Nesta terça-feira (18/11), a aprovação de uma emenda que proíbe presos de votarem na Câmara dos Deputados tem gerado debates intensos em torno do conceito de cidadania e participação política no Brasil. A proposta, incorporada ao Projeto de Lei 5.582/2025, conhecido como PL Antifacção, foi apresentada pelo deputado federal Marcel van Hattem, do partido Novo-RS. Essa emenda recebeu 349 votos a favor e apenas 40 contra, demonstrando amplo apoio à medida dentro da Casa Legislativa.
Quais são os impactos do Projeto de Lei Antifacção?
O PL Antifacção, ao qual a emenda de van Hattem foi anexada, busca endurecer as penas para crimes cometidos por integrantes de facções organizadas. O deputado federal Guilherme Derrite (PP-SP) é o autor principal do projeto, que recebeu expressiva aprovação dos deputados.
Dentre as principais mudanças introduzidas pelo texto, está a definição do crime de domínio social estruturado. Confira os pontos centrais do PL:
- Criação do conceito de “organização criminosa ultraviolenta”;
- Penas que variam de 20 a 40 anos para crimes de domínio social estruturado;
- Reforço do papel da Receita Federal e Banco Central na execução de perdimento de bens sem condenação penal;
- Previsão de penas maiores para lideranças e conexões internacionais;
- Aumento da atuação contra crimes como ataque a forças de segurança e sabotagem de serviços públicos.
Qual o impacto da proibição do voto para presos provisórios?
A decisão de proibir o voto de presos provisórios parte da ideia de que pessoas em regime prisional não devem influenciar processos eleitorais até serem reintegradas à sociedade. Esse ponto é controverso por tocar em direitos fundamentais e no princípio da presunção de inocência.
Defensores da emenda argumentam que o afastamento do direito ao voto é uma consequência do distanciamento social provocado pela reclusão. Críticos, porém, destacam a condição legal diferenciada dos presos provisórios, que ainda aguardam julgamento final.
Quais as reações da medida na Câmara?
O debate público em torno do PL Antifacção e da emenda que proíbe o voto de presos provisórios está dividido. Muitos apoiam o endurecimento contra facções, mas há reação em relação à retirada do direito de voto nessas situações.
As discussões levantam questões sobre a população afetada pela medida, especialmente diante dos desafios do sistema prisional brasileiro, como superlotação e condições precárias.
FAQ sobre o PL Antifacção na Câmara
- O que é o Projeto de Lei 5.582/2025? Projeto de Lei 5.582/2025, chamado de PL Antifacção, é uma proposta legislativa destinada a reforçar o combate a facções criminosas, aumentando penas e definindo novos tipos penais.
- Quem está proibido de votar de acordo com a nova emenda? A emenda aprovada proíbe que detentos em prisão provisória se alistem como eleitores e cancela os títulos já existentes.
- Quais são os principais argumentos contra a proibição do voto para presos provisórios? Segundo críticos, a proibição pode violar o direito constitucional da presunção de inocência e afetar desproporcionalmente certos grupos, agravando problemas sociais e legais.