A obra do Túnel Santos-Guarujá, no litoral paulista, marca um passo significativo no desenvolvimento da infraestrutura da região. Recentemente, uma reunião vital para alinhar os próximos passos do projeto foi realizada na sede da Autoridade Portuária de Santos (APS). Este encontro reuniu diversas entidades, incluindo representantes das prefeituras de Santos e Guarujá, além da Mota-Engil, a empresa portuguesa responsável pelo empreendimento.
A reunião serviu para discutir diretrizes técnicas e operacionais essenciais para o avanço da construção, conforme destacou a Prefeitura de Santos. Grande ênfase foi dada à importância de reduzir os possíveis impactos negativos temporários das obras, contando para isso com um esforço conjunto dos governos locais e do porto. Anderson Pomini, presidente da APS, destacou a importância de estabelecer parcerias institucionais sólidas, sugerindo inclusive a instalação de uma sede da Mota-Engil dentro do próprio porto, facilitando assim o diálogo durante todas as fases do projeto.
Quais são os impactos esperados do Túnel Santos-Guarujá?

A expectativa é que o Túnel Santos-Guarujá transforme a mobilidade na região, fornecendo uma alternativa viável e eficiente às atuais balsas, que frequentemente sofrem atrasos e restrições operacionais devido ao fluxo constante de embarcações. Com este projeto, a travessia do Canal de Santos poderá ser reduzida de aproximadamente uma hora para meros cinco minutos. Além disso, o túnel é visto como uma das obras de infraestrutura mais estratégicas do estado, prometendo não apenas otimizar o transporte local, mas também fortalecer a economia regional.
A obra em si representará a primeira travessia submersa do Brasil, estendendo-se por 1,5 km, dos quais 870 metros ficarão submersos, conectando as duas cidades por meio de uma via segura para veículos, pedestres e também o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT). O custo total estimado da obra é de R$ 6,8 bilhões, com previsão de conclusão até 2030.
- Redução do tempo de deslocamento: Atravessar entre Santos e Guarujá deve ficar significativamente mais rápido, beneficiando motoristas, transporte público e turistas.
- Descongestionamento de vias existentes: A abertura do túnel deve diminuir o fluxo em pontes e vias alternativas, melhorando o trânsito na região.
- Impactos econômicos positivos: Facilita o transporte de mercadorias e o acesso ao porto de Santos, impulsionando comércio e logística.
- Geração de empregos: Durante a construção e operação, o túnel deve criar oportunidades de trabalho direto e indireto.
- Aumento do turismo: Com deslocamentos mais ágeis, a região pode atrair mais visitantes, estimulando hotéis, restaurantes e serviços locais.
- Desafios ambientais: A obra pode afetar áreas naturais e exigir medidas de compensação ambiental, como reflorestamento e monitoramento da fauna.
- Segurança viária: Exige sistemas modernos de monitoramento e emergência para garantir a segurança de motoristas e pedestres.
- Mudanças urbanas: A infraestrutura pode estimular novos empreendimentos e reconfigurações no planejamento urbano em Santos e Guarujá.
Quais são os próximos passos para a implementação do projeto?
O cronograma para os próximos meses inclui a assinatura do contrato, prevista para a primeira quinzena de dezembro. Após esta etapa, outras reuniões técnicas serão realizadas para abordar questões operacionais, ambientais e de interface com o porto. Um estudo de impacto nas operações portuárias também será conduzido para determinar o melhor momento para as intervenções ocorrerem, minimizando assim as interrupções e alinhando-se com as operadoras portuárias.
Ricardo Jorge Andrade, diretor técnico da Mota-Engil, destacou a experiência internacional da empresa no setor, reafirmando a qualidade dos estudos realizados até o momento. Ele enfatizou que, além dos avanços técnicos, serão implementadas medidas socioambientais para mitigar os impactos da construção, garantindo que o desenvolvimento não venha a comprometer o meio ambiente ou a qualidade de vida local.
Como foi o leilão para o projeto?

A Mota-Engil, uma renomada empresa portuguesa, garantiu a responsabilidade pela construção do túnel ao vencer o leilão realizado em 5 de setembro de 2025. Esse contrato prevê a construção, operação e manutenção do empreendimento por 30 anos, através de uma parceria público-privada (PPP). Esta estratégia de PPP é essencial para garantir uma operação sustentável e eficiente a longo prazo, permitindo que o projeto seja executado com um equilíbrio entre os interesses públicos e privados.
Na esteira da globalização e da urbanização, projetos como o Túnel Santos-Guarujá representam soluções inovadoras que oferecem benefícios amplos para comunidades locais e economia regional. Com toda a articulação e planejamento envolvidos, espera-se que a obra não só atenda às necessidades atuais, mas também antecipe e resolva desafios futuros de mobilidade urbana e logística.
FAQ sobre Túnel Santos-Guarujá
- Quais tecnologias serão utilizadas na construção do túnel? A construção envolverá tecnologias avançadas de engenharia civil e métodos de construção subaquática específicos para garantir segurança e eficácia ao longo do processo.
- O que acontecerá com as balsas após a conclusão do túnel? Ainda não há uma decisão definitiva, mas é provável que as balsas sejam reavaliadas para operar com rotas alternativas ou específicas que atendam a nichos de demanda.
- Como a obra afetará a fauna local? Estudos socioambientais serão conduzidos para mitigar os impactos, garantindo que a biodiversidade local seja protegida durante e após a construção.