O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) tornou-se alvo de um processo disciplinar no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados. Instaurado nesta terça-feira (23/9), este processo pode culminar na cassação do mandato do parlamentar, que é filho do ex-presidente Jair Bolsonaro. A queixa que motivou a abertura do processo foi apresentada pelo Partido dos Trabalhadores (PT), que afirmou que Eduardo Bolsonaro estaria agindo contra os princípios da República.
O Conselho de Ética é responsável por analisar a conduta dos parlamentares, garantindo que ajam de acordo com o mandato que lhes foi confiado. No caso em questão, o colegiado sorteou três possíveis relatores para o caso de Eduardo: Duda Salabert (PDT-MG), Paulo Lemos (PSol-AP) e Delegado Marcelo Freitas (União Brasil-AP). Cabe agora ao presidente do Conselho, deputado Fabio Schiochet (União Brasil-SC), decidir sobre quem assumirá a relatoria deste caso sensível.
Qual o impacto do processo disciplinar contra Eduardo Bolsonaro?

O ponto central da acusação é a alegação de que Eduardo Bolsonaro teria se utilizado de sua imunidade parlamentar para atacar autoridades brasileiras e a ordem institucional do país, o que é classificado como uma conduta contrária aos fundamentos republicanos.
A instauração do processo disciplinar é uma medida que ressalta a importância de se manter a transparência e a ética no cenário político brasileiro. Caso o processo avance para além da fase inicial, Eduardo Bolsonaro terá a oportunidade de apresentar sua defesa, o que é um direito garantido a todos os parlamentares que enfrentam este tipo de acusação. As possíveis consequências variam desde uma censura formal até a perda do mandato, caso se comprove a gravidade das infrações imputadas.
Paralelamente ao processo no Conselho de Ética, Eduardo enfrenta outras acusações. No dia 22 de setembro, a Procuradoria-Geral da República (PGR) levou ao Supremo Tribunal Federal (STF) uma denúncia contra ele por coação no curso do processo. A acusação refere-se a supostas tentativas de Eduardo de influenciar investigações contra seu pai, utilizando sanções econômicas promovidas pelo presidente dos EUA, Donald Trump, ao Brasil.
Quais são os próximos passos no processo?
O trâmite disciplinar segue uma série de etapas previamente estabelecidas. Inicialmente, Eduardo terá a chance de apresentar sua defesa perante o Conselho de Ética nos próximos quinze dias, conforme determinou o ministro Alexandre de Moraes, do STF. Se ele não o fizer dentro do prazo, a justiça poderá designar um defensor público ou um advogado dativo para representá-lo.
Além do processo em curso e da denúncia da PGR, as movimentações políticas dentro da Câmara dos Deputados também são relevantes. Recentemente, Eduardo foi indicado por seu grupo político para o cargo de líder da minoria, nomeação esta que foi rejeitada pelo presidente da Câmara, Hugo Motta, do Republicanos-PB. Esta rejeição reflete a resistência interna enfrentada por Eduardo em virtude das acusações que pesam contra ele.
- Conselho de Ética da Câmara dos Deputados
- Definição do relator: O presidente do Conselho de Ética, deputado Fabio Schiochet (União-SC), anunciará o relator do processo a partir da lista tríplice sorteada, composta pelos deputados Duda Salabert (PDT-MG), Paulo Lemos (PSOL-AP) e Delegado Marcelo Freitas (União-MG).
- Prazo para votação: O Conselho tem um prazo de 90 dias para concluir a análise e votar sobre a representação, que solicita a perda do mandato de Eduardo Bolsonaro.
- Possíveis desdobramentos: Se o Conselho recomendar a cassação do mandato, a decisão será submetida ao plenário da Câmara dos Deputados, que deverá votar a favor ou contra a perda do cargo.
- Denúncia no Supremo Tribunal Federal (STF)
- Prazo para manifestação: Eduardo Bolsonaro e o jornalista Paulo Figueiredo têm 15 dias para apresentar defesa à denúncia de coação apresentada pela PGR.
- Recebimento da denúncia: Se o STF aceitar a denúncia, ambos se tornarão réus em ação penal, iniciando a fase de instrução, que inclui coleta de provas e depoimentos.
- Possíveis consequências: Em caso de condenação, Eduardo Bolsonaro poderá enfrentar penas que incluem prisão e inelegibilidade, conforme a legislação brasileira.

Como o processo afeta o cenário político brasileiro?
O andamento deste processo na Câmara e as acusações no STF estão inseridos em um contexto mais amplo de tensões políticas nacionais. O caso de Eduardo Bolsonaro é apenas uma das instâncias que refletem os desafios atuais enfrentados pelo Brasil no fortalecimento de suas instituições democráticas. Assim, o acompanhamento destas medidas é essencial tanto para a classe política quanto para a sociedade em geral.
Essa conjuntura ressalta a importância da ética e do cumprimento das normas republicanas por parte dos representantes eleitos. Com a abertura do processo, a Câmara busca reforçar a transparência de suas ações e a confiança do público na seriedade com que os casos de desvio de conduta são tratados. O desfecho deste caso poderá definir não apenas o futuro político de Eduardo Bolsonaro, mas também sinalizar um compromisso renovado com a democracia e a justiça no país.
Se eu tivesse roubado bilhões de aposentados e pensionistas do INSS e contrato certos advogados com trânsito no STF, certamente o PT, PSOL e radicais de esquerda não estariam perseguindo meu mandato.
— Eduardo Bolsonaro🇧🇷 (@BolsonaroSP) September 23, 2025
Muito pelo contrário, estariam até me defendendo. Mas eu não sou bandido.
FAQ sobre Eduardo Bolsonaro
- O que é autoexílio? É quando alguém se afasta voluntariamente do próprio país, geralmente para evitar problemas legais, políticos ou de segurança.
- Qual é a função do Conselho de Ética na Câmara dos Deputados? É fiscalizar o comportamento dos deputados e julgar possíveis infrações éticas, podendo aplicar sanções.
- O que significa coação no curso do processo? É a tentativa de pressionar, intimidar ou influenciar indevidamente alguém envolvido no processo.