme o tipo de irregularidade encontrada e o nível de exposição do consumidor. Micotoxinas, como a ocratoxina A, estão ligadas a contaminações por fungos, geralmente associadas a armazenamento inadequado ou uso de grãos de baixa qualidade.
Já fragmentos semelhantes a vidro ou pedras representam ameaça física imediata, por possibilidade de cortes, engasgos ou perfurações no trato digestivo. Também preocupam os chamados cafés “fakes”, com misturas impróprias e alegações de saúde não comprovadas, que podem induzir à substituição de tratamentos médicos por produtos alimentícios.
- Risco químico: micotoxinas e outras substâncias indesejadas.
- Risco físico: presença de partículas estranhas, como vidro ou pedras.
- Risco informacional: rótulos que induzem ao erro ou prometem efeitos não comprovados.
Como identificar e evitar marcas de café proibidas pela Anvisa?
Diante desse cenário, a consulta às marcas de café proibidas pela Anvisa torna-se uma ferramenta essencial de proteção. A agência mantém um sistema público para pesquisa de interdições, recolhimentos e irregularidades, e o Ministério da Agricultura oferece bases para checar o registro das indústrias.
Na prática, alguns cuidados simples reduzem bastante o risco de compra de cafés irregulares, especialmente em promoções agressivas ou em canais de venda on-line pouco conhecidos. Verificar se há CNPJ, endereço e selo de inspeção no rótulo, além de desconfiar de promessas exageradas de saúde, é um passo importante.
- Checar o rótulo: conferir CNPJ, endereço, data de validade e informações de origem.
- Acessar o site da Anvisa: buscar o nome da marca na seção de produtos irregulares.
- Consultar o Ministério da Agricultura: verificar se a torrefação ou indústria aparece como registrada.
- Desconfiar de promessas exageradas: benefícios de saúde muito específicos geralmente não são permitidos.
- Guardar nota fiscal: documento que facilita reclamações e denúncias, se necessário.
