A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) deu um passo importante em defesa da saúde pública ao anunciar a proibição de suplementos alimentares da marca “Lipo sem Corte“. O comunicado, realizado na última quinta-feira (31/7), tem como base a ausência de registro dos produtos na agência reguladora, além de questões envolvendo segurança e eficácia. Os suplementos em questão, nomeados “Detox Fit”, “Intensy” e “Lipo sem Corte”, agora estão sujeitos a apreensão em todo o território nacional, e sua comercialização, distribuição, fabricação, importação, propaganda e uso foram terminantemente proibidos.
Por que os produtos foram proibidos pela Anvisa?

De acordo com a Anvisa, a decisão de proibir os produtos veio após constatação de que os mesmos eram fabricados por uma empresa desconhecida, além de serem anunciados sem o devido registro na entidade. A ausência de registro representa um risco significativo à saúde dos consumidores, já que produtos sem a devida autorização não oferecem garantias de qualidade, segurança e eficácia. Produtos alimentícios e nutricionais sem controle rigoroso podem conter substâncias nocivas ou em concentrações indevidas, gerando possíveis efeitos adversos à saúde.
- Falta de registro: Os produtos, que incluem o Detox Fit, Intensy e o próprio Lipo sem Corte, não tinham registro sanitário válido na Anvisa. Isso significa que não há garantia de que eles são seguros ou eficazes.
- Fabricação desconhecida: A Anvisa informou que os suplementos estavam sendo fabricados por uma empresa não identificada e não autorizada, o que representa um grande risco à saúde dos consumidores.
- Propaganda irregular: A comercialização e a publicidade dos produtos estavam sendo feitas sem o devido registro ou cadastro na agência.
Como a marca Lipo sem Corte reagiu à decisão?
Segundo informações da VEJA, em resposta à decisão da Anvisa, publicada no Diário Oficial da União (DOU), a proprietária da Lipo sem Corte, Jesielle Dalessi, negou as irregularidades apontadas pela agência. Segundo ela, a empresa não trabalha mais com os itens proibidos e esses foram incinerados no ano passado. Jesielle explicou que a marca, presente no mercado há cerca de quatro anos, foi notificada pela agência em relação aos produtos anteriormente comercializados. À época, os produtos foram adquiridos de outra empresa sem conhecimento sobre a falta de registro junto à Anvisa.
Medidas tomadas pela empresa:
Após as notificações da Anvisa, Jesielle Dalessi afirmou ter adotado todas as medidas recomendadas pelas autoridades sanitárias. A empresária detalhou que, assim que tomou ciência das irregularidades, procedeu com a incineração dos suplementos apreendidos e retirou-os da linha de comercialização. Além disso, afirmou ter lançado uma nova linha de produtos dentro das normas vigentes e apresentou documentos que comprovam a destruição dos suplementos em 2024. Esses documentos, segundo ela, corroboram com a afirmação de que os itens não são mais vendidos sob a marca Lipo sem Corte.
Quais as consequências para o mercado de suplementos?

A decisão da Anvisa lança um alerta para o mercado de suplementos alimentares no Brasil, reiterando a importância do registro e regulamentação desses produtos. O caso da Lipo sem Corte destaca a necessidade de transparência e responsabilidade por parte das empresas que atuam no setor. Consumidores devem estar atentos à procedência dos suplementos que adquirem, conferindo sempre se esses têm registro na Anvisa. Isso não apenas garante que o produto seja seguro, mas também assegura sua eficácia e qualidade. Aumenta-se, portanto, a pressão sobre o setor para que haja maior rigor e fiscalização, prevenindo assim casos similares.
Enquanto a Anvisa avança no controle de produtos sem registro, as empresas do ramo são chamadas a atuar com maior responsabilidade e compromisso com a saúde pública. A regulamentação eficaz é fundamental para a credibilidade do setor de suplementos, e incidentes como esse servem como um lembrete poderoso do papel das agências reguladoras na proteção dos consumidores brasileiros. A conscientização da população e a responsabilidade das marcas são cruciais para um ambiente de mercado mais seguro e confiável.