Nesta sexta-feira (5/9), a vitória da construtora Mota-Engil no leilão para o Túnel Imerso Santos-Guarujá marca o início de um projeto ambicioso que visa aprimorar a mobilidade entre essas duas importantes cidades da Baixada Santista. O contrato de concessão, válido por 30 anos, foi ganho com a proposta mais competitiva, estipulando um pagamento anual de R$ 436,2 milhões pelo governo de São Paulo em uma parceria público-privada (PPP).
A ligação submersa prevista pelo túnel busca facilitar o trânsito diário entre Santos e Guarujá, beneficiando a economia local e a qualidade de vida dos residentes. Contudo, há um caminho significativo a ser percorrido antes que a construção se inicie, prevista para 2026 ou 2027. Este desafio envolve etapas contratuais, financeiras e de planejamento rigorosas.
Quais os próximos passos após o leilão?

Após a vitória no leilão, o projeto entra na fase de recursos e formalização contratual, onde a Mota-Engil deve assinar o contrato com o governo de São Paulo. Esta etapa, que pode durar entre um a dois meses, é crucial para garantir que todas as condições estipuladas no edital sejam atendidas. Importantes decisões financeiras são tomadas nessa fase, incluindo o depósito inicial obrigatório de R$ 2,7 bilhões tanto pelo estado quanto pela União, totalizando R$ 5,4 bilhões.
Caso algum problema financeiro surja, há um prazo adicional de três meses para que a parte adimplente cubra qualquer déficit, garantindo continuidade ao projeto. Se esse aporte não for concluído, a concessionária tem o direito de rescindir o contrato, um risco que todas as partes envolvidas buscam evitar. Dessa forma, a colaboração entre governo e iniciativa privada torna-se essencial para o avanço do túnel.
Quais as considerações ambientais da construção do túnel Santos-Guarujá?
O projeto já obteve a Licença Prévia, um passo vital que assegura a viabilidade ambiental. Com isso, a próxima meta para a Mota-Engil é assegurar as Licenças de Instalação e de Operação. Estas licenças são fundamentais para prosseguir com a construção, pois asseguram que todas as normas ambientais são respeitadas e que o impacto ambiental é mitigado durante a execução e operação do túnel.
Simultaneamente, a empresa precisa definir o local onde serão preparados os módulos de concreto necessários para a estrutura submersa. Regiões em Santos e Guarujá são candidatas para sediar estas instalações. Com planejamento cuidadoso, cada seção do túnel será preparada ao longo dos próximos anos, visando à conclusão em 2030. A imersão e finalização dos módulos de concreto ocorrem no mesmo ano, preparando o túnel para receber os sistemas de transporte e o pavimento final.
Quais os impactos regionais do projeto?
Com a conclusão prevista para 2031, o Túnel Santos-Guarujá promete transformar a infraestrutura de transporte marítimo na região. A adição de um Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) ajudará a reduzir o congestionamento, oferecendo uma alternativa moderna e eficiente ao habitual tráfego de automóveis. Este incremento é visto como uma chave para o crescimento econômico sustentado, promovendo comércio e turismo entre estas regiões costeiras.
Este projeto, embora complexo, reforça o compromisso do estado com melhorias infraestruturais necessárias para estimular a economia local e beneficiar o meio ambiente através de soluções de transporte inovadoras. A fiscalização, conduzida em parceria entre os governos Estadual e Federal, garantirá que todas as etapas sejam cumpridas conforme as diretrizes estabelecidas, assegurando transparência e eficiência ao longo do desenvolvimento.
- Impactos Econômicos
- Aumento do fluxo de veículos e pessoas: A travessia de carro, que hoje depende de balsas, será mais rápida e eficiente, atraindo mais pessoas para a região e facilitando o transporte de mercadorias.
- Valorização imobiliária: A facilidade de acesso entre as duas cidades deve valorizar os imóveis, tanto residenciais quanto comerciais, nas áreas próximas ao túnel.
- Novas oportunidades de negócios: A obra em si e o aumento do fluxo de pessoas podem impulsionar o comércio, o turismo e o setor de serviços na Baixada Santista.
- Geração de empregos: A construção do túnel, além de demandar mão de obra especializada e não especializada, deve movimentar outros setores da economia local.
- Mais agilidade no Porto de Santos: O túnel facilitará o acesso de caminhões e contêineres aos terminais portuários, tornando a operação mais fluida e reduzindo o tempo de espera.
- Impactos Sociais
- Melhora na qualidade de vida: A redução do tempo de viagem e a diminuição das filas das balsas, que podem ser demoradas, vão impactar positivamente a rotina dos moradores e trabalhadores da região.
- Facilidade de acesso a serviços: A ligação mais rápida entre as duas cidades facilitará o acesso a hospitais, escolas, universidades e outros serviços.
- Impactos no turismo: O túnel pode impulsionar o turismo local, já que os visitantes terão mais opções de lazer e poderão se locomover com maior facilidade entre as cidades.

FAQ sobre o túnel Santos-Guarujá
- Quais são os principais desafios para a construção do túnel? Os desafios incluem a gestão eficaz do financiamento conjunto, a garantia da conformidade ambiental e a coordenação de um cronograma de construção eficiente.
- O túnel será exclusivamente para veículos motorizados? Não, além de veículos, o túnel acomodará um sistema de Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), proporcionando opções de transporte público moderno e eficiente.
- Como o túnel afetará o meio ambiente local? O projeto seguirá rigorosas normas ambientais para minimizar impactos, e as licenças ambientais garantem que os procedimentos sigam práticas sustentáveis.
- Qual será a principal contribuição econômica do túnel? Espera-se que o projeto melhore significativamente o tráfego e fomente o comércio e o turismo, contribuindo para o desenvolvimento econômico regional.