Desde o final da década de 2010, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) intensificou a fiscalização sobre os cosméticos comercializados no Brasil. Diversos produtos populares, incluindo shampoos amplamente conhecidos, foram retirados das prateleiras por não respeitarem critérios regulatórios. O objetivo dessas ações é proteger a saúde da população e garantir que somente itens seguros e devidamente autorizados estejam disponíveis ao consumidor final.
A atuação da Anvisa ganhou destaque a partir de 2018, quando um número expressivo de cosméticos se viu proibido de circular no mercado nacional. Companhias notórias do ramo, como a Titânia Indústria de Cosméticos e a Ecco Brasil Ecological Cosmetics, estiveram entre as principais afetadas. O motivo central dessas proibições recaiu, sobretudo, na ausência de registro regular dos produtos, imprescindível para a legalização de um cosmético no país.
Quais shampoos e cosméticos foram proibidos pela Anvisa?

De acordo com determinações divulgadas, alguns produtos conhecidos precisaram ser recolhidos em todo o território nacional. Entre eles, destaca-se o The First Shampoo 2.0 Sweet Profissional, cuja comercialização ficou vedada por não possuir o registro necessário junto às autoridades sanitárias. Além desse, outros itens, como o Shampoo Erva Doce Álcool (5L) e o Condicionador Ecco (5L), também foram barrados pelos mesmos motivos regulamentares. Inclusive, o Sabonete Líquido Erva Doce (5L) foi suspenso por irregularidades similares.
A Anvisa mantém rígido controle sobre a regularização desses produtos, orientando que qualquer cosmético comercializado em solo nacional deve apresentar documentação que ateste sua segurança, eficácia e conformidade com as normas brasileiras. Sem isso, o item não pode ser ofertado ao consumidor, sendo considerado irregular e, portanto, passível de recolhimento imediato.
Produtos Proibidos e Motivação da Decisão
- The First Shampoo 2.0 Sweet Profissional
- Fabricante: Titânia Indústria de Cosméticos Ltda EPP
- Motivação da Proibição: O produto não possuía registro ou notificação na Anvisa. A falta de registro impede a comprovação de sua segurança e eficácia. A empresa Titânia, mencionada na decisão de 2018, já não seria a parceira de fabricação da Sweet Hair Professional, que afirmou ter cancelado o contrato com essa terceirizada e estar em processo de regularização com uma nova fábrica própria.
- Shampoo Erva Doce Álcool (5L), Condicionador Ecco (5L) e Sabonete Líquido Erva Doce (5L)
- Fabricante: Ecco Brasil Ecological Cosmetics Ltda
- Motivação da Proibição: Assim como o The First Shampoo 2.0, esses produtos da Ecco Brasil também foram proibidos por não possuírem registro ou notificação na Anvisa. A ausência de registro significa que não há garantias sobre sua composição, segurança e se eles cumprem o que prometem. Esses produtos, com embalagens de 5L, eram frequentemente direcionados à indústria hoteleira.
Entenda a Motivação da Anvisa
A Anvisa atua para proteger a saúde pública, e o registro ou notificação de produtos cosméticos é um passo fundamental para isso.
- Segurança e Eficácia: O processo de registro exige que os cosméticos passem por testes e avaliações rigorosas. Isso garante que os produtos sejam seguros para uso e que suas alegações de eficácia sejam comprovadas.
- Controle de Qualidade: Produtos registrados são submetidos a um controle de qualidade que verifica sua composição, fabricação e condições de armazenamento.
- Prevenção de Riscos: A falta de registro impede que a Anvisa saiba o que realmente está sendo colocado no mercado, expondo os consumidores a produtos potencialmente nocivos, com substâncias não autorizadas ou em concentrações perigosas.
- Transparência e Rastreabilidade: O registro permite que a Anvisa rastreie os produtos no mercado e tome medidas rápidas em caso de problemas ou eventos adversos.
Por que o registro na Anvisa é obrigatório?
O processo de registro de cosméticos e shampoos na Anvisa envolve uma avaliação criteriosa dos ingredientes, métodos de fabricação e rotulagem. Esse procedimento é fundamental para garantir que os produtos não apresentem riscos à saúde, como alergias, irritações cutâneas ou contaminação microbiológica. O registro também assegura que as informações fornecidas no rótulo estejam corretas, prevenindo possíveis enganos por parte do usuário.
- Proteção do consumidor: Evita que compostos tóxicos ou não testados sejam liberados no mercado.
- Transparência: Garante que todas as informações do produto estejam acessíveis e verdadeiras.
- Rastreabilidade: Permite o monitoramento da origem e fabricação de cada lote.
Como as empresas estão se adaptando às normas?

Após receberem notificações e determinações de retirada do mercado, as empresas trabalham para adequar seus processos internos e produtos às exigências da Anvisa. Essa adaptação passa por revisões rigorosas do controle de qualidade, ajustes nos métodos de produção e regularização documental. O processo inclui a retirada imediata dos cosméticos proibidos dos pontos de venda e o investimento em pesquisas para que fórmulas e práticas cumpram todas as normas brasileiras.
- Revisão de processos produtivos internos.
- Atualização de documentação e registros junto à Anvisa.
- Aprimoramento dos controles de qualidade e rotulagem.
- Capacitação das equipes quanto à regulamentação vigente.
Essas mudanças buscam minimizar o risco de futuras penalidades, fortalecendo a confiança dos consumidores e reforçando o compromisso das marcas com a saúde pública. A conformidade regulatória, além de evitar prejuízos legais, contribui para a criação de um mercado mais transparente e seguro para todos.
O que muda para o consumidor diante das proibições?
A retirada de shampoos e outros cosméticos irregulares evidencia o papel da fiscalização sanitária na proteção do consumidor. Quem adquire produtos de empresas que passaram por adaptações pode ter maior segurança quanto à procedência e qualidade do item, já que estes passaram por análises rigorosas. Além disso, a decisão reforça a importância de sempre verificar nos rótulos informações como o número de registro da Anvisa e buscar estabelecimentos confiáveis no momento da compra.
No contexto de 2025, permanecem em vigor diversas restrições determinadas pela Anvisa, sinalizando a continuidade dos esforços para regularizar completamente o amplo segmento dos cosméticos no Brasil. A fiscalização atenta beneficia a sociedade, ao passo que incentiva empresas do setor a investirem em qualidade e segurança, refletindo diretamente na experiência e no bem-estar do consumidor final.