O Mercado de São José, localizado no coração do Recife, é uma joia arquitetônica e cultural, prestes a rebrilhar em todo o seu esplendor. Este mercado, que é um dos marcos históricos mais importantes da cidade, comemora 150 anos de existência, um testemunho das diversas histórias que ali se entrelaçam. No sábado (6/9), a Prefeitura do Recife atualizou o andamento das obras de restauração deste imponente monumento, que se reveste de grande importância tanto para os moradores locais quanto para turistas que visitam a cidade.
A reforma do Mercado de São José é um empreendimento ambicioso, com um orçamento de R$ 27 milhões, dos quais R$ 20 milhões são financiados pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). O prefeito João Campos salientou a profundidade e dificuldade das intervenções, principalmente por envolver questões arqueológicas que rememoram épocas prévias ao mercado, como o Mercado da Ribeira, uma igreja e até um cemitério. Esse aspecto adiciona uma camada de complexidade à restauração, visto que acha-se necessária extrema cautela na preservação destas descobertas.
Como estão sendo as estratégias de restauração?
Lideradas pela Autarquia de Urbanização do Recife (URB), as intervenções têm um prazo inicial de conclusão para janeiro de 2026. Desde seu início, em janeiro de 2024, a reforma tem avançado etapa por etapa, a fim de permitir que o mercado continue operando parcialmente e, assim, reduzir o impacto sobre a atividade comercial local. Já foram finalizadas a requalificação da cobertura e a restauração da estrutura metálica do pavilhão central, figuras centrais deste projeto.
As obras atuais concentram-se na revitalização das fachadas e das esquadrias do pavilhão norte, juntamente da fundação do novo mezanino. O projeto também prevê a instalação de um novo elevador com capacidade para 16 passageiros e a renovação abrangente das infraestruturas elétrica, hidráulica, lógica, de combate a incêndio e proteção contra descargas atmosféricas. Tais modernizações buscam não apenas restaurar, mas também adaptar o mercado às normas contemporâneas de segurança e acessibilidade.
Quais as descobertas arqueológicas no Mercado de São José?
Durante as escavações realizadas no local, surgiram achados arqueológicos, incluindo fragmentos de ossadas humanas, que suscitaram a ação imediata do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Em resposta, o Instituto requisitou o acompanhamento arqueológico supervisionado pela Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) para todo o local destinado ao novo mezanino. Estes achados oferecem uma janela única para o passado da região, revelando camadas históricas que destacam a riqueza cultural do Recife.
A exposição de educação patrimonial em curso, localizada na área externa do mercado, apresenta ao público materiais arqueológicos e explora a história do cemitério antigo do local. Esta ação visa fomentar um maior entendimento e apreço do patrimônio histórico da cidade entre seus cidadãos e visitantes.
Qual o impacto nas atividades comerciais?
Para atenuar os perturbadores comerciais, especialmente entre os pequenos comerciantes, a Prefeitura divide o projeto em fases, permitindo a continuidade das operações ao máximo. No setor de artesanato, por exemplo, os permissionários foram realocados para um anexo temporário na Rua da Praia, nº 47, que comporta mais de 140 boxes. Do total de cerca de 100 comerciantes afetados, foi oferecida a escolha entre permanecer no espaço provisório ou usufruir de um auxílio financeiro mensal de R$ 3.000. Desses, 46 optaram por manter-se no anexo e 54 escolheram o benefício monetário.
Este esforço por parte do município reflete a preocupação com o bem-estar econômico dos comerciantes, enquanto as melhorias estruturais criam uma perspectiva de longo prazo mais brilhante para o Mercado de São José.
Qual a importância da restauração do Mercado de São José?
A restauração do Mercado de São José é um projeto que vai além das melhorias físicas e estruturais. Trata-se de reviver um espaço histórico vital para a identidade cultural e social do Recife. Este empreendimento não apenas preserva um ponto turístico e comercial vital, mas também revitaliza o tecido urbano, contribuindo para a sustentabilidade e para a abordagem moderna de preservação de patrimônio urbano.
O mercado tem um papel central na vitalidade econômica da região, servindo como placa giratória para mercadorias de todo tipo e como palco para interações comunitárias diárias. Os avanços nas obras são um sinal positivo para o futuro do mercado, prometendo um espaço que mescle seu valor histórico inestimável com funcionalidade moderna.
- Preservação da história e cultura: Inaugurado em 1875, o Mercado de São José é o mercado público mais antigo do Brasil. A sua restauração garante que essa parte da história e da identidade cultural do Recife seja preservada para as futuras gerações.
- Valor arquitetônico: O mercado é um exemplo notável da arquitetura de ferro do século XIX. A estrutura foi construída com material pré-moldado trazido da França, o que confere a ele um grande valor arquitetônico e histórico.
- Revitalização econômica: A restauração atrai mais visitantes e consumidores, impulsionando a economia local. A revitalização pode gerar um aumento nas vendas dos comerciantes e criar novas oportunidades de negócios.
- Fortalecimento do turismo: Como um dos principais pontos turísticos do Recife, o mercado restaurado se torna ainda mais atrativo. Isso estimula o turismo cultural e histórico na cidade, beneficiando a rede hoteleira, restaurantes e outros serviços.
- Melhoria das condições de trabalho: A obra melhora a infraestrutura para os comerciantes, proporcionando melhores condições de trabalho e mais conforto para os clientes.
- Segurança e infraestrutura: O projeto inclui a melhoria de aspectos de segurança, como a modernização das instalações elétricas e hidrossanitárias, o que é fundamental para a operação do mercado.
FAQ o Mercado de São José
- Qual é a importância histórica do Mercado de São José? O Mercado de São José é um dos marcos arquitetônicos mais antigos do Recife, celebrando 150 anos em atividade. Ele é um ponto central de comércio e cultura, representando a força e a diversidade da comunidade local.
- Quais são os principais desafios das obras de restauração? Além da complexidade estrutural, um dos principais desafios é o aspecto arqueológico, pois as escavações revelaram vestígios históricos que requerem cuidadosa preservação durante todo o processo de restauração.
- Como a obra impactou os comerciantes locais? Para mitigar os impactos, as obras foram divididas em fases. Os comerciantes tiveram a opção de se mudar para um anexo provisório ou receber apoio financeiro, garantindo que suas atividades não sejam totalmente interrompidas durante a reforma.
