A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) emitiu um alerta nesta segunda-feira (7/7) sobre os perigos do uso de formol em procedimentos de alisamento capilar, como a progressiva. Segundo o órgão, a substância — que é proibida — pode provocar irritações na pele, dificuldades respiratórias e, em exposições prolongadas, está associada a risco de câncer. O alerta foi publicado no Informe de Segurança GGMON nº 3/2025.
O interesse em modificar a estrutura natural dos cabelos faz com que, por vezes, receitas à base de formol sejam utilizadas de maneira irregular. Por ser uma substância de ação potente, o formol é altamente fiscalizado e seu uso como agente alisante foi proibido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Ainda assim, alguns produtos continuam sendo comercializados de forma clandestina, frequentemente sem o devido controle de qualidade ou indicação correta das substâncias presentes nas fórmulas.
Qual o alerta da Anvisa sobre o uso de formol em progressivas?
O formaldeído é reconhecido por causar múltiplas reações adversas quando utilizado de forma inadequada. Ao entrar em contato com o couro cabeludo ou ser inalado durante procedimentos de alisamento, pode provocar sensações de queimação, coceira intensa, vermelhidão e formação de bolhas na pele. Além disso, existe alto risco de alergias que podem se manifestar mesmo após pequenas exposições.
Um dos principais perigos está na formação de vapores tóxicos quando o produto é aquecido pelo secador ou prancha. Durante essas etapas, a fumaça gerada contém moléculas de formaldeído, podendo desencadear crises respiratórias, tosse, sensação de sufocamento e irritação nos olhos. Em ambientes fechados, esses efeitos são ainda mais potencializados.
Alerta da Anvisa sobre o uso de formol em progressivas:
- Proibição como alisante: A Anvisa proíbe o uso de formol como agente alisante capilar em qualquer concentração. Qualquer produto que prometa alisamento utilizando formol está em desacordo com a legislação brasileira e é considerado irregular.
- Riscos à saúde: O formol é reconhecido como uma substância tóxica e cancerígena. Sua inalação ou contato com a pele, especialmente em altas concentrações ou uso repetido, pode causar sérios danos à saúde tanto do profissional quanto do cliente.
- Pele: Irritação, coceira, queimadura, inchaço, descamação e vermelhidão do couro cabeludo, e até queda de cabelo.
- Olhos: Irritação, ardência, lacrimejamento e, em casos graves, danos irreversíveis.
- Vias respiratórias: Ardência, coriza, tosse, falta de ar, dor de cabeça, bronquite, pneumonia e laringite.
- Produtos irregulares: Muitos produtos no mercado contêm formol ou substâncias que o liberam (como o ácido glioxílico), mesmo que não o declarem no rótulo ou em concentrações acima do permitido como conservante (que é de 0,2%).
- Importância da fiscalização: A Anvisa reforça a importância de verificar se o produto é regularizado e possui registro junto à agência. Produtos sem rótulo claro ou com promessas enganosas devem ser evitados.
- Para consumidores e profissionais:
- Verifique o registro: Sempre confira se o produto é regularizado na Anvisa. A agência disponibiliza painéis de consulta com a lista de produtos permitidos.
- Evite produtos suspeitos: Desconfie de produtos sem rótulo ou com promessas de alisamento “milagroso” ou “sem formol” que possam estar ocultando a substância.
- Siga as instruções: Utilize apenas produtos seguindo rigorosamente as instruções de uso.
- Atenção aos sinais: Fique atento a qualquer sinal de coceira, ardência, dificuldade respiratória ou outras reações adversas durante ou após o procedimento e procure auxílio médico se necessário.
- Ambiente ventilado: Profissionais devem garantir um ambiente bem ventilado e usar equipamentos de proteção individual.
- Denuncie: Em caso de suspeita de irregularidade, denuncie à Anvisa.

Quais problemas de saúde podem ser causados?
Os riscos do uso do formol em alisamentos vão além de reações imediatas. O contato recorrente pode estar associado ao desenvolvimento de doenças mais sérias. Entre elas, destaca-se o potencial cancerígeno do formaldeído, classificado internacionalmente como substância capaz de provocar câncer quando indivíduos são expostos repetidamente ao longo do tempo. Outros efeitos de longo prazo incluem agravamento de quadros respiratórios, como bronquite e asma, e danos ao sistema imunológico.
- Efeitos imediatos:
- Pele: Irritação, coceira, queimadura, inchaço, descamação e vermelhidão do couro cabeludo, e até queda de cabelo.
- Olhos: Irritação, ardência, lacrimejamento e, em casos graves, danos irreversíveis.
- Vias respiratórias: Ardência, coriza, tosse, falta de ar, dor de cabeça, bronquite, pneumonia e laringite.
- Efeitos a longo prazo: A exposição crônica ao formol pode levar a:
- Reações alérgicas.
- Debilidade da visão.
- Aumento do fígado.
- Desenvolvimento de câncer, especialmente no aparelho respiratório (nasofaringe, boca, laringe) e leucemia.
- Casos graves podem resultar em risco de morte.
Como o formol afeta a estrutura dos fios e o que diz a legislação?
Além dos riscos à saúde, o formol compromete a integridade dos cabelos. O agente penetra na haste capilar, promovendo alterações químicas profundas. Internamente, o córtex perde proteínas essenciais como a queratina, diminuindo a força e elasticidade dos fios. Externamente, a cutícula se degrada, aumentando a porosidade, dificultando a manutenção da umidade e favorecendo o surgimento de frizz.
Esses danos se intensificam quando a progressiva é combinada com processos de descoloração, já que os fios se tornam até quatro vezes mais porosos. Além disso, o uso frequente de calor potencializa a destruição das estruturas capilares, resultando em cabelos quebradiços, ásperos, sem brilho e vulneráveis a novos danos externos.
- Perda de queratina: responsáveis pela força, resistência e elasticidade dos fios, essas proteínas são degradadas pelo formol.
- Aumento da porosidade: permite maior perda de água e nutrientes.
- Redução da oleosidade natural: fios ficam secos e sem vida.
- Desnaturação irreversível: o calor combinado intensifica perdas estruturais.
No Brasil, a Anvisa só permite o uso do formaldeído em cosméticos como conservante e em concentrações bastante restritas: até 0,2% em produtos capilares e até 5% em endurecedores de unhas. Utilizá-lo como agente alisante é proibido e considerado infração grave, com punições previstas na legislação sanitária e no Código Penal, incluindo prisão para quem comercializa ou utiliza a substância de maneira ilegal.
Como identificar e evitar produtos com formol disfarçado?
Muitos produtos disponíveis no mercado podem informar na embalagem a ausência de formol, mas usar compostos alternativos – como o ácido glioxílico – que liberam formaldeído quando aquecidos. Por isso, a recomendação é sempre consultar um profissional de confiança e verificar o registro junto à Anvisa. Desconfiar de promessas de resultados instantâneos e de odores fortes também é importante para evitar exposições indevidas.
- Verificar se o produto possui registro oficial e rótulo claro.
- Evitar alisantes chamados de “formol free” sem procedência conhecida.
- Observar se há odores pungentes ou sensação de ardor durante o uso.
- Consultar profissionais atualizados sobre as normas sanitárias.
Em 2025, a recomendação dos órgãos de saúde continua sendo privilegiar métodos certificados e aprovados pelas autoridades, evitando riscos à saúde e preservando a vitalidade dos fios. A informação e a prevenção são as principais aliadas para quem deseja manter a beleza sem expor o corpo a produtos nocivos. O respeito à legislação e a orientação adequada de profissionais representam o caminho mais seguro para quem busca resultados duradouros e saudáveis nos cuidados com o cabelo.