No cenário legislativo brasileiro de 2025, a discussão sobre a isenção do Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) para carros com mais de vinte anos tomou proporções significativas. A proposta visa aliviar a carga financeira sobre os proprietários de veículos antigos, que frequentemente enfrentam dificuldades econômicas. Recentemente, a proposta deu um passo importante ao ser aprovada no Senado e iniciar tramitação na Câmara dos Deputados.
A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 72/23, que pretende realizar essa mudança, justifica a isenção baseado no princípio da igualdade tributária. Enquanto veículos agrícolas e aquáticos já gozam de isenções fiscais, a proposta busca incluir carros com mais de duas décadas. Entretanto, a medida exclui ônibus e reboques, concentrando-se majoritariamente em automóveis de passeio.
Como é as variações estaduais nas regras do IPVA?
O IPVA é um imposto estadual no Brasil, o que significa que suas regras podem variar de acordo com a região. Essa diversidade nas normas reflete diferentes prioridades econômicas e fiscais adotadas por cada estado. Por exemplo, locais como Amapá e Rio Grande do Norte oferecem isenção para veículos com mais de dez anos, enquanto Bahia e Ceará estabelecem essa regra para veículos com quinze anos ou mais.
Já em estados como São Paulo e Rio Grande do Sul, a isenção é aplicada a carros com mais de vinte anos. Em Santa Catarina, a isenção atinge veículos com trinta anos ou mais. Essas diferentes abordagens evidenciam as variadas estratégias fiscais regionais, além das características econômicas locais que influenciam essas decisões.

Quais são as próximas etapas para aprovação da PEC 72/23?
Para que a PEC 72/23 seja completamente aprovada, ainda são necessários alguns passos no processo legislativo. Atualmente, a proposta se encontra nas mãos da Câmara dos Deputados, onde enfrenta discussões sobre seus impactos fiscais e os benefícios que trará aos proprietários de veículos antigos. Para ser aprovada, a PEC deve ser submetida a votação em dois turnos na Câmara.
Em cada turno, é necessário que pelo menos 308 deputados votem a favor da proposta. Caso isso ocorra sem alterações, a PEC segue direto para promulgação. Entretanto, se houver emendas, a proposta retorna ao Senado para nova deliberação, atrasando sua implementação potencialmente.
Impactos da isenção do IPVA para veículos antigos
A isenção do IPVA para veículos mais antigos pode proporcionar um alívio financeiro significativo aos proprietários, muitos dos quais podem estar em condições econômicas desafiadoras. Por outro lado, a medida pode acarretar uma redução nas receitas dos estados, que utilizam tais recursos para sustentar serviços públicos essenciais.
Além do impacto econômico, a isenção tem o potencial de incentivar a preservação de carros antigos, colaborando para a manutenção do patrimônio automotivo brasileiro. No entanto, deve-se considerar a questão ambiental, já que veículos mais velhos tendem a consumir mais combustível e emitir mais poluentes, impactando negativamente o meio ambiente.

A pergunta que permanece: a isenção do IPVA é justa?
Esta proposta levanta uma questão relevante sobre justiça tributária e sustentabilidade. Enquanto o benefício econômico para proprietários de veículos antigos é claro, o equilíbrio entre alívio fiscal e responsabilidade ambiental precisa ser considerado com cuidado. Questões de sustentabilidade, aliadas à necessidade de equilibrar finanças estaduais, compõem um debate complexo que exige análise detalhada e visão de longo prazo.
O debate em torno da PEC 72/23 destaca a dicotomia entre fomentar o alívio econômico para uma parcela da população e garantir políticas ambientais sustentáveis. A decisão final sobre a matéria precisa equilibrar esses aspectos, buscando resultados que beneficiem o coletivo sem prejudicar o meio ambiente ou desequilibrar as finanças públicas.