Na última semana, uma atualização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) despertou atenção para o uso do formol em procedimentos de alisamento capilar. O alerta reforça a necessidade de cautela, já que o formol, embora amplamente conhecido, é proibido como agente alisante devido aos riscos à saúde. Mesmo presente há anos em salões de beleza no Brasil, a substância pode colocar clientes e profissionais em situações de perigo, sobretudo quando não há observância rigorosa às normas estabelecidas.
A presença do formol em produtos destinados a alisar os cabelos costuma ser camuflada por embalagens que não especificam claramente a sua composição. Além do formol, outras substâncias, como o ácido glioxílico, também têm potencial nocivo à saúde e são alvo de restrições sanitárias. Diante desse cenário, identificar a procedência e a segurança dos cosméticos utilizados em procedimentos de alisamento se tornou uma pauta importante.
Como o alerta da Anvisa foi motivado?

O formol, tecnicamente chamado de formaldeído, é reconhecido como uma substância que pode causar irritações imediatas no couro cabeludo, olhos e vias respiratórias. A exposição prolongada ou frequente pode elevar o risco de desenvolvimento de câncer, tornando ainda mais grave a utilização fora dos parâmetros permitidos. Por orientação da Anvisa, o formol só pode estar presente em cosméticos como conservante, limitado a 0,2%. Quando comercializado para endurecer unhas, o limite sobe para 5%, porém, em nenhum caso é autorizado para alisar cabelos. O descumprimento desse controle representa infração sanitária séria.
Riscos à Saúde Imediatos
- Irritações e Queimaduras: O contato do formol com a pele e o couro cabeludo pode causar irritação, ardência, coceira, vermelhidão, descamação e até queimaduras graves.
- Problemas Respiratórios: A inalação dos vapores de formol, especialmente em ambientes sem ventilação adequada, pode provocar tosse, falta de ar, irritação nas vias aéreas superiores, broncoespasmo e outras dificuldades respiratórias.
- Reações Alérgicas: O formol é um potente sensibilizante, podendo causar reações alérgicas severas, incluindo dermatite de contato e choque anafilático em pessoas sensíveis.
- Danos Oculares: O contato com os olhos pode levar à irritação, lacrimação, vermelhidão e até mesmo danos à córnea.
Riscos à Saúde a Longo Prazo
- Potencial Cancerígeno: A exposição crônica ao formol é associada ao aumento do risco de desenvolvimento de diversos tipos de câncer, incluindo câncer de nasofaringe, leucemias e outros tumores malignos. A Anvisa e outras agências de saúde classificam o formol como uma substância cancerígena.
- Danos no Fígado e Rins: A absorção contínua da substância pelo organismo pode sobrecarregar órgãos como o fígado e os rins.
- Queda e Danos Capilares: Apesar de alisar, o formol pode fragilizar os fios, causando ressecamento, quebra, queda e danos irreversíveis à estrutura capilar. Pode, inclusive, mascarar danos internos ao criar um filme brilhante nos fios.
Legislação e Irregularidades
- Uso Proibido como Alisante: A Anvisa proíbe o uso do formol como ingrediente alisante em produtos cosméticos. A concentração máxima permitida é de 0,2% e apenas como conservante. Em endurecedores de unhas, a concentração pode ir até 5%.
- Crime Hediondo: A adição de formol a cosméticos em concentrações acima do permitido ou para fins de alisamento é considerada infração sanitária grave e pode configurar crime hediondo, de acordo com o Art. 273 do Código Penal Brasileiro.
- Produtos Irregulares: Muitos produtos alisantes clandestinos ou adulterados contêm formol em concentrações muito acima do permitido, representando um perigo ainda maior para a saúde. A Anvisa orienta a população a verificar o registro dos produtos em seu site e a evitar aqueles sem rótulo, com promessas enganosas ou de origem desconhecida.
- Ácido Glioxílico: A Anvisa também alerta para o uso do ácido glioxílico, outra substância frequentemente utilizada em alisamentos irregulares e que pode causar danos sérios, especialmente quando aquecida.
Como identificar se a escova progressiva é segura?
Para garantir segurança ao escolher um procedimento de alisamento, alguns passos são fundamentais. Consumidores devem verificar se o cosmético está registrado na Anvisa – essa informação geralmente consta no rótulo e no número de registro. Produtos sem rótulo, com odor forte ou promessas milagrosas de alisamento imediato devem ser evitados. Além disso, ao realizar a aplicação, qualquer sensação de ardência, coceira ou desconforto respiratório pode indicar a presença de substâncias proibidas.
- Checar o rótulo do produto e identificar o número de registro na Anvisa.
- Desconfiar de cosméticos sem procedência clara, embalagens improvisadas ou cheiro irritante.
- Exigir do profissional responsável transparência quanto aos ingredientes empregados.
- Observar possíveis reações adversas logo após a aplicação.
- Evitar procedimentos em locais fechados e sem ventilação adequada.
Quais riscos reais estão associados à progressiva com formol?

Entre os efeitos imediatos, destacam-se ardor nos olhos, coceira na pele e dificuldades respiratórias. O contato repetido com formol pode evoluir para doenças mais graves, incluindo problemas pulmonares e predisposição ao câncer. Também do ponto de vista dos fios, a escova progressiva à base de formol pode enfraquecer a estrutura capilar, levando ao ressecamento, quebra e perda de brilho natural. Vale lembrar que a combinação com procedimentos como descoloração agrava ainda mais a fragilidade dos cabelos.
- Irritação do couro cabeludo e olhos.
- Queimaduras e alergias cutâneas.
- Tosse, falta de ar e desconforto respiratório.
- Danos irreversíveis à fibra capilar, com aumento da porosidade e quebra.
- Risco aumentado de doenças crônicas e malignidades associadas ao formol.
Como profissionais e consumidores podem se proteger?
Profissionais de salões precisam adotar rigorosamente o uso de produtos regularizados e ficar atentos à legislação vigente. A utilização de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), como luvas e máscaras, é essencial, assim como a manutenção de espaços sempre ventilados durante o procedimento. Já consumidores devem fazer perguntas sobre a procedência e composição do produto e observar todos os sinais do organismo após o uso. Caso alguma irregularidade seja constatada, a orientação é procurar um posto da vigilância sanitária.
Em 2025, as regras seguem rigorosas para garantir mais segurança em salões e ambientes de beleza. Caberá sempre ao consumidor investigar e ao profissional recusar práticas que possam colocar vidas em risco. A busca por fios alinhados não pode se sobrepor à proteção da saúde.