Direitos trabalhistas são mais fáceis de defender quando o trabalhador está bem orientado. É isso que defende a advogada Thaís Inácia, referência nacional em Direito do Trabalho e conhecida nas redes por traduzir temas jurídicos com clareza e praticidade.
Com mais de duas décadas de experiência, Thaís é advogada trabalhista (OAB/GO 21.397) e criadora de conteúdos que ajudam empregados a conhecer e proteger seus direitos. Em seu perfil no Instagram (@thaisinacia) e no TikTok (@thaisinacia.adv), ela alerta sobre erros comuns que podem prejudicar um processo — como apagar mensagens importantes do celular ou não ativar a geolocalização no trabalho.
Como a ativação de geolocalização e gravações podem comprovar horas extras?
Thaís Inácia explica que usar a geolocalização do celular é uma maneira prática de comprovar presença no trabalho fora do expediente. Assim, mesmo sem testemunhas, é possível ter evidências de que o trabalhador estava de fato no local, realizando suas atividades.
Além disso, a gravação de áudios pode servir para registrar conversas com o empregador que confirmem pagamentos por fora ou cobranças indevidas. Essas ferramentas tecnológicas, quando utilizadas corretamente, podem ser decisivas num processo trabalhista.

O que a advogada explica sobre apagar mensagens e perder provas?
Um dos alertas mais repetidos por Thaís é sobre o risco de apagar mensagens importantes para liberar espaço no celular. Conversas com o patrão, prints de cobranças e até gravações podem ser provas essenciais para o sucesso de um processo.
Segundo ela, guardar esse tipo de informação deve ser prioridade. Fotos, mensagens e gravações podem demonstrar abusos, ordens fora do expediente e salários informais. Sem essas provas, o trabalhador pode acabar ficando desamparado juridicamente.
A ativação da geolocalização é legal e vale como prova?
Sim. Ativar a localização no próprio celular é um recurso legal e pode ser aceito pela Justiça do Trabalho. De acordo com o artigo 74, §2º da CLT, o controle de jornada é obrigatório em empresas com mais de 20 funcionários, mas meios alternativos são admitidos como complemento.
Portanto, registros de localização, quando alinhados a outros dados, como mensagens e e-mails, podem reforçar o direito a horas extras. É importante que o uso seja consciente e dentro dos limites da privacidade individual.

A gravação de voz é válida para reclamar hora extra ou assédio?
Gravações de voz feitas pelo próprio trabalhador são válidas como prova, desde que ele participe da conversa. A Súmula 59 do Tribunal Superior do Trabalho respalda esse uso, desde que não haja violação de privacidade de terceiros.
Isso significa que um simples áudio pode ajudar a comprovar jornadas abusivas, ordens ilegais ou até assédio moral. Para a Justiça, o que importa é que o trabalhador tenha participado da conversa e o conteúdo seja relevante ao processo.
Curiosidade: quem é Thaís Inácia e quais credenciais ela tem?
Thaís Inácia de Castro é advogada trabalhista com mais de 22 anos de experiência. Formada em Direito pela Faculdade Anhanguera de Goiânia, é fundadora do escritório Thaís Inácia Sociedade de Advogados e foi eleita Conselheira Federal da OAB para o triênio 2025–2027.
Com mais de 1,3 milhão de seguidores nas redes sociais, ela se tornou uma referência ao traduzir os direitos trabalhistas de forma simples, acessível e prática para trabalhadores de todo o Brasil.
Efeitos de provas tecnológicas nas disputas trabalhistas?
Provas digitais como geolocalização e áudios fortalecem os processos trabalhistas. O Tribunal Superior do Trabalho reconhece a validade desses meios quando obtidos legalmente e utilizados com bom senso.
Esses registros ajudam a comprovar horas extras, acúmulo de função ou desrespeito a direitos básicos. Quando bem organizados, podem fazer a diferença no resultado do processo.
Qual a recomendação da advogada para profissionais expostos?
Thaís orienta que todo trabalhador que esteja em um ambiente tóxico ou com riscos de abusos deve se prevenir. Isso inclui ativar a geolocalização, fazer backups de conversas e guardar provas relevantes no próprio celular.
Essas atitudes simples, segundo ela, ajudam a proteger o trabalhador e evitam que ele fique desamparado caso precise acionar a Justiça do Trabalho.
E agora, o que você pode fazer por si mesmo?
Não espere que uma situação abusiva aconteça para começar a se proteger. Com atitudes simples como ativar a localização do celular, guardar mensagens e organizar conversas, você fortalece sua posição jurídica.
Como diz Thaís Inácia: trabalhador bem orientado, não é passado pra trás. Usar a tecnologia a seu favor pode ser o primeiro passo para garantir o respeito aos seus direitos.