Na arena política brasileira, um novo capítulo emerge envolvendo dois deputados federais de Minas Gerais, Rogério Correia do PT e Nikolas Ferreira do PL. O foco desta contenda é uma representação formal apresentada por Correia ao Supremo Tribunal Federal (STF), solicitando uma medida cautelar envolvendo as atividades nas redes sociais de Ferreira. A acusação central é a de incitação a ataques à Suprema Corte e tentativas de obstrução da Justiça, fatos que teriam ocorrido durante um evento público em São Paulo.
Como a acusação contra Nikolas foi motivada?

No domingo (3/8), num ato público em plena Avenida Paulista, Nikolas Ferreira teria exibido um vídeo ao vivo com o ex-presidente Jair Bolsonaro. O vídeo, segundo a acusação, foi utilizado como plataforma para promover mensagens contra o STF, especificamente contra o ministro Alexandre de Moraes. Frases como “Alexandre de Moraes vai pagar pelo que está fazendo” e “sem a toga você não é nada” foram supostamente proferidas por Ferreira. Para o deputado Rogério Correia, estas ações configuram uma grave tentativa de coação e incitação ao crime.
A petição, entregue à Suprema Corte, não apenas detalha as circunstâncias do suposto ataque, mas também pede o bloqueio imediato dos perfis de Nikolas Ferreira nas redes sociais por um período mínimo de 90 dias. A justificativa para tal medida é a alegada utilização sistemática das plataformas digitais por Ferreira para minar a integridade do Judiciário.
Redes sociais e política:
As redes sociais, enquanto ferramentas de comunicação de massa, têm desempenhado um papel cada vez mais central na política contemporânea. Elas facilitam o contato direto e imediato com o público, configurando-se como um palco privilegiado para o discurso político. Contudo, esse mesmo poder de amplificação gera desafios significativos, especialmente quando discursos inflamados e polarizadores atingem audiências massivas sem o filtro da mediação tradicional.
Por que a oposição pede o bloqueio?

A solicitação de bloqueio das redes sociais não é uma ação comum e reflete a seriedade com que se encara o uso potencialmente prejudicial destes canais. Segundo Rogério Correia, a medida busca justamente interromper a suposta campanha difamatória e ofensiva que poderia comprometer a autoridade e segurança dos membros do STF.
A cautelar visa também sinalizar a gravidade dos ataques ao Judiciário, esperando que o bloqueio temporário das redes de Ferreira desencoraje atos similares no futuro.
- Disseminação de desinformação: A oposição argumenta que Nikolas Ferreira utiliza suas redes sociais para espalhar informações falsas e enganosas. Esses conteúdos, segundo as denúncias, seriam criados para atacar adversários políticos, sem base em fatos verificáveis.
- Ataques e ofensas a autoridades: Há acusações de que o deputado federal usa suas plataformas para atacar e proferir ofensas contra ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e outras autoridades, o que poderia ser interpretado como incitação ao ódio ou desrespeito às instituições democráticas.
- Discursos de ódio: Vários pedidos se baseiam na alegação de que o parlamentar divulga discursos de ódio e preconceito, especialmente contra a comunidade LGBTQIA+ e mulheres, como no episódio em que usou uma peruca loira no plenário da Câmara e disse “Hoje, me sinto a mais bela do Brasil”, em referência a mulheres trans.
- Incentivo à desobediência civil: A oposição também aponta que Nikolas Ferreira teria utilizado suas redes sociais para incitar a população a desobedecer ordens judiciais e a questionar o processo eleitoral, o que é visto como um risco à estabilidade democrática.
Quais os próximos passos?
Da gosto ver o @nikolas_dm falar pic.twitter.com/kRboJatRuA
— Desiree Rugani (@desireerugani) August 5, 2025
O caso levanta questões fundamentais sobre a liberdade de expressão, a autoridade institucional e a ética no uso das redes sociais. Ao mesmo tempo que há a defesa do direito de expressão, também se reforça a ideia de que este direito é limitado quando se transforma em ataques a instituições democráticas.
Como a situação se desenrolará no STF poderá marcar precedente importante no manejo de discursos nas redes sociais por figuras públicas. A decisão do STF em relação à representação de Rogério Correia não só impactará diretamente no acesso de Nikolas Ferreira às redes, mas poderá influenciar a forma como políticos e cidadãos encaram a divulgação de conteúdo no ambiente virtual.