O trágico assassinato do ex-delegado-geral da Polícia Civil de São Paulo, Ruy Ferraz Fontes, deixou uma marca profunda no litoral paulista e gerou uma grande onda de repercussão em todo o Brasil. Aos 63 anos, ele foi morto em Praia Grande, em um crime que trouxe à tona a violência e os desafios enfrentados por aqueles que lutam contra o crime organizado no país. Fontes dedicou mais de quatro décadas de sua vida à Polícia Civil, ganhando notoriedade especialmente por sua atuação contra a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC).
Em meio a uma carreira marcada por relevantes contribuições à segurança pública, Ruy Ferraz Fontes ocupava atualmente o cargo de secretário de Administração da Prefeitura de Praia Grande. A tragédia ocorreu na noite dessa segunda-feira (15/9), quando seu veículo foi alvejado a tiros, levando-o a perder o controle e colidir com um ônibus. As autoridades rapidamente iniciaram as investigações, buscando identificar os responsáveis por um crime que simboliza um ataque àqueles que servem e protegem a população.
Quem foi Ruy Ferraz Fontes?
Ex-delegado Ruy Ferraz Fontes é executado a tiros no litoral de São Paulo. pic.twitter.com/ZCCNx5MmPb
— Diego mello (@hdiegorj) September 16, 2025
Ruy Ferraz Fontes foi uma figura importante na Polícia Civil de São Paulo, dedicando mais de 40 anos à corporação. Durante sua trajetória, ocupou cargos de destaque, incluindo o de Delegado Geral de Polícia. Trabalhou em várias unidades estratégicas, como o Departamento de Investigações sobre o Crime Organizado (Deic), o Departamento Estadual de Prevenção e Repressão ao Narcotráfico (Denarc) e o Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP).
Em 2006, ele desempenhou um papel crucial ao indiciar os líderes da facção criminosa PCC, incluindo Marcola, um dos criminosos mais procurados do Brasil. Esse feito consolidou sua reputação como um dos principais oponentes do crime organizado no país. Apesar de estar licenciado da Polícia Civil quando de sua morte, Fontes continuava contribuindo para a segurança pública, desta vez através de uma posição administrativa na Prefeitura de Praia Grande.
- Trajetória profissional
- Ingressou na Polícia Civil em 1983, atuando por mais de 40 anos.
- Exerceu funções em diversas delegacias e departamentos, incluindo:
- Delegacia de Polícia de Taguaí (Deinter 7)
- Divisão de Homicídios do DHPP
- Denarc (Divisão de Investigações Sobre Entorpecentes)
- Deic (Departamento Estadual de Investigações Criminais)
- Foi delegado-geral da Polícia Civil e diretor do Departamento de Polícia Judiciária da Capital (DECAP).
- Atuação contra o PCC
- Em 2006, indiciou a cúpula do PCC, incluindo Marcola, antes de sua transferência para presídio federal.
- Considerado um dos principais inimigos da facção criminosa devido ao seu trabalho investigativo.
- Foi alvo de ameaças de morte, sendo jurado pelo PCC desde 2019.
- Atividades após aposentadoria
- Em 2023, assumiu a Secretaria de Administração da Prefeitura de Praia Grande.
- Estava afastado da Polícia Civil desde maio de 2023.
- Assassinato
- Foi baleado em uma emboscada enquanto saía da sede da Prefeitura de Praia Grande.
- O veículo utilizado pelos criminosos foi encontrado incendiado posteriormente.
- A polícia investiga a possibilidade de envolvimento do grupo Sintonia Restrita, ligado ao PCC.
Como as autoridades reagiram?
A morte de Ruy Ferraz Fontes suscitou uma resposta imediata e vigorosa das forças de segurança. Equipes especializadas da Polícia Civil, incluindo a Rota, o COE e o Garra, foram mobilizadas para conduzir as investigações e buscar os responsáveis. A Secretaria da Segurança Pública do Estado de São Paulo lamentou profundamente o ocorrido, caracterizando-o como uma “tragédia inenarrável” que impacta não apenas a polícia, mas toda a sociedade brasileira.
O veículo utilizado pelos criminosos foi encontrado incendiado, indicando uma tentativa de ocultar evidências. As primeiras informações sugerem que os assassinos empreenderam uma fuga cuidadosamente planejada, demonstrando o nível de organização e audácia do crime.
Como o crime impactou na comunidade?
O impacto da morte de Ruy Ferraz Fontes ressoou fortemente, não apenas em Praia Grande, mas em todo o Brasil. A Prefeitura local, que lamentou a perda de seu secretário de Administração, também destacou como a tragédia afetou a comunidade. Além disso, a Associação dos Delegados de Polícia do Brasil ressaltou a importância do legado deixado por Fontes, tanto em termos de enfrentamento ao crime quanto em sua dedicação à proteção da cidadania.
Além do luto pela perda de um importante defensor da lei, o caso de Fontes reitera a necessidade de uma contínua vigilância e combate ao crime organizado. O recrudescimento das atividades das facções criminosas desafia as autoridades e insiste na urgência de estratégias eficazes de segurança pública.
Qual o outro crime contra o ex-delegado-geral em Praia Grande?
Praia Grande, assim como outras cidades do litoral paulista, enfrenta desafios significativos em termos de segurança pública. A tragédia envolvendo Ruy Ferraz Fontes não foi um incidente isolado, mas parte de um contexto mais amplo de criminalidade na região. Em dezembro de 2023, o próprio Fontes foi vítima de um assalto em sua residência, durante o qual uma moto de luxo e outros pertences pessoais foram roubados.
Esses eventos ressaltam a presença de atividades criminosas na área, exigindo esforços consistentes das autoridades locais e estaduais para combater o crime. A segurança da população depende não apenas da atuação das forças de segurança, mas também de políticas públicas eficazes que promovam a justiça social e reduzam os fatores que contribuem para a criminalidade.
FAQ sobre morte de ex-delegado-geral da Polícia Civil
- Quem foi responsável pelas investigações do caso? Equipes da Polícia Civil de São Paulo, incluindo a Rota, o COE e o Garra, lideraram as investigações buscando identificar os responsáveis pelo crime.
- Qual era a relação de Fontes com o combate ao crime organizado? Fontes foi conhecido por seu duro combate ao crime organizado, especialmente contra a facção criminosa PCC, desempenhando papel fundamental em indiciamentos de líderes da gangue.
- Qual foi a repercussão do crime na sociedade? A morte de Fontes trouxe uma repercussão nacional, ressoando não apenas no âmbito policial, mas também na sociedade, que lamenta a perda de um defensor da segurança pública.
