Nos últimos dias, o Brasil tem enfrentado temperaturas elevadas muito acima da média, especialmente nas regiões Centro-Oeste, Norte e Nordeste. Este fenômeno, que ocorre no mês de julho de 2025, vem acompanhado de níveis alarmantes de umidade relativa do ar, cenário que levou o Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) a emitir um alerta especial para mais de 1300 municípios distribuídos em treze estados brasileiros. Além de superar os 37°C em diversas cidades, algumas localidades chegaram a registrar temperaturas máximas próximas dos 40°C.
O destaque fica para Oeiras, no Piauí, onde a máxima atingiu 38,5°C no domingo. Paralelamente, regiões como Araguaçu, no Tocantins, e municípios em Goiás enfrentaram valores de umidade relativa inferiores a 15%, índices comparáveis aos do deserto do Saara. A combinação do calor intenso com o ar extremamente seco eleva consideravelmente os riscos de incêndios florestais e pode causar diversos impactos imediatos à saúde da população.
O que motiva os alertas do INMET?
☀️ Início de semana de tempo firme em boa parte do Brasil, com temperaturas em elevação.
— Meteored | Tempo.com (@MeteoredBR) July 21, 2025
🌧️ Chuvas acontecem somente no leste do Nordeste e no extremo norte do Brasil.
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O INMET reforçou os avisos em virtude do agravamento das condições climáticas nesta segunda-feira. O tempo seco, aliado à massa de ar quente, cria um ambiente propício para oscilações bruscas na umidade relativa. Muitas cidades situadas na parte central do país, abrangendo uma extensa faixa geográfica, estão experimentando uma baixa considerável na umidade do ar. Em situações assim, órgãos de saúde pública reforçam a necessidade de prevenção, principalmente para grupos mais sensíveis, como crianças e idosos.
Esses alertas não representam apenas uma formalidade. Os riscos vão além do desconforto térmico: problemas respiratórios, dores de cabeça, ressecamento da pele, irritação nos olhos e lábios são situações que vêm sendo relatadas com maior frequência. Além disso, há uma preocupação adicional com o risco de queimadas, comum nesta época do ano, mas potencializado pelas condições atuais.
Quais as regiões mais afetadas pelo calor extremo e baixa umidade?
No decorrer desta semana, o INMET projeta uma intensificação do calor e da seca. Estados como Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Tocantins, Minas Gerais (especialmente no Triângulo Mineiro) e parte do norte paulista deverão enfrentar dias seguidos com temperaturas próximas dos 40°C. O Norte e o Nordeste, tradicionalmente mais quentes, também sentem os efeitos do fenômeno de maneira acentuada.
A queda da umidade ocorre principalmente no período da tarde, quando taxas próximas a 13% estão previstas para diversas capitais e municípios do interior. Segundo estudos climáticos, valores inferiores a 30% já sinalizam atenção, exigindo cuidados redobrados. Em situações extremas, como as vivenciadas esta semana, o patamar é considerado de perigo, criando desafios tanto para o sistema de saúde quanto para o manejo ambiental.

Como se proteger do calor intenso e do ar seco?
Diante do cenário atual, as autoridades oferecem uma série de recomendações para auxiliar a população a enfrentar as consequências do clima. As orientações, válidas especialmente para regiões sob alerta, incluem medidas simples e de fácil implementação no dia a dia.
Hidratação Adequada
- Beba bastante água: Mantenha-se hidratado constantemente, mesmo que não sinta sede. A quantidade ideal varia, mas o Ministério da Saúde recomenda beber água regularmente, especialmente crianças e idosos, que podem não perceber a necessidade de se hidratar.
- Evite bebidas açucaradas e alcoólicas: Essas bebidas podem desidratar o corpo. Prefira água, sucos naturais e água de coco.
- Consuma alimentos ricos em água: Inclua frutas como melancia, melão, laranja e vegetais como alface, pepino e tomate na sua dieta.
Cuidados com o Corpo
- Use roupas leves e claras: Prefira tecidos de algodão ou fibras naturais, que permitem a ventilação do corpo e absorvem o suor.
- Evite atividades físicas nos horários de pico: Não pratique exercícios ao ar livre entre 10h e 16h, quando as temperaturas e a radiação solar são mais elevadas. Se for se exercitar, faça-o nas primeiras horas da manhã ou no final da tarde.
- Tome banhos frios ou mornos: Banhos curtos e mais frios ajudam a refrescar o corpo e a diminuir a temperatura corporal.
- Proteja a pele e os lábios: Use protetor solar diariamente e hidratantes corporais e labiais para evitar o ressecamento da pele e rachaduras nos lábios.
- Proteja os olhos: O uso de lágrimas artificiais (colírio ou soro fisiológico) pode aliviar a irritação ocular em ambientes secos.
- Use soro fisiológico nas narinas: Isso ajuda a manter as vias respiratórias umedecidas, prevenindo o ressecamento e irritações, o que é especialmente importante para crianças.
Mantenha os Ambientes Frescos e Úmidos
- Umidifique o ar: Use umidificadores de ar para manter a umidade em níveis confortáveis (entre 40% e 60%). Se não tiver umidificador, você pode espalhar bacias com água, toalhas molhadas ou baldes de água pela casa, principalmente nos quartos.
- Ventile os ambientes: Mantenha as janelas abertas durante a noite ou nas horas mais frescas do dia para permitir a circulação do ar. Durante o dia, especialmente nos horários mais quentes, feche cortinas e persianas para bloquear a entrada de calor e luz solar excessiva.
- Evite o uso excessivo de ar-condicionado: Se o ar-condicionado não tiver função de umidificador, ele pode ressecar ainda mais o ar. Use-o com moderação e, se possível, utilize ventiladores, que ajudam na circulação do ar.
- Decore com plantas naturais: Algumas plantas podem ajudar a manter a umidade do ambiente e a baixar a temperatura.
Qual a previsão do INMET para os próximos dias?

As projeções dos meteorologistas indicam a continuidade do padrão de calor elevado, ao menos até o final de julho. Não há previsão de entrada de frentes frias significativas que poderiam amenizar as temperaturas ou elevar a umidade de forma eficaz antes de agosto. Portanto, espera-se, para este mês, a prevalência de termômetros elevados e níveis de umidade muito baixos, especialmente no interior do país.
A adoção de práticas recomendadas se faz fundamental durante esse período, já que a exposição prolongada ao clima seco e quente pode agravar quadros de doenças respiratórias crônicas e desencadear problemas novos em pessoas previamente saudáveis. A vigilância dos órgãos de meteorologia continua ativa e novas atualizações podem surgir conforme avança o período crítico.