No contexto atual da segurança pública no Brasil, o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, intensificou as negociações com o governo dos Estados Unidos para que o Comando Vermelho (CV) seja incluído na lista americana de organizações narcoterroristas. Essa medida poderia permitir a aplicação de sanções econômicas e ampliar a cooperação internacional com órgãos como DEA, FBI e ONU, conforme revela documento obtido pela coluna de Malu Gaspar, do jornal O Globo.
Como os EUA avaliam o CV?
A estratégia de Cláudio Castro segue modelos já utilizados pelos Estados Unidos no combate ao tráfico de drogas internacional, como no caso do Tren de Aragua (Venezuela) e Los Zetas (México). O governador também pretende incorporar o tema ao projeto de lei antifacção que o Palácio do Planalto deve apresentar ao Congresso em breve.
A possível inclusão do Comando Vermelho como grupo narcoterrorista ganha destaque devido ao recente cenário de violência nas comunidades da Penha e do Alemão, onde mais de 120 pessoas perderam a vida, reacendendo debates sobre o poder das facções.
A reportagem do Fantástico mostrou com clareza o que o Rio de Janeiro enfrenta. A Serra da Misericórdia virou uma verdadeira fortaleza do crime, onde traficantes usam a geografia, túneis e a mata densa como escudo para desafiar o poder público e aterrorizar comunidades inteiras. pic.twitter.com/8eCMV8qL8a
— Cláudio Castro (@claudiocastroRJ) November 3, 2025
Por que a inclusão do CV como narcoterrorista está em discussão?
Em relatório confidencial intitulado “Análise Estratégica: Inclusão do Comando Vermelho nas listas de sanções e designações dos EUA”, o governo do Rio argumenta que o Comando Vermelho apresenta grau de sofisticação e brutalidade compatível com outros grupos já classificados internacionalmente.
Entre os possíveis benefícios dessa medida está a facilitação de pedidos de extradição de líderes da facção refugiados em outros países. Além disso, a classificação ajudaria no bloqueio de empresas de fachada e aliados econômicos ligados ao grupo criminoso.
Como o governo federal reage à proposta do governador Cláudio Castro?
Dentro do Palácio do Planalto, a proposta é vista com grande cautela. Auxiliares do presidente Lula temem efeitos colaterais, como sanções financeiras a bancos ou à própria União, caso os Estados Unidos considerem o Brasil insuficiente no combate ao crime.
Como alerta um assessor do presidente, o uso da Lei Magnitsky para sanções recentes a autoridades brasileiras mostra o risco de abrir precedentes que podem atingir outros setores públicos e privados do país.
Quais são os desafios para aplicar a proposta?
Recentemente, o assessor do Departamento de Estado americano, David Gamble, esteve no Brasil para debater organizações criminosas e programas de sanções, mas não conseguiu audiência com a Polícia Federal. Dias depois, Cláudio Castro buscou diálogo direto com a DEA em Nova York.
Como a cooperação com a DEA atualmente precisa ser intermediada pela Polícia Federal, os desafios aumentam diante das disputas políticas. Com o avanço do projeto antifacção, governadores alinhados à direita buscam colocar o tema no centro do debate nacional.
- Cooperação internacional depende de alinhamento institucional
- Resistências dentro do governo federal dificultam avanços
- Pressões políticas regionais influenciam a condução do debate
FAQ sobre o CV
- O que caracteriza uma organização narcoterrorista? Uma organização narcoterrorista utiliza a violência do terrorismo para facilitar o tráfico de drogas, domina territórios e concorre com outras facções criminosas.
- Como a inclusão na lista de narcoterroristas pode afetar o Comando Vermelho? A inclusão pode resultar em sanções econômicas mais duras e dificultar a atuação do grupo e seus aliados econômicos no cenário internacional.
- Qual a posição das entidades internacionais sobre esse tipo de classificação? Entidades como a ONU tendem a cooperar de forma mais ampla nas investigações e sanções quando há uma classificação formal como narcoterrorista.
- Quais as possíveis consequências para o Brasil? O Brasil pode ser beneficiado na luta contra o tráfico, mas corre o risco de enfrentar sanções caso não combata efetivamente essas organizações em seu território.
