Fábio de Mello foi um nome fundamental no Carnaval carioca, reconhecido por transformar as comissões de frente em espetáculos cênicos de alto nível. Faleceu em 28 de janeiro de 2025, aos 61 anos, em Nova Friburgo, vítima da Síndrome de Guillain-Barré.
Além de coreógrafo premiado da Imperatriz Leopoldinense, era formado pelo Conservatório de Amsterdam e fundou o Ballet Contemporâneo do Rio de Janeiro. Seu legado vai além da dança, marcando gerações no Carnaval.

Como Fábio de Mello transformou as comissões de frente do Carnaval?
Comissões de frente sempre foram vitrine das escolas de samba, mas Fábio de Mello elevou esse segmento ao status de arte performática. Entre 1992 e 2007, e em 2015, sua coreografia na Imperatriz recebeu nota máxima por 11 anos seguidos.
Ele trouxe teatralidade e narrativa visual, com recursos técnicos e criatividade inédita. A parceria com Rosa Magalhães rendeu seis Estandartes de Ouro, consolidando sua importância no desfile da Sapucaí.
Quais escolas de samba contaram com a coreografia de Fábio de Mello?
Além da Imperatriz Leopoldinense, Fábio também assinou trabalhos para escolas de destaque como Beija-Flor de Nilópolis, Unidos do Viradouro, Mocidade Independente, Estácio de Sá e Inocentes de Belford Roxo.
Sua presença era sinônimo de inovação. Cada escola que contava com suas criações podia esperar um espetáculo de impacto visual e coreográfico inesquecível.
Qual foi o papel de Fábio de Mello na televisão brasileira?
Na TV, Fábio levou sua sensibilidade artística para as aberturas da Rede Globo, em colaboração com o designer Hans Donner. Criou sequências marcantes que ficaram na memória do público.
Essa atuação evidenciou sua versatilidade, mostrando que sua arte extrapolava o Carnaval e se adaptava perfeitamente à linguagem televisiva.
Qual é o legado artístico deixado por Fábio de Mello?
Mais que coreografias premiadas, Fábio de Mello deixa um legado de excelência criativa que influenciou gerações. Muitos artistas o citam como referência por sua abordagem inovadora e poética.
Como curiosidade, ele foi um dos primeiros coreógrafos a ensaiar com drones para visualizar formações aéreas — um diferencial que ampliava a perfeição dos movimentos na avenida.
Como o mundo do samba reagiu à morte de Fábio de Mello?
A notícia de sua morte gerou comoção. A Imperatriz Leopoldinense publicou nota oficial exaltando sua importância histórica e emocional para a escola.
Artistas como Clara Pinto também prestaram homenagem, definindo-o como um “gênio da dança”. Sua contribuição continuará viva nos ensaios, nos sambódromos e na memória coletiva do Carnaval brasileiro.