Diabetes é uma condição prevalente que afeta milhões de pessoas em todo o mundo, mas o que muitos não sabem é que quase metade dessas pessoas desconhece que possuem a doença. Isso levanta questões sobre a consciência global e o diagnóstico precoce desta condição potencialmente perigosa. De acordo com um estudo publicado na revista The Lancet Diabetes & Endocrinology, cerca de 44% das pessoas com 15 anos ou mais que vivem com diabetes não foram diagnosticadas. Esses dados foram coletados de 204 países e territórios ao longo de mais de duas décadas, fornecendo uma visão abrangente da situação global.
Por que muitos vivem com diabetes sem saber?

A principal razão pela qual tantas pessoas permanecem sem diagnóstico é a natureza frequentemente silenciosa dos sintomas, especialmente nos estágios iniciais. Muitos dos afetados só descobrem a condição uma vez que experimentam complicações mais graves, como doenças cardíacas, danos aos nervos, ou problemas de visão. Jovens adultos, em particular, são menos propensos a serem diagnosticados, com apenas 20% deles conscientes de sua condição. O foco em exames de rotina geralmente se concentra em adultos mais velhos, deixando uma lacuna no reconhecimento precoce entre os mais jovens.
Os sintomas comuns de diabetes incluem sede excessiva, fome aumentada, micção frequente, visão turva, perda de peso inesperada e fadiga. Entretanto, muitos indivíduos permanecem assintomáticos nos estágios iniciais, o que reforça a importância de exames regulares para detecção precoce. Se algum desses sintomas se manifestar, especialmente em pessoas com histórico familiar de diabetes, é aconselhável procurar um exame de glicose. A detecção precoce pode fornecer uma melhor gestão da doença e prevenir complicações a longo prazo.
- Sede excessiva: você pode sentir uma necessidade constante de beber água, não importa o quanto já tenha bebido.
- Aumento da frequência urinária: a glicose em excesso é eliminada pelos rins, o que faz você urinar mais, especialmente à noite.
- Fome constante: a falta de glicose nas células pode fazer você sentir fome o tempo todo, mesmo depois de comer.
- Perda de peso inexplicável: apesar de comer mais, você pode começar a perder peso. Isso ocorre porque o corpo usa a gordura e os músculos como fonte de energia.
- Fadiga e fraqueza: a falta de glicose nas células impede que o corpo produza energia, o que causa cansaço e fraqueza.
- Visão embaçada: o alto nível de açúcar no sangue pode afetar os vasos sanguíneos dos olhos, causando visão turva ou embaçada.
- Feridas que demoram a cicatrizar: a circulação sanguínea deficiente e os danos aos nervos podem dificultar a cicatrização de cortes e feridas.
- Formigamento ou dormência: o alto nível de glicose no sangue pode danificar os nervos, causando formigamento ou dormência nas mãos e nos pés.
- Infecções frequentes: o excesso de açúcar no sangue pode enfraquecer o sistema imunológico, tornando você mais propenso a infecções, como as de pele e nas vias urinárias.
Quais os tratamentos para a doença?
No cenário global de 2023, cerca de 40% das pessoas com diabetes tratada estão obtendo resultados ideais, mantendo o açúcar no sangue dentro dos níveis recomendados. Para aqueles diagnosticados, uma variedade de tratamentos está disponível, incluindo insulina, Metformina e outras medicações. No entanto, apenas 4 em cada 10 pacientes com diabetes estão colhendo benefícios ideais de seus tratamentos. O tratamento pode ser complexo devido à presença de outras condições de saúde, como hipertensão ou doenças renais crônicas, que frequentemente acompanham a diabetes.
- Medicação e Insulina: Dependendo do tipo de diabetes e da gravidade, o médico pode prescrever medicamentos orais ou injeções de insulina. É fundamental seguir a prescrição à risca, respeitando horários e doses.
- Alimentação Saudável: Uma dieta balanceada é crucial. Priorize alimentos integrais, vegetais, frutas com moderação e proteínas magras. Evite açúcares refinados, carboidratos simples e gorduras saturadas. Ajudar a controlar a ingestão de carboidratos é importante para manter os níveis de glicose estáveis.
- Atividade Física Regular: O exercício ajuda a reduzir os níveis de açúcar no sangue, melhora a sensibilidade à insulina e ajuda a manter um peso saudável. O ideal é praticar pelo menos 150 minutos de exercícios aeróbicos de intensidade moderada por semana, como caminhada rápida, natação ou ciclismo, além de exercícios de força.
- Monitoramento da Glicose: Medir regularmente os níveis de glicose no sangue é a melhor forma de saber como seu corpo está respondendo à dieta, exercício e medicação. O médico indicará a frequência ideal de monitoramento para seu caso.
- Controle do Peso: Perder peso, mesmo que moderadamente, pode melhorar significativamente o controle da glicose em pessoas com diabetes tipo 2.
- Acompanhamento Médico: O acompanhamento regular com médicos, endocrinologistas, nutricionistas e outros profissionais de saúde é fundamental para ajustar o plano de tratamento conforme necessário e monitorar a saúde geral.
- Gestão do Estresse: O estresse pode elevar os níveis de açúcar no sangue. Técnicas de relaxamento, como ioga, meditação e hobbies, podem ser úteis para manter o estresse sob controle.
- Educação em Diabetes: Aprender sobre a condição e como ela afeta o corpo permite que você tome decisões informadas e participe ativamente do seu tratamento.
Quais são as medidas de prevenção para o diabetes tipo 2?

Embora não exista uma prevenção conhecida para o diabetes tipo 1, o diabetes tipo 2, que é a forma mais comum, pode muitas vezes ser prevenido através de mudanças no estilo de vida. Reduzir a ingestão de carnes vermelhas e processadas e adotar uma dieta rica em alimentos à base de plantas, como a dieta mediterrânea, pode diminuir o risco. Além disso, substituir alimentos ultraprocessados por alimentos integrais e incorporar atividades físicas regulares, como caminhar rapidamente por 15 minutos diariamente, pode ajudar a prevenir não só o diabetes, mas também outras doenças crônicas associadas.
- Mantenha um peso saudável: A obesidade é um dos principais fatores de risco para o diabetes tipo 2. Perder peso, mesmo que modestamente, pode reduzir significativamente o risco.
- Alimente-se de forma equilibrada: Prefira alimentos integrais, vegetais, frutas, proteínas magras e gorduras saudáveis. Limite a ingestão de açúcares, carboidratos refinados e gorduras saturadas.
- Pratique atividade física regularmente: O exercício ajuda a controlar o peso, melhora a sensibilidade à insulina e ajuda a manter os níveis de glicose no sangue sob controle. Recomenda-se pelo menos 150 minutos de atividade aeróbica moderada por semana.
- Gerencie o estresse: O estresse crônico pode aumentar os níveis de glicose no sangue. Técnicas de relaxamento, como ioga ou meditação, podem ser úteis.
- Durma bem: A falta de sono pode afetar negativamente os níveis de açúcar no sangue. Tente dormir de 7 a 9 horas por noite.
- Pare de fumar: O tabagismo aumenta o risco de desenvolver diabetes tipo 2.
- Monitore sua saúde: Faça exames de rotina para verificar os níveis de glicose no sangue, especialmente se tiver fatores de risco, como histórico familiar.
FAQ sobre diabetes
- Por que a diabetes tipo 2 é mais comum que o tipo 1? O diabetes tipo 2 é mais comum porque está associado a fatores de risco amplos como a obesidade, o sedentarismo e a idade. Já o tipo 1 é uma doença autoimune, que depende de fatores genéticos.
- Qual é a diferença entre hiperglicemia e hipoglicemia? A hiperglicemia é a alta concentração de glicose (açúcar) no sangue, enquanto a hipoglicemia é a baixa concentração de glicose. Ambas podem causar sintomas graves se não forem tratadas adequadamente.
- Diabetes gestacional pode evoluir para diabetes tipo 2? Sim, o diabetes gestacional é um fator de risco significativo. Mulheres que tiveram diabetes durante a gravidez têm maior probabilidade de desenvolver diabetes tipo 2 mais tarde na vida.
- Quantas vezes por ano é recomendável verificar os níveis de glicose? Para pessoas saudáveis, o exame de glicemia é geralmente recomendado uma vez por ano. Para quem tem pré-diabetes ou diabetes, a frequência é maior e deve ser definida pelo médico, que pode pedir exames de sangue ou a medição diária em casa.