Nos dias atuais, a busca por uma alimentação saudável tem levado muitas pessoas a optarem por produtos rotulados como “fit“. Contudo, nem sempre o que aparenta ser vantajoso para a saúde realmente é. Existem diversos alimentos que, à primeira vista, parecem práticas alternativas para quem quer cuidar do corpo e manter a forma; contudo, podem estar fazendo mais mal do que se imagina.
O que são realmente alimentos “fit”?

Alimentos “fit” normalmente são comercializados como opções nutritivas e de baixo teor calórico, destinadas àqueles que buscam uma vida mais equilibrada e fitness. Estas opções frequentemente incluem barras de cereais, produtos sem glúten, refeições prontas com baixo teor de gordura e bebidas funcionais. Entretanto, é fundamental entender que a definição de um alimento saudável vai além apenas do rótulo ou das calorias presentes.
- Ingredientes de Qualidade Nutricional: Geralmente são preparados com ingredientes naturais e frescos, com alta densidade nutricional, ou seja, ricos em vitaminas, minerais e fibras.
- Baixo em Componentes Indesejados: Tendem a ter menores quantidades de açúcares adicionados, gorduras saturadas e trans, e sódio.
- Ricos em Proteínas: Muitos alimentos “fit” são focados em fornecer proteínas magras (como frango, peixe, ovos, leguminosas), importantes para a construção e manutenção muscular, além de promover saciedade.
- Carboidratos Complexos: Priorizam carboidratos complexos de baixo índice glicêmico, como arroz integral, quinoa, batata-doce e aveia, que fornecem energia de forma mais gradual e sustentada.
- Gorduras Saudáveis: Incluem fontes de gorduras saudáveis, como abacate, castanhas e azeite de oliva extravirgem, essenciais para diversas funções do corpo.
- Pouco Processados: A preferência é por alimentos in natura ou minimamente processados, evitando os ultraprocessados que geralmente contêm aditivos químicos, conservantes e são nutricionalmente desbalanceados.
- Benefícios para a Saúde: A proposta é que esses alimentos ajudem a:
- Prevenir doenças crônicas (como obesidade, diabetes e hipertensão).
- Melhorar a disposição e energia.
- Fortalecer o sistema imunológico.
- Auxiliar na manutenção ou perda de peso de forma saudável.
- Melhorar a qualidade do sono e a saúde mental.
Um dos principais motivos pelos quais muitos produtos identificados como “fit” podem não ser benéficos para a saúde é a presença de ingredientes processados e aditivos químicos. Para melhorar o sabor e a textura, muitos desses alimentos contêm quantidades elevadas de açúcares, sódio e gorduras trans. Essas substâncias podem, a longo prazo, contribuir para o desenvolvimento de doenças crônicas, como obesidade, hipertensão e diabetes.
Quais são os alimentos que parecem fit, mas podem ser prejudiciais?

Existem diversos alimentos populares no mercado que se enquadram nesse perfil de promessas enganosas. Um bom exemplo são as granolas e barras de cereais. Embora sejam amplamente promovidas como saudáveis, muitas contêm açúcares adicionados e óleos hidrogenados. Ao consumi-las em grande quantidade, pode-se, na verdade, estar ingerindo mais calorias do que se imagina.
Outro exemplo frequente são os sucos industrializados e chás prontos. Apesar de serem comercializados como alternativas saudáveis às bebidas açucaradas, esses produtos são frequentemente ricos em açúcares escondidos e conservantes. A percepção de que beber um chá pronto seria mais saudável do que refrigerantes vem sendo questionada, uma vez que o teor calórico de ambos pode ser semelhante.
Além disso, os alimentos sem glúten frequentemente recebem destaque por serem livres de uma proteína capaz de provocar reações em pessoas com doença celíaca. Contudo, ao remover o glúten, muitos fabricantes acabam compensando o sabor e a textura com aditivos que nem sempre são saudáveis, o que pode aumentar o índice glicêmico do alimento.
Veja a lista:
- Barras de cereais: Embora muitas sejam vendidas como opções saudáveis e ricas em fibras, diversas barras industrializadas contêm alto teor de açúcar adicionado, xaropes, gorduras e conservantes, tornando-as semelhantes a doces comuns. Algumas podem ter mais calorias do que chocolates tradicionais.
- Sucos de caixinha ou de garrafa (industrializados): Mesmo os que se dizem “naturais” ou “100% fruta” podem ter adição de açúcar, conservantes e corantes em grandes quantidades. Ao espremer a fruta para fazer o suco, as fibras são perdidas, o que faz com que os açúcares sejam absorvidos mais rapidamente pelo organismo, podendo causar picos de glicose no sangue e ganho de peso.
- Iogurtes saborizados ou desnatados: Muitos iogurtes com sabor são repletos de açúcar, corantes artificiais e, em versões desnatadas, podem ter amido e outros aditivos para compensar a falta de gordura e melhorar a textura, tornando-os menos nutritivos do que parecem.
- Pães integrais e multigrãos (industrializados): Nem todo pão rotulado como “integral” é realmente integral. Muitos contêm uma mistura de farinhas refinadas (branca) e integrais, com a farinha integral aparecendo em terceiro ou quarto lugar na lista de ingredientes. Além disso, podem ter alto teor de sódio, açúcar e conservantes.
- Peito de peru e outros embutidos “lights”: Embora sejam frequentemente escolhidos como uma alternativa “mais saudável” ao presunto ou salame, o peito de peru ainda é uma carne processada. Ele possui alto teor de sódio e aditivos como nitrito e nitrato, que podem ser prejudiciais à saúde a longo prazo.
- Adoçantes artificiais: Embora não tenham calorias, adoçantes como sucralose, aspartame e sacarina são ultraprocessados e podem ter aditivos derivados do açúcar e conservantes. Estudos sugerem que o uso excessivo de adoçantes artificiais pode afetar o metabolismo e a microbiota intestinal.
- Gelatina diet: Apesar de ser uma opção de sobremesa de baixa caloria e associada a colágeno, a gelatina diet geralmente tem pouca densidade nutritiva e é rica em adoçantes artificiais, corantes e conservantes. A quantidade de colágeno é mínima e não oferece os benefícios esperados para a pele.
- Cereais matinais: A maioria dos cereais matinais industrializados, mesmo os que parecem saudáveis, é refinada, possui alto teor de açúcar e sódio, e baixa densidade nutritiva.
- Molhos e temperos prontos: Opções como ketchup, mostarda, caldos em cubos ou em pó e molhos para salada podem ser ricos em sódio, açúcar, gorduras e aditivos químicos.
- Frutas desidratadas (com açúcar adicionado): Embora a fruta por si só seja saudável, muitas frutas desidratadas comercializadas são cristalizadas ou recebem adição de açúcar (xarope de glicose, etc.) durante o processamento, aumentando seu teor calórico e de açúcares.
- Chocolate diet: Diferente do que muitos pensam, o chocolate diet não é necessariamente menos calórico. Ele é indicado para diabéticos por não conter açúcar, mas, para compensar o sabor, geralmente tem um teor mais elevado de gorduras (inclusive saturadas), podendo ser tão calórico quanto a versão tradicional.
Como identificar as opções realmente saudáveis?
A busca por uma alimentação pouco prejudicial exige mais atenção aos rótulos e menos confiança em estratégias de marketing. Uma prática eficaz é priorizar alimentos com poucos ingredientes e evitar produtos com aditivos, corantes e conservantes. Além disso, é importante que as porções e o valor nutricional sejam considerados nas escolhas alimentares.
Outra recomendação fundamental é prestar atenção particularmente a elementos cruciais, como fibras e proteínas de qualidade. Optar por refeições feitas em casa, quando possível, é uma excelente maneira de garantir o controle dos ingredientes e promover um consumo consciente.
@nutrimanumartins ALIMENTOS QUE PARECEM SAUDÁVEIS MAS NÃO SÃO 😱😱 #dieta #emagrecer #nutrition ♬ som original – Nutricionista Manu Martins
Uma dieta orientada por alimentos naturais e integrais pode oferecer diversos benefícios, desde a manutenção do peso até a melhoria do bem-estar geral. Alimentos como frutas, vegetais, castanhas e grãos integrais são ricos em nutrientes essenciais e isentos de aditivos artificiais. Consumir ingredientes frescos e naturais em sua forma mais pura pode, além disso, criar uma relação mais saudável e sustentável com a alimentação.
Tomar decisões informadas e desmistificar os mitos alimentares são passos importantes para garantir uma vida mais saudável e proativa. Não se trata de eliminar totalmente os alimentos considerados não saudáveis, mas sim de encontrar um equilíbrio que privilegie o bem-estar.