Maurício Martins Junior, conhecido na internet como MauMau ZK, se tornou notícia após ser preso nesta quinta-feira (7/8) em uma operação policial que visava combater atividades ilícitas na rede. Este influenciador digital, que acumula mais de três milhões de seguidores no Instagram, foi detido em São Paulo por supostamente promover o “jogo do tigrinho“, cujo alcance nas redes sociais é grande, especialmente entre o público jovem. Esta atividade é considerada ilegal no Brasil, e a prisão de MauMau levanta questões sobre a influência digital e a fronteira entre o entretenimento e a ilegalidade.
Quem é MauMau ZK?
🚨 OPERAÇÃO DESFORTUNA: INFLUENCIADOR MAUMAU ZK É PRESO!
— Link Podcast ⭐️ (@linkpodcastofc) August 7, 2025
Na manhã desta quinta-feira (7), o influenciador Mauricio Martins Junior, o Maumau ZK, foi preso em flagrante em sua casa, no condomínio Arujá Hills III, em São Paulo, durante a Operação Desfortuna da Polícia Civil do Rio… pic.twitter.com/QoSKiWNDYB
MauMau ZK emergiu como uma figura proeminente no mundo digital, onde conquistou um público fiel ao compartilhar momentos de luxo e ostentação através de suas contas nas redes sociais. Ele é conhecido por exibir uma vida glamorosa, com viagens ao redor do mundo, carros de luxo e roupas de grife, estabelecendo-se como um ideal para muitos de seus seguidores. Residente de um condomínio de alto padrão, MauMau também utiliza seu canal de vídeos para compartilhar sua rotina em festas e eventos sociais, muitas vezes ao lado de amigos e de sua esposa.
Como foi a prisão de MauMau?

A prisão de MauMau ocorreu em meio a uma operação da Polícia Civil do Rio de Janeiro, que visava desmantelar uma rede de promoção de jogos ilegais na internet. Durante a operação, MauMau foi detido por posse ilegal de uma pistola calibre 38 com numeração raspada, o que acentuou as acusações contra ele. Este evento sublinha o papel que influenciadores podem desempenhar na divulgação de atividades ilícitas, utilizando suas plataformas para atingir milhões de seguidores.
Segundo o delegado Renan Mello, da Delegacia de Combate às Organizações Criminosas, a ação policial cumpriu dezenas de mandados de busca em estados como Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais. Todas as ações visavam coibir uma organização criminosa suspeita de utilizar influenciadores para promover plataformas de jogos de azar, uma atividade que contraria as leis brasileiras.
- Motivo da prisão: A prisão de MauMau ZK não foi diretamente por promover o “Jogo do Tigrinho”, mas sim por porte ilegal de arma de uso restrito. Durante o cumprimento de um mandado de busca e apreensão em sua casa em Arujá, São Paulo, a polícia encontrou uma pistola calibre 38 com a numeração raspada.
- A Operação Desfortuna: A investigação, que também tem como alvos outros 14 influenciadores, apura crimes como estelionato, lavagem de dinheiro, publicidade enganosa e formação de organização criminosa. Relatórios do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF) apontaram movimentações bancárias suspeitas, que somadas, ultrapassam R$ 4 bilhões.
- Ostentação e promessas de lucro: Os influenciadores investigados são suspeitos de usar suas plataformas para prometer lucros fáceis e rápidos, atraindo seguidores para os sites de apostas. A polícia identificou um enriquecimento incompatível com a renda declarada por eles.
- Outros alvos: Além de MauMau ZK, a operação também mira nomes conhecidos da internet, como a influenciadora Bia Miranda e o DJ Buarque, entre outros.
Quais os impactos da operação?
O caso de MauMau ZK traz à tona uma discussão importante sobre a influência digital e suas responsabilidades. A promoção do chamado “jogo do tigrinho”, entre outros, foi identificada como uma atividade que usava a promessa de lucros fáceis para engajar seguidores, mas que na realidade ajudava a maquiar fraude e lavagem de dinheiro. Relatórios do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF) indicaram a movimentação de bilhões de reais em práticas suspeitas, sugerindo que as redes sociais estavam sendo usadas como um canal eficaz para atrair e enganar o público.
O delegado Renan Mello destacou que a sensação de impunidade era tamanha que alguns suspeitos continuavam promovendo essas plataformas até a véspera da operação. Essa confiança nas redes sociais como um espaço intocado pela lei revela a necessidade de regulamentos mais eficazes e de uma fiscalização mais ativa no universo digital.
Quais os próximos passos?

A operação contra MauMau ZK serve como alerta não apenas para outros influenciadores, mas também para empresas e marcas que colaboram com eles. A verificação das atividades promovidas por essas personalidades é crucial, principalmente quando se envolvem esquemas que podem prejudicar o público ou transgredir a legislação vigente. Neste contexto, a linha entre a influência e a ilegalidade torna-se cada vez mais tênue, exigindo uma auto-regulação por parte de quem possui grande impacto nas mídias sociais.
Com o aumento da presença digital, especialmente em tempos onde a internet se tornou ainda mais relevante, os influenciadores devem ser conscientes do poder que detêm. A responsabilidade digital não é apenas uma expectativa social, mas também uma necessidade legal que deve ser respeitada para garantir a proteção de todos os usuários da internet. O episódio envolvendo MauMau ZK em São Paulo é um exemplo claro do que ocorre quando essa linha é cruzada, impondo riscos não apenas para o influenciador, mas também para seus seguidores.
Além disso, este caso sublinha a importância de uma educação digital mais robusta, que prepare não apenas os jovens, mas todos os usuários para identificar e evitar armadilhas online. O fenômeno dos influenciadores digitais continuará a evoluir, e cabe a todos os atores do ecossistema digital trabalhar juntos para garantir um ambiente mais seguro e transparente para todos.