Trocar o carro por bicicleta alugada pode parecer uma ideia econômica e sustentável, mas será que funciona para todo mundo? O influenciador Eduardo Feldberg, criador do canal Primo Pobre, levanta um alerta importante sobre essa decisão e os impactos reais no dia a dia de quem mora em regiões periféricas.
Conhecido por traduzir a educação financeira para a realidade de quem vive com orçamento apertado, Eduardo usa suas redes sociais para compartilhar orientações práticas e diretas. Com mais de 3 milhões de seguidores no Instagram e quase 1 milhão no TikTok, ele questiona se abrir mão do carro e depender exclusivamente da bicicleta alugada é, de fato, uma escolha viável para a maioria das famílias brasileiras.
Por que Eduardo Feldberg diz que trocar o carro por bicicleta alugada é perigoso?
Ele começa contextualizando que, para famílias com formação mais tradicional — casadas com filhos, morando em bairros periféricos —, depender de bicicleta alugada não faz sentido. Uber e outros apps não funcionam bem à noite em regiões menos centrais. Se alguém precisar de hospital no meio da madrugada chuvosa, carregar a família de bicicleta vira risco real.
Além disso, essas bicicletas de aluguel são instaladas em regiões mais valorizadas — como Faria Lima ou bairros nobres — e inexistentes em lugares como Diadema, Osasco ou Ferraz de Vasconcelos. Não há ponto próximo, logo a dependência vira transtorno logístico. Por fim, ele conclui que se realmente o objetivo é usar mais a bicicleta, pode valer a pena comprar uma usada (três anos de uso) ao invés de gastar diariamente com aluguel.

O que significa valorizar o uso da bicicleta no dia a dia, segundo o Primo Pobre?
O influenciador coloca que andar mais de bicicleta faz bem à saúde e ao bolso, mas há implicações práticas. A ideia de depender apenas da bicicleta alugada ignora condições climáticas, deslocamentos com crianças ou cargas, além da questão de infraestrutura. Ele sugere que comprar uma bike própria, mesmo usada, garante autonomia e controle dos gastos no longo prazo.
Essa abordagem reflete sua filosofia de educação financeira cidadã: evitar dependência sobre sistemas que não atendem quem mora longe das redes centrais. Eduardo destaca que gastar todos os dias com aluguel pode sair mais caro que o investimento em uma bicicleta usada, que vira patrimônio da família.
Bicicleta alugada é realmente viável para quem mora em periferia?
Ele afirma que a cobertura dos sistemas de compartilhamento é limitada principalmente a centros urbanos privilegiados. O Bike Itaú (também conhecido como Bike Sampa em São Paulo) funciona em regiões centrais, mas praticamente não alcança bairros da periferia ou cidades menores como Diadema e Osasco.
Segundo dados oficiais da Tembici, operadora do Bike Itaú, o sistema exige margem operacional alta, por isso prioriza áreas nobres com maior densidade de usuários e receita potencial. Portanto, a dependência exclusiva de bike alugada não é prática para quem mora fora do centro, e o tempo e custo de deslocamento até um ponto ativo pode superar a economia esperada.
Quais os custos comparativos entre aluguel e compra de bicicleta?
O sistema Bike Itaú oferece planos avulsos e assinaturas mensais ou anuais. O aluguel avulso custa cerca de R$ 36,90 por dia (até 45 min por viagem), com cobrança extra por tempo adicional. Já um plano anual vale cerca de R$ 287,20, permitindo viagens ilimitadas até 45 min diários.
Eduardo sugere que, considerando aluguel diário por alguns meses, pode ser mais econômico investir em uma bicicleta usada, mesmo de três anos, que se torna um bem da casa. Isso segue princípios de educação financeira como evitar gastos recorrentes e reduzir dependência de serviços com acesso restrito.

Eduardo Feldberg tem credenciais em finanças sem ser economista?
Ele não é formado em economia ou administração, mas tornou-se referência ao ensinar finanças com linguagem simples e prática. Seu canal viralizou depois de explicar como quitar um financiamento imobiliário rapidamente, passando de 30 mil para 230 mil inscritos em um mês.
Eduardo recebeu prêmios importantes, como iBest de melhor canal de finanças em 2024/2025, e fundou diversas empresas de impacto social e econômico voltadas à classe média baixa. Ele também é autor do best‑seller Deixe de Ser Pobre, finalista do Prêmio Jabuti em 2024.
Se eu quiser flexibilizar transportes, existe alternativa entre carro e bike alugada?
Eduardo não discute formas como transporte público ou carpooling, mas a fala dele sugere que avaliações de mobilidade devem considerar acessibilidade física, tempo, comodidade e riscos. Para famílias, especialmente com crianças à noite, depender de Uber ou apps em regiões periféricas muitas vezes falha.
A volta à bicicleta própria — usada — garante flexibilidade sem depender da localização dos pontos de coleta. Portanto, se você busca economizar e deslocar-se mais de bike, adquirir uma bicicleta usada pode ser uma solução mais viável que o aluguel diário.
E se eu quiser economizar e usar bike alugada?
Você pode testar o uso eventual com bilhete único, pois sistemas como o Bike Itaú permitem planos avulsos por R$ 36,90 a cada até 45 min de uso, com até 4 viagens por dia. Se você realizar poucas corridas e morar próximo a um ponto de retirada, pode valer a pena no curto prazo.
Mas se os deslocamentos forem frequentes, ou envolverem trajetos fora dos pontos, o custo se soma rapidamente e a comodidade diminui — justamente o ponto central da fala de Eduardo.
Vale mesmo a pena caminhar mais sem carro?
A última pergunta que fica: se vale a pena abrir mão do carro, depender de bicicleta alugada e caminhar mais. Eduardo incentiva autonomia, mas alerta sobre as limitações concretas para quem vive fora dos centros urbanos.
Antes de tomar a decisão, avalie a localização, consistência dos pontos, segurança noturna e se há opção de comprar uma bicicleta usada. Assim, você pode equilibrar saúde, economia e liberdade sem surpresas indesejadas.
Quais foram as fontes oficiais que usei?
- Tembici / Bike Itaú: https://pt.wikipedia.org/wiki/Bike_Ita%C3%BA