O consumo de laticínios faz parte da rotina alimentar de diversas pessoas, estando presente em opções como queijo, leite fermentado e requeijão. Recentemente, relações entre o consumo destes alimentos em excesso e a qualidade do sono têm chamado a atenção de pesquisadores. Estudos realizados nesse campo buscam entender como determinadas escolhas alimentares podem afetar o descanso noturno, especialmente em indivíduos com alguma sensibilidade alimentar.
Observações atuais indicam que alimentos de origem láctea podem influenciar o estágio do sono e a ocorrência de sonhos incômodos. Alguns participantes de pesquisas relataram experiências negativas após consumir laticínios antes de dormir, sugerindo uma possível ligação entre esses hábitos alimentares e o surgimento de pesadelos. Sensações de desconforto abdominal e gases durante a noite estão entre os fatores apontados como desencadeadores desses episódios.
Como o queijo pode influenciar o sono?
A presença de intolerância à lactose ou alergia a proteínas do leite está fortemente associada ao impacto negativo dos laticínios sobre o sono. Estima-se que, entre os participantes de pesquisas recentes, uma parcela significativa demonstrou maior tendência a ter pesadelos e uma noite de descanso menos reparadora após consumir produtos lácteos. Nestes casos, o desconforto digestivo contribui para o despertar noturno e reduz o tempo total de sono profundo.
Os dados mostram que pessoas com distúrbios relacionados à digestão do leite tendem a ter o sono mais fragmentado, além de relatarem sonhos mais vívidos ou de teor desagradável. Isso pode estar diretamente ligado às consequências fisiológicas da intolerância, como cólicas, que interrompem o ciclo do descanso durante a madrugada. Por outro lado, para pessoas sem sensibilidade alimentar, o efeito pode ser menos pronunciado, embora ainda haja relatos de sonhos confusos após a ingestão desses alimentos.
Influências Positivas (para algumas pessoas):
- Triptofano: Muitos produtos lácteos, incluindo o queijo, contêm triptofano, um aminoácido essencial. O triptofano é um precursor da serotonina, um neurotransmissor que promove o relaxamento, e da melatonina, o hormônio que regula o ciclo sono-vigília. Embora a quantidade em uma porção individual de queijo possa não ser suficiente para um efeito direto e imediato, a ingestão regular pode contribuir para a produção desses hormônios.
- Melatonina: O leite e seus derivados, como o queijo e o iogurte, contêm pequenas quantidades de melatonina. Algumas pesquisas indicam que alimentos ricos em melatonina podem auxiliar na melhoria da qualidade do sono.
- Cálcio: Laticínios são uma boa fonte de cálcio. O cálcio desempenha um papel na regulação do sono, ajudando no relaxamento muscular e na produção de melatonina.
- Redução da Apneia do Sono: Estudos recentes sugerem que o consumo de laticínios pode reduzir a gravidade da apneia do sono, um distúrbio que causa interrupções respiratórias durante o repouso. Isso pode estar relacionado às propriedades anti-inflamatórias de alguns nutrientes presentes nos laticínios.
Influências Negativas (para algumas pessoas):
- Intolerância à Lactose: Para indivíduos com intolerância à lactose, o consumo de queijo e outros laticínios pode causar desconforto gastrointestinal, como inchaço, gases e cólicas. Esses sintomas podem perturbar significativamente o sono e até mesmo levar a pesadelos, segundo estudos recentes.
- Desconforto Digestivo em Geral: Queijos, especialmente os mais gordurosos, podem ser mais difíceis de digerir. Consumi-los em grandes quantidades ou muito perto da hora de dormir pode sobrecarregar o sistema digestivo, causando desconforto e dificultando o sono.
- Pesadelos: Algumas pesquisas apontam para uma associação entre o consumo de laticínios (e queijos em particular) e a ocorrência de sonhos perturbadores ou pesadelos, especialmente em pessoas que já possuem sensibilidade ou intolerância.
Quais alimentos podem piorar o sono de acordo com a pesquisa?
Segundo levantamentos realizados entre estudantes universitários, tanto laticínios quanto doces aparecem como potenciais agravantes da qualidade do sono e dos sonhos. Cerca de um em cada quatro participantes atribuiu alterações no padrão de descanso ao consumo de certos itens na alimentação noturna, enquanto uma parcela menor associou essas mudanças especificamente aos sonhos perturbadores.
- Laticínios: Queijos, iogurtes, leite fermentado e requeijão aparecem entre os mais citados.
- Doces: Alimentos ricos em açúcar podem aumentar a atividade cerebral durante o sono.
- Alimentos consumidos em excesso à noite: Comer grandes quantidades perto da hora de dormir também pode ser um fator de risco.
Como a alimentação pode ser ajustada?
A adoção de hábitos alimentares equilibrados e o cuidado com o horário das refeições podem ajudar a evitar desconfortos noturnos e, consequentemente, melhorar a qualidade do repouso. Para pessoas que apresentam alguma sensibilidade a laticínios, a orientação é buscar alternativas sem lactose ou até mesmo reduzir a ingestão desses produtos, especialmente no período noturno.
- Identificação de sensibilidades: Observar reações adversas após o consumo de determinados alimentos pode indicar intolerâncias alimentares.
- Planejamento das refeições: Evitar refeições pesadas e laticínios nas horas que antecedem o sono pode contribuir para um descanso mais tranquilo.
- Alternativas alimentares: Investir em alimentos leves e de fácil digestão à noite favorece o bem-estar noturno.
É importante lembrar que a relação entre dieta e sono pode variar conforme características individuais, incluindo fatores genéticos, estilo de vida e outros hábitos de saúde. Mais estudos são necessários para esclarecer todos os mecanismos envolvidos, mas as evidências apontam para a necessidade de atenção com o que é consumido, sobretudo por pessoas mais sensíveis ou que já percebem alterações no sono após determinadas refeições.
