As pirâmides do Egito, grandiosas estruturas que se ergueram como testemunhas silenciosas de uma era passada, foram erguidas em uma faixa desértica longe do atual rio Nilo. Essa localização sempre intrigou pesquisadores, que agora apresentam uma nova teoria: as pirâmides podem ter sido construídas ao longo de um ramo hoje extinto do sistema fluvial do Nilo. Esta hipótese, proposta por cientistas que utilizam tecnologias modernas para desvendar o passado, sugere que um antigo rio, batizado de “Ahramat”, desempenhou um papel crucial na logística de construção dessas maravilhas antigas.
Publicada na revista Communications Earth & Environment, a pesquisa explora como este rio, agora oculto sob as areias do tempo, poderia ter facilitado o transporte de imensas pedras e trabalhadores, essenciais para a construção das pirâmides há mais de 4.500 anos. Essa descoberta não apenas ilumina mistérios logísticos da época, mas também pinta um quadro mais complexo da relação dos antigos egípcios com seu ambiente natural.
Como o rio foi identificado?

Pesquisadores utilizaram imagens de satélite de alta resolução para buscar pistas sobre este misterioso rio. As imagens revelaram padrões que sugerem o curso de um rio antigo, coincidindo com a localização das pirâmides no deserto egípcio. Posteriormente, estudos geofísicos foram realizados no local para confirmar essas suspeitas, examinando sedimentos e relevos antigos que indicavam a presença de um leito de rio que se estendia por aproximadamente 64 quilômetros com até meio quilômetro de largura em certas partes.
Eman Ghoneim, o principal autor do estudo, destacou que o Ahramat não era apenas um pequeno afluente, mas uma importante artéria fluvial que moldou a paisagem humana e natural da região. Ele acredita que este rio surgiu como uma das principais razões para a escolha das localizações de construção das pirâmides, oferecendo um meio eficiente de transporte e sustentação logística.
- Imagens de radar por satélite: Pesquisadores utilizaram tecnologia de radar de satélite para penetrar a camada de areia e solo e mapear as estruturas enterradas. Diferente de fotos aéreas, o radar é capaz de revelar o que está escondido sob a superfície, permitindo a visualização do canal do rio.
- Análise de dados geofísicos: As informações do radar de satélite foram combinadas com outros dados geofísicos para criar um mapa detalhado da área. Essa análise mostrou o percurso de um rio extinto, com aproximadamente 64 km de comprimento e entre 200 e 700 metros de largura, correndo paralelamente ao Nilo principal.
- Sondagens no solo: Para confirmar os dados de satélite, a equipe realizou sondagens no solo da região. A análise do sedimento encontrado no leito seco do rio comprovou que ele esteve ativo durante o período de construção das pirâmides, entre 4.700 e 3.700 anos atrás.
Por que o rio é vital para o entendimento das pirâmides?

O papel do Ahramat, conforme sugerido, foi fundamental ao permitir que os antigos egípcios superassem desafios logísticos significativos na construção das pirâmides. Este rio teria proporcionado uma rota acessível para transportar blocos de pedra maciça, essenciais para edificar estruturas como a Pirâmide de Gizé, minimizando a dependência de transporte terrestre, que seria mais demorado e trabalhoso.
Além disso, a teoria propõe que a presença do rio pode ter influenciado significativamente onde as pirâmides foram construídas, não apenas por razões práticas de transporte, mas também por oferecer um abastecimento constante de água, essencial para a vida dos milhares de trabalhadores que viveram e trabalharam na construção dessas edificações monumentais.
Como a teoria impacta a arqueologia do Egito?
Essa nova perspectiva não só esclarece o método de construção das pirâmides, mas também reflete a engenhosidade dos antigos egípcios em maximizar os recursos disponíveis no ambiente. Ela destaca como seguiram uma estratégia bem planejada baseada no uso da hidrografia local, adaptando-se de forma inovadora às demandas desafiadoras da arquitetura monumental. A descoberta do Ahramat inspira uma reavaliação da compreensão das civilizações antigas em resposta às mudanças ambientais e a sua capacidade de moldar o ambiente para atender suas necessidades.
O conhecimento de que as pirâmides foram erigidas ao lado de um agora extinto braço do Nilo permite revisitar o entendimento sobre a interação das sociedades humanas com sistemas naturais, oferecendo lições valiosas sobre sustentabilidade e adaptação que ressoam até os dias de hoje.
@cardinigro Um dia no EGITO com as PIRÂMIDES EXCLUSIVAS pra gente! O que acharam? #Egito #Viagem #MairaCardi #CardiNigro #Tour #Piramides #Esfinge ♬ som original – Cardi Nigro
FAQ
- O que é o rio “Ahramat”? O Ahramat é o nome dado a um antigo e extinto braço do rio Nilo que, segundo uma nova pesquisa, pode ter sido fundamental para a construção das pirâmides do Egito. Ele corria em uma área hoje desértica e, em seu auge, media aproximadamente 64 km de comprimento e entre 200 e 700 metros de largura.
- Como o Ahramat ajudou na construção das pirâmides? Acredita-se que o rio Ahramat tenha sido uma via de transporte crucial para os antigos egípcios. Ele permitiu o transporte de materiais de construção pesados, como os enormes blocos de pedra, além de fornecer água e sustento para os milhares de trabalhadores envolvidos na construção das pirâmides, minimizando a necessidade de transporte terrestre, que seria mais demorado e trabalhoso.
- Por que o rio Ahramat desapareceu? É sugerido que ele foi “oculto sob as areias do tempo”. Acredita-se que mudanças ambientais e a desertificação da região tenham levado ao seu gradual desaparecimento ao longo dos séculos.
- Quem descobriu o rio Ahramat? O rio foi descoberto por uma equipe de cientistas liderada por Eman Ghoneim, que utilizou imagens de satélite de alta resolução, radar de satélite e dados geofísicos para mapear o curso do rio e confirmar a presença de um antigo leito de rio. As descobertas foram publicadas na revista Communications Earth & Environment.