Nesta terça-feira (14/10), a decisão da Procuradoria-Geral da República (PGR) em não solicitar a prisão preventiva do deputado federal Eduardo Bolsonaro, apesar do pedido formalizado por outros parlamentares, suscitou discussões significativas no cenário político brasileiro. A PGR, liderada por Paulo Gonet, fez um pronunciamento afirmando que a solicitação de prisão preventiva não pode ser feita com base no requerimento dos deputados, mas deve ser realizada ou pela própria Procuradoria ou pela Polícia Federal.
Por que a PGR descartou a prisão preventiva?

A decisão de descartar a prisão preventiva foi baseada na questão de legitimidade processual. O pedido dos deputados Lindbergh Farias e Talíria Perone não preencheu os requisitos necessários, uma vez que esses parlamentares não possuem legitimidade para tal ação, conforme explicado pelo procurador-geral. Gonet esclareceu que, apesar do empenho dos deputados, eles não estão habilitados legalmente para esse tipo de solicitação, pois a prerrogativa é da PGR ou da Polícia Federal.
A manifestação da PGR vem em um contexto político sensível e é percebida como um movimento que pode reforçar ou fragilizar determinadas estratégias políticas. Alguns analistas indicam que a decisão pode ser vista como uma proteção ao cenário atual de poder, enquanto críticos podem interpretar como uma obstrução à justiça. O procurador-geral não analisou o mérito do pedido, o que deixa aberto o espaço para futuras ações baseadas na evolução do processo judicial envolvendo Eduardo Bolsonaro.
“Em embargo do denodo com que atuam os parlamentares que deram o pedido a protocolo, suas excelências não estão habilitadas no feito em nenhuma dessas posições, o que lhes subtrai a legitimidade processual para postular no feito”, disse o procurador-geral da República.
Como o STF reagiu?
A responsabilidade final sobre a questão da prisão preventiva de Eduardo Bolsonaro recai sobre o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. O STF tem um papel crucial ao revisar e deliberar sobre solicitações que dizem respeito aos direitos e às restrições de parlamentares. O anúncio da PGR seguiu uma ordem direta do ministro, que tem sido uma figura central em casos politicamente sensíveis, destacando mais uma vez o papel do STF como árbitro em complexas questões jurídicas e políticas.

Quais os próximos passos para Eduardo Bolsonaro?
Eduardo Bolsonaro enfrenta um cenário de complexidade legal que envolve acusações de coação em processo judicial devido a ações realizadas nos Estados Unidos. Apesar de o pedido de prisão não ter sido acatado pela PGR, outras medidas cautelares estão sob consideração, incluindo o bloqueio de salário e verba indenizatória. O parlamento avalia estas questões internamente, o que pode resultar em penalidades financeiras enquanto se aguarda um desfecho para o caso.
A PGR manifestou que continuará a monitorar a situação e avaliará a pertinência de novas medidas conforme o andamento do caso. Enquanto o impasse jurídico se desenvolve, as implicações políticas seguem sendo debatidas no cenário público, especialmente em um ambiente já polarizado e repleto de tensões como é o actual panorama político brasileiro em 2025.
-Criticou a prisão de Filipe Martins
— Eduardo Bolsonaro🇧🇷 (@BolsonaroSP) October 14, 2025
-Definiu o tratamento do STF a @jairbolsonaro como nojento
-Declarou querer ver Moraes preso
Eis @JasonMiller, amigo próximo de Trump, que Moraes deteve no aeroporto de Brasília 2021, após ele discursar no CPAC-Brasilhttps://t.co/H5f5coazdj pic.twitter.com/gRqGODOM26
FAQ sobre Eduardo Bolsonaro
- O que motivou o pedido inicial de prisão preventiva contra Eduardo Bolsonaro? O pedido foi motivado por acusações de coação em um processo judicial relacionado às atividades de Eduardo Bolsonaro nos Estados Unidos.
- Qual é o papel de Paulo Gonet na decisão da PGR? Paulo Gonet, como procurador-geral da República, tem a responsabilidade de avaliar a legitimidade e a viabilidade das solicitações de medidas cautelares, incluindo a prisão preventiva de parlamentares.
- Qual a próxima etapa no processo de Eduardo Bolsonaro? A decisão final sobre a prisão é de responsabilidade do STF, especificamente do ministro relator Alexandre de Moraes. Outras ações, como bloqueios financeiros, estão sendo avaliadas pela Câmara dos Deputados.