Com a taxa Selic atingindo 15% ao ano após a última decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, o cenário dos investimentos de renda fixa no Brasil passou por mudanças significativas em 2025. O aumento dos juros influencia diretamente o rendimento de aplicações como CDB, LCI, LCA, Tesouro Direto e poupança, impactando a escolha dos investidores que buscam segurança e retorno financeiro.
O desempenho dessas modalidades de investimento pode ser avaliado a partir do rendimento de um valor fixo, como R$ 1.000, ao longo de 12 meses. Essa análise considera não apenas a rentabilidade bruta, mas também o desconto de impostos e o efeito da inflação, que afeta o poder de compra do investidor ao final do período.
Como a Selic elevada afeta os investimentos de renda fixa?

O aumento da Selic eleva o rendimento de diversos produtos de renda fixa, pois muitos deles são atrelados a essa taxa ou ao CDI, que acompanha de perto a Selic. Com a taxa básica de juros em patamar elevado, aplicações como CDBs, LCIs, LCAs e Tesouro Selic apresentam retornos mais expressivos, tornando-se opções atrativas para quem busca rentabilidade sem abrir mão da segurança.
No entanto, a poupança, apesar de ser isenta de imposto de renda, possui uma regra de rendimento que limita seus ganhos em períodos de juros altos. Por isso, mesmo com a Selic em 15%, a poupança não acompanha o mesmo ritmo de valorização dos demais investimentos de renda fixa, ficando atrás em termos de rendimento real, ou seja, já descontada a inflação.
Quais são os rendimentos das principais aplicações?
Ao analisar o retorno líquido e real das principais alternativas de renda fixa, observa-se que LCIs e LCAs, por serem isentas de imposto de renda, apresentam os melhores resultados. CDBs de bancos médios também se destacam, especialmente quando oferecem taxas superiores a 100% do CDI. O Tesouro Selic, considerado um dos investimentos mais seguros do país, proporciona rentabilidade competitiva, superando a inflação e garantindo ganho real ao investidor.
- Poupança: rendimento real de aproximadamente 2,14% ao ano, resultando em cerca de R$ 21,40 de ganho real sobre R$ 1.000 após 12 meses.
- Tesouro Selic: rendimento real de 6,34% ao ano, equivalente a R$ 63,40 de retorno real.
- CDB de banco médio: rendimento real de 8,04% ao ano, com retorno de R$ 80,40.
- CDB de banco grande: rendimento real de 3,51% ao ano, ou R$ 35,10.
- LCA: rendimento real de 8,89% ao ano, totalizando R$ 88,90.
- LCI: rendimento real de 9,31% ao ano, chegando a R$ 93,10.
Por que a poupança rende menos que outros investimentos?
A principal razão para a rentabilidade inferior da poupança está na sua fórmula de cálculo, que limita os ganhos mesmo em cenários de juros elevados. Enquanto outras aplicações acompanham de perto a variação da Selic ou do CDI, a poupança segue regras próprias, o que a impede de competir em termos de rendimento real. Além disso, a inflação corrói parte dos ganhos, tornando a aplicação menos vantajosa para quem busca preservar e aumentar o poder de compra.
Apesar de sua popularidade e facilidade de acesso, a poupança não se mostra a melhor alternativa para quem deseja rentabilidade superior, especialmente em períodos de inflação elevada. Investidores atentos costumam buscar alternativas como Tesouro Selic, CDBs de bancos sólidos e LCIs/LCAs, que oferecem maior potencial de retorno sem abrir mão da segurança.
1. Regra de Rendimento Fixa e Vinculada à Selic
O rendimento da poupança é determinado por uma regra fixa que depende da Taxa Selic (a taxa básica de juros da economia):
- Quando a Selic está acima de 8,5% ao ano: A poupança rende 0,5% ao mês sobre o valor depositado + a Taxa Referencial (TR). Atualmente, com a Selic em 15% ao ano (junho de 2025), essa é a regra que se aplica, e a TR tem sido próxima de zero, então o rendimento fica em torno de 0,5% ao mês (cerca de 6,17% ao ano).
- Quando a Selic está igual ou abaixo de 8,5% ao ano: A poupança rende 70% da Selic + TR.
Essa fórmula, em muitos cenários, acaba limitando o potencial de ganho da poupança em comparação com outros investimentos que se beneficiam mais diretamente de taxas de juros mais altas.
2. Isenção de Imposto de Renda (IR)
Enquanto a poupança é isenta de Imposto de Renda para pessoas físicas, a maioria dos outros investimentos de renda fixa, como CDBs, Tesouro Direto, LCIs e LCAs, têm incidência de IR. No entanto, mesmo com a isenção, o rendimento bruto da poupança muitas vezes é tão baixo que o rendimento líquido de outras aplicações (já descontando o IR) ainda se mostra superior.
3. Liquidez e Aniversário da Poupança
A poupança oferece alta liquidez, ou seja, é fácil resgatar o dinheiro a qualquer momento. No entanto, o rendimento só é creditado na data de “aniversário” do depósito (o dia do mês em que você aplicou o dinheiro). Se você resgatar antes dessa data, perde o rendimento do período. Isso contrasta com outros investimentos, como o Tesouro Selic, que rendem diariamente.
4. Baixo Risco e Facilidade
A poupança é um dos investimentos mais seguros e simples do Brasil, garantida pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGC) para valores de até R$ 250 mil por CPF/CNPJ e por instituição financeira. Essa característica de baixo risco e facilidade de uso faz com que ela seja muito popular, mas o mercado financeiro geralmente compensa o risco mais alto com retornos potenciais maiores.
5. Inflação
Em muitos períodos, o rendimento da poupança sequer consegue superar a inflação. Isso significa que o poder de compra do dinheiro investido pode diminuir com o tempo, ou seja, o dinheiro “rende”, mas você consegue comprar menos coisas com ele no futuro.
Como escolher o melhor investimento de renda fixa em 2025?
A seleção do investimento mais adequado depende do perfil do investidor, do prazo desejado e da necessidade de liquidez. Para reservas de emergência, opções com liquidez diária, como Tesouro Selic e CDBs de bancos confiáveis, são recomendadas. Já para objetivos de médio prazo, LCIs e LCAs podem ser vantajosas devido à isenção de imposto de renda e à rentabilidade acima da inflação.
- Verificar a necessidade de liquidez antes de investir.
- Comparar taxas e condições entre diferentes instituições financeiras.
- Considerar o impacto da inflação e dos impostos sobre o rendimento final.
- Priorizar investimentos com proteção do Fundo Garantidor de Créditos (FGC), quando aplicável.
Em um cenário de juros elevados, a análise criteriosa das opções de renda fixa permite ao investidor potencializar seus ganhos e proteger seu patrimônio contra a inflação. A diversificação entre diferentes produtos pode ser uma estratégia eficiente para equilibrar segurança e rentabilidade ao longo do tempo.