Em 2024, o Brasil atingiu a menor taxa de Mortes Violentas Intencionais (MVI) desde 2012, registrando 20,8 casos por 100 mil habitantes, conforme o Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2025. Essa redução de 5,4% em relação ao ano anterior é vista como um avanço, embora a violência letal continue prevalente nas regiões Norte e Nordeste. Os estados do Amapá e da Bahia figuram entre os mais violentos do país, destacando a necessidade de políticas públicas específicas para redução da criminalidade nessas áreas.
Quais são as regiões mais afetadas pela violência no Brasil?

Apesar do declínio na taxa nacional de MVI, a desigualdade na distribuição de violência entre as regiões brasileiras é marcante. O Norte e o Nordeste continuam a ser os epicentros da violência letal, com taxas de 27,7 e 33,8 por 100 mil habitantes, respectivamente. Em contraste, as regiões Sudeste e Sul apresentam as menores taxas: 13,3 e 14,6 por 100 mil habitantes. Esta disparidade destaca os desafios enfrentados por diversos estados no combate à violência, o que exige soluções localizadas e adaptadas às realidades específicas de cada região.
No ranking dos estados mais violentos de 2024, o Amapá ocupa a primeira posição com uma taxa de 45,1 por 100 mil habitantes. Seguido pela Bahia, com 40,6, Ceará com 37,5, e Pernambuco com 36,2. Esses números refletem um agravamento nos índices de violência nesses estados, que enfrentam problemas socioeconômicos e de articulação política que dificultam a implementação de medidas eficazes no combate à criminalidade.
Quais são as cidades mais violentas do Brasil?

Concentrando-se principalmente no Nordeste, as cidades apresentaram os índices mais alarmantes de MVI em 2024. Maranguape, no Ceará, lidera a lista com 79,9 casos por 100 mil habitantes. Segue-se Jequié, na Bahia, com 77,6, e Juazeiro, também na Bahia, com 76,2. Questões como disputas entre facções criminosas e o tráfico de drogas são apontadas como principais fatores para esses altos índices, necessitando de intervenções eficazes e sustentáveis.
Os 10 estados mais violentos do Brasil:
- 1º Amapá: 45,1
- 2º Bahia: 40,6
- 3º Ceará: 37,5
- 4º Pernambuco: 36,2
- 5º Alagoas: 35,4
- 6º Maranhão: 30,4
- 7º Mato Grosso: 29,8
- 8º Pará: 29,5
- 9º Amazonas: 27,4
- 10º Rondônia: 26,1
As 10 cidades mais violentas do Brasil:
- 1º Maranguape (CE): 79,9
- 2º Jequié (BA): 77,6
- 3º Juazeiro (BA): 76,2
- 4º Camaçari (BA): 74,8
- 5º Cabo de Santo Agostinho (PE): 73,3
- 6º São Lourenço da Mata (PE): 73,0
- 7º Simões Filho (BA): 71,4
- 8º Caucaia (CE): 68,7
- 9º Maracanaú (CE): 68,5
- 10º Feira de Santana (BA): 65,2
Qual o impacto da violência na sociedade brasileira?
Das 20 cidades mais violentas do Brasil, 16 estão na região Nordeste, aponta levantamento do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. pic.twitter.com/HBWZve4kDW
— poponze (@poponze) July 24, 2025
A violência letal tem um profundo impacto na sociedade, afetando não apenas a segurança, mas também o bem-estar social e econômico das regiões mais afetadas. O medo da violência pode limitar a mobilidade das pessoas, afetar o comércio local e incentivar a migração para áreas consideradas mais seguras. Além disso, o custo da violência inclui gastos elevados com segurança pública, sistema de saúde e justiça, impactando sobremaneira os orçamentos estaduais e municipais.
Qual a importância de políticas públicas eficazes?
Para combater eficientemente a violência no Brasil, a implementação de políticas públicas assertivas e integradas é essencial. Medidas que incluem a melhoria da educação, geração de empregos, reformas no sistema de justiça e políticas de segurança focadas em inteligência são essenciais para um impacto duradouro. A cooperação entre os governos federal e estaduais, juntamente com a sociedade civil, desempenha um papel crucial no desenvolvimento e execução dessas políticas.
O Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2025 forneceu um panorama valioso ao revelar tanto os progressos quanto os desafios ainda presentes na luta contra a violência letal no Brasil. Este relatório não só enfatiza a necessidade de intervenções estratégicas nas regiões mais afetadas, mas também serve como base para debates mais amplos sobre segurança pública e políticas sociais.