Recentes descobertas científicas trouxeram novos olhares sobre a relação entre a alimentação e a psoríase, uma condição inflamatória da pele que afeta milhões de pessoas no mundo. Em 2025, especialistas continuam monitorando de perto o impacto dos hábitos alimentares sobre os sintomas dessa doença crônica. Pesquisas apontam que o cardápio diário pode influenciar diretamente o desenvolvimento e a intensidade dos quadros de psoríase.
Lançado em fevereiro pelo British Journal of Nutrition, um estudo analisou padrões alimentares de diferentes grupos e verificou que opções mais inflamatórias, compostas por ultraprocessados, carnes vermelhas e altos níveis de açúcares simples, elevam o risco de agravamento dos sintomas. O levantamento reforça a necessidade de olhar com atenção para o que se consome, especialmente por quem já apresenta predisposição genética ou fatores de risco associados à doença.
Como a alimentação influencia os sintomas da psoríase?

De acordo com a pesquisa, alimentos ultraprocessados podem acionar respostas inflamatórias no organismo, intensificando as manifestações típicas da psoríase, tais como lesões secas e avermelhadas na pele. Essas reações vão além do desconforto físico, podendo afetar diretamente a qualidade de vida dos pacientes. O consumo tácito de gorduras saturadas, fibras reduzidas e excesso de açúcar simples pode interferir nos mecanismos de defesa do corpo, colaborando para quadros mais persistentes e difíceis de controlar.
Enquanto isso, padrões alimentares considerados saudáveis demonstraram impacto positivo no enfrentamento da doença. Frutas, verduras, legumes, grãos integrais, oleaginosas e peixes ricos em ômega-3 são exemplos de itens associados a quadros menos severos, principalmente por auxiliarem na modulação da resposta inflamatória e na saúde geral da pele.
Como a alimentação influencia os sintomas da psoríase?
- Inflamação: A psoríase é uma doença inflamatória, e alguns alimentos podem aumentar a resposta inflamatória do corpo, piorando os sintomas. Dietas ricas em produtos ultraprocessados, açúcares refinados e gorduras saturadas tendem a favorecer a inflamação.
- Sistema imunológico: A psoríase está diretamente relacionada ao funcionamento do sistema imunológico. Alimentos ricos em antioxidantes, vitaminas e minerais podem fortalecer o sistema imunológico e ajudar a modular a resposta inflamatória.
- Peso corporal: A obesidade é um fator de risco para a psoríase e pode agravar a doença. Uma dieta equilibrada, que ajude no controle do peso, é fundamental.
- Resistência à insulina: Alimentos de alto índice glicêmico podem contribuir para a resistência à insulina, que está associada à psoríase.
Quais alimentos evitar?
Para ajudar a controlar os sintomas da psoríase, é recomendado evitar alimentos que podem promover a inflamação no organismo:
- Carnes vermelhas e processadas: São ricas em gorduras saturadas e podem aumentar a inflamação. Isso inclui carnes gordurosas, embutidos (presunto, salsicha, salame) e fast-food.
- Frituras: Alimentos fritos geralmente contêm gorduras trans e saturadas, que são pró-inflamatórias.
- Açúcar refinado e farinha branca: Presentes em doces, refrigerantes, biscoitos, pães brancos e cereais processados. Eles têm alto índice glicêmico, o que pode levar a picos de glicose e inflamação.
- Alimentos ultraprocessados e industrializados: Produtos enlatados, salgadinhos e outros alimentos com muitos aditivos químicos e conservantes tendem a aumentar a inflamação.
- Álcool: O consumo de álcool pode desidratar o corpo, ressecar a pele e piorar a inflamação, levando a crises mais intensas.
- Laticínios integrais: Em alguns indivíduos, laticínios gordurosos podem agravar as lesões dérmicas.
- Glúten: Para pessoas com sensibilidade ao glúten ou doença celíaca associada à psoríase, a exclusão do glúten pode trazer benefícios. O glúten está presente em cereais como trigo, centeio e cevada.
- Plantas solanáceas (Nightshades): Algumas pesquisas sugerem que alimentos como tomate, batata, pimentão e berinjela podem potencializar doenças de pele em certas pessoas, mas a evidência ainda é limitada.
- Especiarias “quentes”: Pimentas em geral, canela e páprica, em excesso, podem deixar a pele mais suscetível à piora da inflamação para algumas pessoas.
Quais fatores além da dieta podem afetar a psoríase?
A alimentação, embora relevante, não é o único fator modificável nas manifestações da psoríase. Entre outros elementos identificados, destacam-se o tabagismo, a ingestão excessiva de bebidas alcoólicas e o acúmulo de peso corporal. Tais comportamentos podem atuar em conjunto, tornando o controle da doença ainda mais desafiador.
Médicos enfatizam que a obesidade, por exemplo, não só aumenta o risco de desenvolver os sintomas como também dificulta a resposta aos tratamentos tradicionais. O excesso de gordura corporal favorece um estado inflamatório crônico, condição propícia para ativação ou agravamento das lesões características. Por isso, estratégias que promovam o equilíbrio alimentar e a redução de hábitos prejudiciais têm grande importância no manejo da psoríase.
Quais alimentos escolher para melhorar a saúde da pele?

Especialistas sugerem construir um cardápio baseado em alimentos minimamente processados e naturais. Destacam-se:
- Peixes de água fria (como sardinha e salmão), ricos em ácidos graxos ômega-3
- Frutas e vegetais frescos, fontes de vitaminas, minerais e antioxidantes
- Leguminosas e grãos integrais, importantes para regular a digestão e oferecer fibras
- Sementes e oleaginosas, como nozes, castanhas e chia
Dieta mediterrânea como opção benéfica:
A dieta mediterrânea, rica em frutas, vegetais, peixes, azeite de oliva e oleaginosas, tem sido associada à redução da inflamação e à melhora dos sintomas da psoríase. Diversos estudos mostram que indivíduos que aderem a esse padrão alimentar, composto por alimentos naturais, fibras, antioxidantes e gorduras saudáveis, apresentam menos quadros severos da doença e uma evolução mais estável dos sintomas. Por isso, muitos especialistas sugerem aos pacientes com psoríase a adoção da dieta mediterrânea como uma estratégia complementar para o controle da inflamação e promoção da saúde geral da pele.
Além disso, recomenda-se evitar ou pelo menos restringir o consumo de embutidos, frituras, doces industrializados e bebidas açucaradas. A hidratação adequada deve ser mantida com água e opções naturais de bebidas.
É importante ressaltar que o acompanhamento profissional, como consultas com dermatologistas e nutricionistas, é fundamental para ajuste individual das recomendações alimentares. Ao integrar orientações alimentares à rotina, pacientes podem vivenciar maior controle dos sintomas e qualidade de vida mais satisfatória.