Criado para revolucionar a maneira como as transações financeiras ocorrem no Brasil, o PIX rapidamente se consolidou como um dos métodos de pagamento mais populares do país. Entretanto, com sua popularização, surgiram também novos desafios relacionados à segurança, especialmente no que tange a golpes e fraudes. Em uma tentativa de solucionar esse problema, o Banco Central do Brasil anunciou nesse sábado (4/10) medidas que visam bloquear as chaves PIX utilizadas de forma fraudulenta, trazendo maior segurança ao sistema.
Como funciona o bloqueio de chaves PIX fraudulentas?

O procedimento estabelecido pelo Banco Central garante que, a partir do momento em que um banco identifica um CPF, CNPJ ou chave PIX associado a operações suspeitas, essa identificação é marcada no sistema. Com isso, qualquer transação envolvendo a chave marcada é imediatamente barrada, prevenindo a continuidade de possíveis fraudes. Ademais, novas chaves não podem ser registradas caso o usuário já possua outras que estejam sob suspeita.
Para facilitar o processo de contestação por parte dos usuários que se consideram vítimas de marcações indevidas, as instituições financeiras passaram a disponibilizar um botão específico em seus aplicativos. Desta forma, o cliente pode alertar o banco sobre uma possível incongruência sem a necessidade de intervenção humana inicial, otimizando o tempo e os recursos das partes envolvidas.
Como funciona o processo de marcação?
O sistema de marcação é complexo e envolve diferentes cenários, dependendo do status da transação. Caso a transação tenha sido rejeitada pelo banco do recebedor, este banco pode marcar a conta e a chave PIX sem qualquer necessidade de notificação ao banco do pagador. No entanto, se a transação foi concluída, o banco do recebedor realiza a marcação para prevenção futura, mesmo sem o acionamento imediato do Mecanismo Especial de Devolução (MED).
No cenário em que a devolução de recursos é necessária, o banco do pagador inicia a notificação de infração, que deve ser confirmada pelo banco do recebedor. Este processo garante que os fundos sejam devolvidos à vítima de fraude, respeitando os procedimentos estabelecidos pelo MED.
Qual o impacto da nova medida na segurança do PIX?
A principal intenção por trás da implementação deste bloqueio é aumentar a confiança dos usuários no sistema, garantindo que suas transações ocorram de maneira segura e eficaz. Com o avanço das tecnologias de monitoramento e controle de riscos, torna-se possível identificar movimentações atípicas de forma mais ágil, minimizando o impacto de ações fraudulentas.
A capacidade das instituições financeiras de acessar notificações de infração do último mês e dos 60 meses anteriores permite um monitoramento contínuo e abrangente. Estes dados são empregados não apenas para rejeitar ou bloquear transações, mas também como ponto de partida para investigações mais profundas sobre atividades potencialmente fraudulentas.
- Redução de fraudes: Bloquear contas suspeitas impede que criminosos usem chaves PIX para golpes ou transferências não autorizadas.
- Proteção de usuários vulneráveis: Pessoas físicas e pequenas empresas ficam menos expostas a fraudes e clonagem de contas.
- Maior responsabilização das instituições financeiras: Bancos e fintechs precisarão aprimorar processos de monitoramento e análise de risco.
- Detecção antecipada de atividades suspeitas: O bloqueio preventivo ajuda a identificar padrões de comportamento atípicos antes que ocorra o prejuízo.
- Confiança no sistema de pagamentos: Usuários podem sentir-se mais seguros ao usar o PIX, fortalecendo sua adoção generalizada.
- Possível impacto em transações legítimas: Contas bloqueadas preventivamente podem gerar inconvenientes para usuários que não representam risco, exigindo canais rápidos de liberação.
Como os usuários podem se proteger de marcações indevidas?

Embora o sistema de marcações tenha sido fortalecido, há sempre a possibilidade de equívocos. Nestes casos, a responsabilidade pela exclusão de marcações indevidas recai sobre a instituição responsável pela marcação. Os usuários devem se manter vigilantes e entrar em contato com suas instituições de relacionamento ao identificar qualquer irregularidade. Manter-se informado sobre as políticas vigentes pode ser uma poderosa ferramenta de prevenção.
Por fim, o Banco Central reforça a importância de os usuários manterem suas informações pessoais seguras e de serem cautelosos ao compartilhar dados bancários, seja no ambiente virtual ou físico. O PIX é, sem dúvida, uma ferramenta poderosa que veio para ficar, e avanços como estes garantirão que seu uso continue seguro e eficiente.
FAQ sobre PIX
- Como posso saber se minha chave PIX foi marcada? Os usuários devem verificar diretamente com suas instituições financeiras, que podem fornecer informações detalhadas sobre a situação de suas contas e chaves PIX.
- O que fazer se considerar que minha conta foi marcada injustamente? Entre em contato imediatamente com a instituição financeira para contestar a marcação utilizando o recurso disponibilizado nos aplicativos bancários.
- Quais são as consequências de ter uma chave PIX marcada? Ter uma chave PIX marcada pode resultar na rejeição de novas transações e na inibição do registro de novas chaves associado ao mesmo CPF ou CNPJ.
- É possível remover uma marcação indevida? Sim, é responsabilidade da instituição excluir marcações indevidas, uma vez que a contestação do usuário seja aceita e verificada.