O ex-goleiro Bruno Fernandes voltou ao centro das atenções após declarações públicas relacionadas à pensão alimentícia do filho Bruninho, fruto do relacionamento com Eliza Samudio. O caso, que teve grande repercussão nacional em 2010 devido ao assassinato de Eliza, ainda gera debates à medida que novos episódios e acusações vêm à tona envolvendo a relação do atleta com os filhos e sua tentativa de reinserção social. Desde a libertação, Bruno tem feito esforços para lidar com questões familiares e profissionais, enfrentando desafios consideráveis em ambos os âmbitos.
Bruno destaca que, após cumprir dez anos de pena no regime fechado e estar há seis anos em liberdade, buscou reingressar no mercado de trabalho longe dos gramados. Afirma que a dificuldade de retomar a carreira esportiva deve-se não apenas ao impacto do crime em sua reputação, mas também às consequências que a permanência no futebol teria para seus filhos. O ex-atleta relata que deseja preservar as crianças do estigma imposto pelo passado, razão pela qual optou por buscar novas oportunidades profissionais fora do futebol.
Como Bruno explicou a situação após falas da mãe de Eliza?
Condenado pelo assassinato de Eliza Samudio, o ex-goleiro Bruno Fernandes comentou nesta quarta-feira (17) sobre temas como a relação com os filhos, a tentativa de reconstrução da vida, a pensão devida e o abandono da carreira esportiva. A conversa ocorreu durante uma live com a advogada Mariana Migliorini, que já o representou juridicamente. Bruno dedicou parte do diálogo ao filho Bruninho Samudio, fruto da relação com Eliza, assassinada em 2010.
Segundo ele, o impacto do crime em seus filhos foi determinante para a decisão de não retomar sua trajetória no futebol após deixar o sistema prisional. “Eu cumpri a minha pena de dez anos no regime fechado. E tem seis que saí, estou na rua e tentando recomeçar”, disse. Bruno relatou que chegou a tentar voltar aos campos, mas percebeu que não conseguiria seguir no esporte. “Percebi que eu não conseguia voltar para a minha profissão, dar continuidade. Eu tive que procurar outras coisas para poder fazer e conseguir trabalhar. Hoje mesmo já estou trabalhando”, afirmou. Após a prisão, ele passou por clubes como Boa Esperança, Atlético Carioca, Poços de Caldas e Rio Branco.
Como ficou a vida de Bruno Fernandes após deixar a prisão?
Após abandonar a rotina de treinos e competições, Bruno revela que precisou se reinventar profissionalmente. Tentativas de retornar ao ofício de goleiro não foram bem-sucedidas, levando-o a experimentar novas funções para manter-se financeiramente. O ex-jogador menciona passagens por pequenas equipes do futebol brasileiro, como Boa Esperança e Poços de Caldas, mas esclarece que sua realidade atual está distanciada do mundo esportivo. Em vez de pontapés e defesas, sua rotina passou a ser a busca pela estabilidade no trabalho comum, algo que, segundo ele, é essencial para garantir o sustento necessário aos filhos.
A dificuldade de conseguir empregos estáveis e a mudança drástica de renda implicaram também na discussão sobre os valores da pensão alimentícia. Bruno argumenta que as cifras exigidas excedem sua capacidade de pagamento e reforça que já houve solicitação de ajuste judicial do valor da pensão, de acordo com sua atual condição financeira.
Carreira no Futebol
- Tentativas de retorno: Após sua saída da prisão, Bruno tentou retomar a carreira no futebol em diversos clubes de menor expressão, como Boa Esporte, Poços de Caldas, Rio Branco-AC e Atlético Carioca.
- Protestos e rescisões: Muitas de suas contratações foram marcadas por protestos de torcedores e pela comunidade, levando a rescisões de contrato devido à pressão e à imagem negativa associada a ele.
- Futebol amador: Atualmente, ele tem atuado em times amadores, como o União do Bom Destino, no Espírito Santo, e teve uma breve passagem pelo Atlético Carioca em 2023, disputando a quinta divisão do Campeonato Carioca. Ele assinou contrato com o Azul e Branco de Búzios, no interior do Rio, para o campeonato local até dezembro de 2025.
- Aposentadoria “oficial” do futebol profissional: Em 2021, ele chegou a anunciar sua aposentadoria do futebol profissional, buscando se dedicar a outras áreas. No entanto, ele tem continuado a jogar em equipes de menor porte.
Novas Profissões e Empreendimentos
- Entregador de móveis: Bruno foi flagrado trabalhando como entregador de móveis em uma loja no litoral do Rio de Janeiro (Rio das Ostras), recebendo elogios de colegas pela pontualidade e dedicação.
- Negócio de açaí: Ele tentou empreender no ramo de açaí, mas o negócio foi afetado negativamente pela associação do seu nome ao crime.
- Mercado financeiro: Mais recentemente, ele se aventurou no mercado financeiro como trader, mas enfrentou problemas ao investir em uma empresa acusada de operar um esquema de pirâmide.
Vida Pessoal e Desafios
- Liberdade condicional: Bruno está em liberdade condicional desde janeiro de 2023, após ter cumprido parte de sua pena.
- Relação com os filhos: Ele tem falado sobre a importância de tentar recomeçar para os filhos e o impacto que sua figura pública ainda causa neles. Ele manifestou o desejo de se encontrar com Bruninho, seu filho com Eliza Samúdio, que atualmente joga nas categorias de base do Botafogo.
- Julgamento público: Bruno continua a enfrentar o julgamento público e as consequências jurídicas do crime, o que dificulta sua ressocialização e o retorno pleno à vida social e profissional.
Qual a relação do ex-goleiro com o filho Bruninho?
A ligação entre Bruno Fernandes e Bruninho, seu filho com Eliza Samudio, é permeada por obstáculos. Apesar de tentativas de aproximação, Bruno relata que não há convívio regular, resultado do rompimento familiar após o crime. Bruninho, atualmente com 15 anos, atua nas categorias de base como goleiro e segue os passos do pai no futebol. O ex-goleiro expressa desejo de estabelecer diálogo aberto com o adolescente, inclusive possibilitando o contato com as irmãs, filhas de outros relacionamentos.
Atualmente, Bruninho integra as categorias de base do Botafogo, atuando como goleiro. Sua trajetória esportiva demonstra uma busca própria pelo sucesso, apesar das dificuldades familiares e do histórico de seu pai. O jovem chegou à equipe de juniores do Botafogo após se destacar nas categorias de base do Athletico-PR, mostrando talento e determinação para seguir carreira profissional no futebol.
No entanto, o acesso a Bruninho encontra resistência, especialmente devido à postura protetora da avó materna, Sônia Moura. Acusações públicas sobre o não pagamento de pensão reforçam os entraves jurídicos e emocionais entre as partes, evidenciando a complexidade de se restabelecer uma convivência familiar saudável neste contexto.
Pensão alimentícia: qual é a obrigação de Bruno Fernandes?
O debate em torno da pensão alimentícia ganha destaque após as declarações de Sônia Moura, que cobra valores devidos por Bruno nos últimos anos. O ex-goleiro, por outro lado, questiona as quantias exigidas e argumenta que sua realidade financeira deve ser considerada na definição da obrigação mensal. A legislação brasileira prevê que o valor da pensão deve observar as possibilidades de quem paga e as necessidades de quem recebe, garantindo o mínimo necessário ao desenvolvimento do menor sem exceder a capacidade do responsável.
- Proporcionalidade: o valor da pensão é calculado com base nos rendimentos do pagador e nas demandas do beneficiário.
- Revisão judicial: sempre que houver mudança significativa na situação financeira, é possível solicitar ajuste nos valores já fixados.
- Execução de dívida: o não pagamento pode levar à cobrança judicial e, em casos extremos, à prisão civil do devedor.
Em situações como a de Bruno, é comum que haja controvérsia sobre o valor considerado justo, sendo necessário o parecer do Judiciário para definir um equilíbrio entre o direito ao sustento do filho e as possibilidades do pai.
A reintegração de ex-detentos ao mercado de trabalho, como o caso de Bruno Fernandes, é um desafio recorrente no país. A legislação prevê a ressocialização como parte do cumprimento da pena, incentivando empresas a fornecer oportunidades a quem já pagou sua dívida com a Justiça. No entanto, o estigma persistente dificulta a empregabilidade, principalmente para pessoas conhecidas do grande público. Isso pode levar à precarização da renda, impactando obrigações como o pagamento de pensão alimentícia.
- Os empregadores tendem a evitar contratações de pessoas com antecedentes criminais.
- A reintegração pode exigir formação em novas áreas profissionais, além do apoio de redes familiares ou sociais.
- O acesso à documentação regularizada e a programas de apoio social é fundamental para o recomeço.
A luta por uma segunda chance, especialmente para figuras públicas, costuma ser marcada por desafios tanto jurídicos quanto sociais, com impacto direto nas relações familiares e no cotidiano dos filhos implicados em histórias de grande repercussão.
