A cidade de Belém, capital do Pará, vivencia uma crise no setor da construção civil após trabalhadores do ramo deflagrarem uma greve que começou na manhã dessa segunda-feira (15/9). Este movimento, que exigiu ajustes salariais, comprometeu o andamento de cerca de 70% das obras previstas na cidade. Os desdobramentos afetam não só a execução de obras privadas, mas também as iniciativas públicas, incluindo as associadas à Conferência das Partes das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas, a COP30, que tem sido um dos focos de preocupação.
O sindicato dos trabalhadores da construção civil, liderado por Atnágoras Lopes, destacou que havia uma reivindicação inicial de 10,25% de aumento salarial, a qual foi reajustada posteriormente para 9,5%. No entanto, essa proposta tem sido rejeitada pelos empregadores, que oferecem um reajuste inferior, de 5,5%, insuficiente para cobrir a inflação, conforme argumentam os trabalhadores.
Como as obras da COP30 podem ser afetadas?

Entre as obras afetadas pela paralisação estão dois projetos em andamento para a COP30: a Vila COP30 e o Porto Futuro II. A Vila COP30 estava destinada a ser um centro de hospedagem, enquanto o Porto Futuro II prometia ser um complexo cultural, turístico e gastronômico de grande relevância. Com a greve prejudicando o avanço dessas estruturas, a preocupação com a conclusão a tempo para o evento cresce entre todos os envolvidos.
Além disso, dois importantes hotéis, Vila Galé e Tivoli, que seriam essenciais para acomodar os visitantes da conferência, também se viram impactados pela greve. A paralisação, que atingiu principalmente a região metropolitana de Belém, inclusive áreas de Marituba e Ananindeua, coloca em risco a preparação da cidade para o evento global.
Como o Governo reagiu à greve?
Em resposta aos eventos tumultuados, o governo do Estado do Pará comunicou que as obras seguem no prazo, sem desvios do cronograma estabelecido. Essa visão, no entanto, contraria as declarações feitas pelos líderes sindicais, que alegam que as atividades paralisadas ameaçam o andamento geral dos projetos. Segundo Atnágoras Lopes, cerca de 1.500 trabalhadores participaram de uma passeata até a sede sindical patronal, reforçando a gravidade do impasse. Ele ressalta que a questão não é apenas estadual, mas também de ordem federal, envolvendo cerca de 6 bilhões de investimentos públicos.
Lopes sublinha que a disposição do sindicato é negociar, mas faz um apelo aos responsáveis, alertando que as obras devem permanecer paradas até uma resolução satisfatória. A urgência na comunicação com a presidência da COP30 foi reforçada para que todos os impactos possam ser discutidos em uma esfera adequada.
“Hoje parou cerca de 70% das obras da cidade de Belém e de parte da área metropolitana, que aglutina o sindicato de Marituba e Ananindeua. Atingiu uma parcela das obras da COP que estão no entorno do complexo do “Ver-o-Peso”.”, disse Lopes.

Como a greve pode afetar a COP30 em Belém?
A realização da COP30 em Belém representa uma oportunidade fundamental para promover a cidade e o estado do Pará como referências na preservação ambiental e no combate às mudanças climáticas. Entretanto, com a paralisação das obras necessárias para o evento, cresce o risco de que parte da infraestrutura necessária não esteja disponível a tempo.
A greve dos trabalhadores ressalta as tensões subjacentes entre as expectativas econômicas e as condições de trabalho na construção civil, uma indústria crucial para o desenvolvimento e a economia local. Esta situação complexa demanda uma ação conjunta entre governos, setores privados e trabalhadores para assegurar que o evento aconteça sem falhas.
- Atraso nas obras: a paralisação pode comprometer o cronograma de infraestrutura planejado para receber delegações e turistas.
- Pressão sobre prazos: com menos tempo para execução, aumenta o risco de entregas incompletas ou de baixa qualidade.
- Impacto na imagem do evento: a greve pode gerar preocupação internacional quanto à capacidade da cidade em sediar a COP30.
- Custos adicionais: atrasos podem resultar em gastos extras para acelerar serviços após a retomada.
- Risco de logística comprometida: transporte, hospedagem e espaços de conferência podem não ficar prontos no prazo.
- Tensões políticas: o impasse pode gerar críticas à gestão estadual e municipal, além de pressão do governo federal.
Trabalhadores da construção civil de Belém (PA) entraram em greve por tempo indeterminado a partir desta terça-feira (16).
— Jornalismo TV Cultura (@jornal_cultura) September 16, 2025
A paralisação deve refletir nas obras preparatórias para a COP30.#JC #JornalDaCultura #COP30 #Belém pic.twitter.com/sckDYCcUH5
FAQ sobre greve em Belém
- Quais são as principais obras afetadas pela greve em Belém? As obras principais impactadas incluem a Vila COP30, o Porto Futuro II, e os hotéis Vila Galé e Tivoli.
- Quando a greve começou e qual sua motivação? A greve começou no dia 15 de setembro de 2025, sendo motivada por demandas de reajuste salarial que os trabalhadores consideram essenciais para cobrir a inflação atual.
- A greve pode ser resolvida antes da COP30? Os líderes sindicais estão abertos à negociação, mas um acordo precisa ser estabelecido rapidamente para minimizar os impactos.
- Como a greve está afetando a economia local? A paralisação coloca em risco não só as obras relacionadas à COP30, mas também o impulso econômico esperado da realização do evento.