A novela História de Amor, transmitida originalmente entre 1995 e 1996 pela Globo, volta a chamar atenção em sua reapresentação em 2025, reacendendo memórias de um elenco diversificado e de personagens marcantes. O folhetim, criado por Manoel Carlos, foi responsável por lançar ou consolidar diversos nomes, mas também serviu como último trabalho fixo de alguns artistas em novelas. Ao longo dos anos, o sumiço de certos rostos das telinhas gerou curiosidade entre os fãs de dramaturgia.
Entre os atores que participaram dessa produção, alguns decidiram mudar de carreira ou buscar outros caminhos profissionais. Seja por escolha, oportunidades ou motivos pessoais, esses artistas têm trajetórias que envolvem mais do que atuação. A seguir, são detalhadas as atuais vidas e experiências de três nomes que marcaram a novela e hoje se dedicam a diferentes áreas.
Quais atores de História de Amor não retornaram mais às novelas?

Logo após sua participação como Fábio, Guilherme Faro optou por se afastar completamente do universo artístico. Em vez de continuar atuando, seguiu em outra direção e investiu nos estudos, primeiro com uma graduação em Relações Internacionais e, posteriormente, em Direito. Desde então, estabeleceu-se como advogado e atua nesta profissão até hoje. Atualmente, com 52 anos, ele deixou claro em entrevistas que sua decisão se deu por não se identificar com o ambiente da televisão, preferindo uma rotina mais reservada e focada em sua nova carreira.
Outro exemplo é o veterano Fernando Wellington, lembrado pelo papel do motorista Mendonça. Embora tenha se destacado também no humorístico Escolinha do Professor Raimundo, não conseguiu novas oportunidades de personagens fixos em novelas após História de Amor. Com uma trajetória vinculada principalmente ao teatro e a participações pontuais, Wellington vive desde 2022 no Retiro dos Artistas, no Rio de Janeiro. Lá, encontra tranquilidade e um ambiente propício ao convívio com outros colegas de profissão que também se afastaram dos palcos e holofotes.
O que aconteceu com André Ricardo depois da novela?
André Ricardo, que interpretou Luizinho, filho caçula do personagem Assunção, seguiu um caminho semelhante ao de Guilherme Faro, afastando-se das novelas após seus trabalhos iniciais. Após atuar em séries como “Você Decide” e minisséries exibidas no final dos anos 1990, seu último registro em novelas ocorreu em 2004, na Rede Record, antes de mudar totalmente de área. Hoje, aos 38 anos, encontrou novo horizonte no Direito, onde atua na área trabalhista e mantém uma rotina ligada ao universo jurídico, distante das telas e do reconhecimento do público em geral.
- Guilherme Faro: De ator a advogado, abandonou o meio artístico por escolha própria.
- Fernando Wellington: Vive no Retiro dos Artistas, com trajetória marcada pelo humor e teatro.
- André Ricardo: Migrou para o Direito trabalhista, mantendo distância da vida pública.
Por que esses atores decidiram mudar de carreira?
As razões para a saída definitiva desses profissionais da dramaturgia variam, mas geralmente envolvem uma combinação de desilusão com a rotina da televisão, falta de oportunidades ou busca por estabilidade e realização em outras áreas. A experiência de bastidores e as exigências do ambiente artístico são frequentemente citadas como fatores que impactaram suas decisões. Para alguns, como Guilherme Faro, a identificação com o universo das novelas era limitada, apontando diversos desafios de relacionamento nos bastidores e escolhas profissionais.
Além disso, a migração para campos como o Direito demonstra que, após a exposição televisiva, é possível construir trajetórias sólidas e respeitadas em outros segmentos. No caso de Wellington, o Retiro dos Artistas representa uma alternativa digna e acolhedora para ex-globais que preferem o anonimato e o conforto de um ambiente compartilhado, sem a pressão constante das plataformas de exibição.
Guilherme Faro (Fábio)
- Desencanto com o meio artístico: Guilherme Faro revelou em entrevistas que não se sentia à vontade com a forma como as pessoas se tratavam e como as coisas aconteciam no meio artístico. Ele se sentia “um peixe fora d’água”.
- Falta de meritocracia: O ator mencionou que as oportunidades muitas vezes eram dadas por afinidade ou contato, e não necessariamente por mérito. Ele chegou a escrever um roteiro, mas se sentiu passado para trás por um produtor, o que o fez se desencantar com a profissão.
- Busca por estabilidade: Após “História de Amor”, Guilherme buscou uma vida mais estável. Ele se formou em Relações Internacionais e, posteriormente, em Direito, dedicando-se à advocacia, que se tornou sua única profissão.
André Ricardo (Luizinho)
- Transição para o Direito: André Ricardo, que interpretou o Luizinho, também optou por seguir a carreira jurídica. Ele se formou em Direito e atua na área trabalhista.
- Afastamento da mídia: Após algumas participações pontuais na televisão nos anos seguintes a “História de Amor” (seu último papel foi em 2004), André Ricardo se afastou dos holofotes e mantém uma vida mais discreta, com raras entrevistas sobre sua antiga profissão.
Fernando Wellington (Mendonça)
- Continuidade no teatro e TV, mas sem papéis fixos: Fernando Wellington continuou atuando em teatro e teve participações em algumas novelas e programas humorísticos, como a “Escolinha do Professor Raimundo”. No entanto, ele não teve mais papéis fixos em novelas após os anos 2000.
- Situação atual: Atualmente, Fernando Wellington, que está com 66 anos, reside no Retiro dos Artistas desde 2022. Ele tem feito aparições públicas cantando em restaurantes, mostrando que, embora não esteja ativo na televisão como antes, a arte ainda faz parte de sua vida. Não há informações detalhadas sobre os motivos que o levaram a se afastar de papéis fixos na televisão, mas sua mudança para o Retiro dos Artistas sugere a busca por apoio e acolhimento na fase atual da vida.
Essas histórias ajudam a ilustrar o dinamismo do universo das telenovelas brasileiras, onde os caminhos de sucesso podem ser transitórios e muitas vezes levam a rumos inesperados. O afastamento dos holofotes não significa necessariamente um fim de carreira, mas sim uma reinvenção pessoal e profissional, muitas vezes invisível ao grande público.
O cenário de 2025, com reprises e novas produções, faz com que o passado continue vivo na memória dos telespectadores, mesmo que os artistas tenham seguido novos rumos. Da atuação à advocacia ou à vida reclusa no Retiro dos Artistas, cada decisão contribui para entender as múltiplas faces da carreira artística no Brasil.