Você está totalmente enganado se pensa que na China a febre são carros elétricos. Na verdade, segundo Mateus Afonso do Eletricarbr (Instagram @eletricarbr com 277 mil seguidores), o destaque no trânsito chinês é outro: motinhos elétricas, scooters e tuk‑tuks. E a cena nos estacionamentos dos shoppings confirma isso.
O que faz desses veículos a grande febre nas ruas chinesas?
Motinhos 100% elétricas dominam as áreas urbanas, com variado estilo — alguns até com pedal, mas ninguém pedala de verdade. Mateus mostra que há pessoas usando cobertores para se proteger do vento enquanto conduzem e que o trânsito se torna caótico, com buzinaço e mistura de bicicletas, carros elétricos e esses microveículos.
Ele destaca que existe uma via específica só para esses veículos, mas mesmo assim, há acidentes leves e manobras perigosas. O que chama atenção é a facilidade de acesso — muito mais barato que um automóvel, pode ser adquirido por uma parcela maior da população.

Isso já está causando problemas de convivência no trânsito?
Sim. Motinhos elétricas cruzando faixas de pedestres, misturando-se a bicicletas e carros, geram confusão. A facilidade de uso, aliada à alta adoção, torna o trânsito chinês uma “loucura controlada”. As buzinas soam frequentemente e turista algum sai ileso da experiência.
Apesar do caos aparente, Mateus reconhece que isso oferece mobilidade. Mas ele aponta a necessidade de regulação — vias dedicadas e controle adequado seriam essenciais para evitar conflitos e garantir segurança de pedestres e motoristas.
Será possível que o Brasil adote algo parecido?
Embora o Brasil tenha motinhas elétricas “autopropelidas” com certa popularidade, não há infraestrutura nem oferta comparável à da China. Mateus considera essa solução interessante, mas pondera ser necessária regulamentação se fosse adotada por aqui.
Ou seja: sim, a ideia agrada, mas sem vias específicas e fiscalização, poderia virar um problema de convivência no trânsito brasileiro.
O que o Eletricarbr sugere para organizar esse tipo de transporte?
Para evitar o caos, Mateus defende que os microveículos elétricos precisam de vias próprias, fiscalização rigorosa e regras de convivência com pedestres e carros. Ele acredita que assim o transporte pode ser uma alternativa sustentável e popular, desde que bem regulamentado.
Essa abordagem conciliaria mobilidade urbana acessível com segurança, criando um ambiente urbano mais organizado — e reduzindo acidentes e conflitos no trânsito.