Na noite de segunda-feira (21/7), um episódio movimentou o cenário policial e o universo do rap carioca. Policiais civis cercaram a casa de Oruam, localizada no bairro do Joá, zona Oeste do Rio de Janeiro, após informações sobre a presença de um menor de idade foragido no local. O caso rapidamente ganhou notoriedade devido à reação dos presentes e à repercussão nas redes sociais.
Segundo relatos oficiais, agentes da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) receberam uma denúncia apontando que um adolescente com mandado de prisão estaria abrigado na residência. O menor é suspeito de integrar o grupo de segurança do traficante Edgar Alves de Andrade, conhecido no meio criminal como Doca, líder do Comando Vermelho e considerado um dos chefes do tráfico na região. A abordagem dos policiais foi marcada por tensão, e o caso se desenrolou diante de ampla exposição digital.
Como ocorreu o cerco policial à residência de Oruam?
🚨AGORA: Oruam escapa da Polícia Civil, afirma que está indo para o Complexo da Penha e desafia as autoridades: “Eu sou filho do Marcinho VP”.
— CHOQUEI (@choquei) July 22, 2025
O pai do rapper é apontado como um dos líderes do Comando Vermelho (CV). pic.twitter.com/trY2zQBZVE
O entorno da casa do rapper foi tomado por viaturas após a confirmação da presença do adolescente alvo do mandado judicial. De acordo com a Polícia Civil, o jovem, cuja atuação inclui envolvimento com tráfico e roubo de veículos, foi localizado e levado até a viatura da corporação. A operação, planejada para ser rápida e eficiente, surpreendeu não apenas quem estava no local, mas também vizinhos e seguidores do cantor, já que trechos da ocorrência foram transmitidos e compartilhados em tempo real.
Testemunhas afirmam que, após a detenção do menor, a situação fugiu do controle. Oruam e outros presentes, somando pelo menos nove pessoas, apareceram na varanda do imóvel. As gravações divulgadas pelo próprio artista mostram o momento em que os policiais são alvos de xingamentos e hostilidades, seguidos por ataques com pedras. Uma das pedras atingiu um dos agentes, que ficou ferido durante a ação. A polícia informou que, além das agressões verbais e físicas, houve tentativa de obstrução do trabalho policial por parte do grupo.
- Alvo da Operação: A polícia estava buscando um menor de idade com mandado de busca e apreensão em aberto, apontado como um dos seguranças do traficante Edgar Alves de Andrade, conhecido como Doca, chefe do Comando Vermelho, e procurado por roubo de carros.
- Abordagem e Ataque: No momento em que Oruam e o adolescente saíam da casa, foram abordados pelos policiais. Durante a condução do menor à viatura, Oruam e outras oito pessoas surgiram na varanda do imóvel, atirando pedras e proferindo ofensas contra os agentes.
- Policial Ferido e Fuga: Um dos policiais ficou ferido, e a viatura foi danificada pelos ataques. Em meio à confusão, o adolescente conseguiu escapar, e Oruam o acompanhou, fugindo para o Complexo da Penha.
- Reação de Oruam: O rapper usou suas redes sociais para gravar a ação policial, xingando os agentes e o delegado Moisés Santana. Ele alegou perseguição e desafiou a polícia a ir buscá-lo na comunidade, afirmando que “tudo que conquistou foi com sua música” e que é “filho do Marcinho [VP]”.
- Casa Revirada e Detenções: Em vídeos, Oruam mostrou cômodos da casa revirados, alegando invasão. Apesar da confusão e fuga, duas pessoas foram detidas na residência durante a operação.
- Indiciamento: A Polícia Civil do Rio de Janeiro confirmou que Oruam será indiciado por associação ao tráfico de drogas e ligação com o Comando Vermelho (CV).
- Reincidência: Esta é a segunda vez em menos de seis meses que integrantes do Comando Vermelho são localizados na mesma residência de Oruam. Em fevereiro, o rapper já havia sido preso em flagrante por abrigar um foragido da Justiça, mas foi liberado no mesmo dia.
Quais foram as consequências da confusão relatada no Joá?
Além das agressões registradas no local, Pablo Ricardo Paula Silva de Moraes foi detido em flagrante sob acusação de desacato, resistência qualificada, lesão corporal, ameaça, dano e associação para o tráfico. Conforme a versão policial, ele teria sido um dos principais responsáveis pelos ataques aos agentes. A repercussão ganhou contornos ainda mais complexos quando Oruam passou a divulgar vídeos em que expunha o rosto dos policiais, dirigia ofensas ao delegado Moisés Santana e convocava seguidores para se manifestarem em sua defesa.
- Pablo Ricardo Paula Silva de Moraes: Prendido por diversos crimes durante a operação.
- Policial ferido: Um dos agentes atingido por pedras entrou em atendimento médico.
- Divulgação nas redes: Ações e reações transmitidas ao vivo, ampliando a repercussão.
Como as autoridades reagiram ao caso?
Em nota oficial, a Polícia Civil afirmou que a operação tinha como foco cumprir o mandado contra o adolescente e que não havia previsão de confronto ou resistência. O cerco se transformou em confronto aberto diante da reação do rapper e de seu grupo, cenário que foi documentado nos próprios perfis de Oruam. A investigação permanece ativa, buscando apurar o envolvimento de outros indivíduos presentes na residência e se houve violação de direitos ou excesso por alguma das partes.
Após o episódio, Oruam deixou o Joá e declarou, em vídeos, que estaria no Complexo da Penha, outra região conhecida por ações do tráfico no Rio. Em suas palavras, ele indicou que não se entregaria aos policiais e afirmou ser filho de Marcinho, figura também conhecida no meio artístico. Além disso, mostrou nas redes imagens internas da casa, com cômodos revirados, e acusou a polícia de invasão e abuso durante a diligência.
Repercussão:
O episódio no Joá mobilizou não apenas a comunidade local, mas também fãs do rapper e o público em geral. A intensa exposição midiática, combinada com a participação ativa de Oruam na divulgação das imagens e sua tentativa de mobilizar seguidores, transformou um caso policial em assunto de debate nacional. O episódio levanta discussões sobre a atuação das forças de segurança, o uso das redes sociais por artistas e a relação entre o universo do rap e a realidade das periferias cariocas.
- Divulgação imediata: Imagens compartilhadas em tempo real geraram grande engajamento.
- Presença policial expressiva: Estima-se mais de 20 viaturas na operação.
- Questionamentos sobre segurança e direitos: Debate acerca da conduta policial e das reações dos civis.
Até o momento, a apuração dos fatos permanece em andamento, com novas informações sendo coletadas por investigadores. O caso reforça a complexidade dos desafios enfrentados por autoridades no combate ao crime organizado e expõe as tensões persistentes entre agentes públicos e figuras populares associadas à cultura das comunidades cariocas.
